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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A GERAÇÃO DOS DINKS – PARTE II

Há algumas décadas se afirmava que o Brasil era o “país do futuro” e, acreditando que este “futuro” prometido viria inevitavelmente, deixamos de fazer a tarefa de casa do presente e construímos um dos países mais injustos do mundo em que a opulência de alguns contrasta com a miséria de muitos. O Brasil possui atualmente cerca de 183 milhões de habitantes, menos que os 200 milhões de habitantes que eram esperados para o ano 2000. Crescemos menos! A taxa de fecundidade no Brasil caiu para 1,8 filhos por mulher, ou seja, está abaixo do índice de renovação populacional calculado em 2,0 filhos por mulher, isto quer dizer que a população brasileira irá crescer mais lentamente e após duas ou três décadas estabilizará e começará a decair. Como tudo na vida, há um lado bom e outro ruim! Explico, com um crescimento populacional menor, a pressão exercida sobre os serviços de atendimento às crianças e adolescentes tende a declinar, sendo necessário menos investimento em maternidades, creches, escolas, etc. Pode-se então destinar tais recursos para outros fins como, por exemplo, o atendimento aos idosos cada vez mais numerosos e longevos. Seria possível também aperfeiçoar o sistema educacional, uma vez que, com um menor número de estudantes, os recursos excedentes poderiam ser utilizados para a educação em período integral. O aumento do número de idosos e a redução do número de jovens contribuindo para a Previdência aumentarão o desequilíbrio das contas da já combalida Previdência Social no tocante ao pagamento das aposentadorias ocasionando a necessidade de alocação de mais recursos do caixa do Governo Federal. A existência de um maior número de idosos ocasionará a necessidade de mais investimentos voltados para os mesmos, maior números de leitos hospitalares, médicos geriatras, abrigos, etc. Além disso, caso a tendência de declínio da taxa de fecundidade se assevere, é possível imaginar um futuro em que o país estará recebendo imigrantes bolivianos, paraguaios, etc. de braços abertos para suprir a falta de mão-de-obra da potência econômica então consolidada que se espera, o Brasil seja nas próximas décadas.  Não há exagero nesta afirmação, pois, a escolaridade vem aumentando nas camadas mais pobres e conduzindo para a redução da taxa de natalidade desta população. No Brasil, sempre se atribuiu a miséria da população ao elevado número de filhos das classes menos favorecidas, porém, o verdadeiro vilão é e sempre foi a desigualdade social. Por isto, não basta reduzir o número de bocas, é preciso fatiar o bolo de forma equânime, sem privilegiar “A” ou “B”. Isto vai contra certos setores da sociedade interessados numa fatia maior do bolo e que defendem ardorosamente o controle de natalidade e pregam aos quatro cantos do país que: “pobre só sabe fazer filho” para receber bolsa família! Estamos passando por uma Revolução Demográfica, a população vai crescer cada vez mais lentamente! Precisamos iniciar uma Revolução Civilizacional e oportunizar a todos o que até então sempre foi de poucos! A qualidade de vida para todos sem exceção deve ser o norte a guiar as ações de nossas autoridades! Utópico? Lembremo-nos que país algum surgiu pronto! Um país é construído diariamente muito mais por sua população do que por seus governantes e tem o tamanho dos sonhos de seus habitantes!

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