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sexta-feira, 27 de maio de 2016

E agora José?

E agora José? A manifestação acabou. O povo sumiu. Você que é apartidário, que zomba dos petistas. Que faz discursos contra a corrupção. Você que protesta contra a corrupção, mas tem uma “Sky gato”, que fura a fila do banco, que não dá o troco certo, que sonega e não fornece nota fiscal ou recibo para seu cliente. E agora José? Você está constrangido, sem discurso e sem manifestação para ir. O governo que você ajudou a colocar no poder montou um Ministério sem mulheres e sem minorias. Como em pleno século XXI explicar isso para a sociedade brasileira e mundial? E agora José? O Ministério que o governante depositário das suas esperanças escolheu é cheio de corruptos e você queria varrer a corrupção do governo. O mundo todo está dizendo que o Brasil é um gigante orgulhoso, mas, não passa de uma “república das bananas” como Honduras e Paraguai que inclusive passaram por golpe semelhante. E agora José? Você que elogia a eficiência das empresas privadas, critica a corrupção das estatais e afirma que se fossem privadas não haveria corrupção. Você que veste a camisa da seleção brasileira como símbolo de luta contra a corrupção. Na Copa realizada no Brasil que você gritava que não haveria, a seleção perdeu feio para a Alemanha e a CBF é uma empresa privada e é corrupta, até o FBI prendeu dirigente dela. E a SAMARCO fruto da privatização da ex-estatal Vale do Rio Doce não cuidou da manutenção das suas barragens e causou o maior desastre ambiental do Brasil. E agora José? Você não sabe se tira aquela bandeira da sua janela porque o novo governo é ainda mais corrupto, e você sabe que sobre a Presidenta afastada não havia nenhuma comprovação de corrupção que a envolvesse, porém, a coisa é diferente com o presidente que você ajudou a subir a rampa do Planalto, pois, ele é ficha suja. E agora José? Você pensou que depois de afastar Dilma, o Cunha, seu até então malvado favorito necessário para articular o Impeachment seria cassado, mas, Temer está nomeando aliados de Cunha no Governo e a imprensa já está dizendo que ele manda no governo Temer e esses dias ele falou que vai voltar para o Congresso mostrando que não tem receio de ninguém, nem do STF. E agora José? Você lê e assiste a imprensa nacional e sabe por meio dela que o PT inventou a corrupção e que todo o mal que existe no país é culpa dos petistas, você até desfez antigas amizades com seus amigos “comunistas”, mas, o diabo é essa imprensa internacional, pois, tem uns “jornalecos” como o The New York Times ou o The Guardian dizendo que o Impeachment é uma farsa e que Dilma foi derrubada por um bando de ladrões. E agora José? O mundo todo, a grande mídia mundial, a OEA, a ONU, a UNASUL bem como a Associação de Magistrados para a Democracia, um Prêmio Nobel da Paz, além de um tal de Noam Chomsky (que deve ser um idiota porque você nunca ouviu falar dele) diz que o Brasil sofreu um golpe e que uma parte dos manifestantes foi massa de manobra da elite e da grande mídia nacional e a outra parte não liga para a corrupção, apenas não aceita a classe trabalhadora no Poder! E agora José? O novo governo está disposto a destruir a CLT e os direitos trabalhistas conquistados há mais de 70 anos com Getúlio Vargas e anuncia que vai valer o negociado sobre o legislado. Você foi um inocente útil! Você foi enganado! A “Ponte para o Futuro” do PMDB é uma Ponte para o Passado, e você vai trabalhar mais tempo para se aposentar e seu salário de aposentado não vai acompanhar os reajustes do pessoal da ativa. Você queria mais Educação e mais Saúde e o governo sinaliza com menos. E agora José? Houve quem tentasse te alertar, mas, você não ouviu, pensou que aquilo era coisa de comunistas. E você ficou numa situação difícil, como explicar que não é golpe articulado por Temer e Serra para implantar a agenda neoliberal e a privatização da Petrobras e do Pré-Sal, se ele está no Ministério? E se o Romero Jucá revelou o golpe no grampo do telefone? E agora José? Nas ruas, o silêncio, não há mais o som das panelas. Na TV quase não se fala mais em corrupção. Os jornalistas que você sempre defendeu elogiam o novo governo. Na rua, apenas os “comunistas” se manifestam pedindo a volta da democracia. Você agora sabe que as manifestações de que fez parte não eram contra a corrupção, eram apenas contra o PT no Poder e também que o novo governo vai cortar programas sociais e irá beneficiar apenas os mais ricos. Mas, você é trabalhador! Você é pobre! E agora José? E agora José? Se esconder e ficar em silêncio não vai resolver! Você vai aonde? O que você vai fazer? Referência: E agora José? Carlos Drummond de Andrade.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

República Federativa das bananas do Brasil

Inicio estas linhas com uma frase do intelectual Antônio Gramsci (1891-1937) que considero muito oportuna: “O velho mundo agoniza, o novo mundo tarda a nascer, e, nesse claro-escuro, irrompem os monstros”. Nasci em meio à ditadura militar, e, lembro no crepúsculo do governo do General João Baptista Figueiredo o quanto torci para que a Emenda Constitucional Dante de Oliveira que estabeleceria as eleições diretas para presidente da República fosse aprovada, mas, o combalido regime numa derradeira demonstração de força a derrotou e a eleição uma vez mais foi pelo colégio eleitoral. A chapa Tancredo Neves e José Sarney do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) sagrou-se vencedora e o povo nas ruas comemorava aliviado o enterro de uma época obscura e triste pela qual passou o país em que muitos familiares choraram por seus entes queridos, que na luta pela democracia, se opuseram aos ditadores, e, por isso, foram presos, torturados e assassinados, sendo que muitas famílias sequer puderam enterrar seus mortos que constam da lista de desaparecidos políticos. O Brasil nunca se recuperou do trauma do golpe militar, um período de grande corrupção, abafada pela censura, ou alguém pensa que nas obras faraônicas levadas a cabo pela ditadura militar ou mais recentemente no governo FHC, essas mesmas empreiteiras eram santas e somente nos governos petistas elas se tornaram corruptas? Pensei que nunca mais teríamos em nosso país o vexame e o trauma de outro golpe, pois, julguei que o Brasil havia amadurecido e mesmo nossa democracia não sendo plena em vista dos graves problemas sociais e da corrupção endêmica que em maior ou menor grau atinge a sociedade, não permitiria, no entanto, que aventureiros irresponsáveis ousassem profaná-la. Não há nada que eu defenda mais que a democracia, sou contra qualquer tipo de ditadura, seja à direita ou à esquerda. E, portanto, sempre fui contra os casuísmos eleitorais que no período da ditadura eram orquestrados pelo Parlamento, pelo Judiciário e pelas Forças Armadas a fim de garantir que a mínima oposição permitida (o MDB) desse apenas uma falsa aparência de legitimidade ao governo ditatorial. Para o constrangimento da golpista Rede Globo, várias nações da América Latina, da Europa, bem como a Rússia e a China concluíram que o processo de Impeachment que afastou Dilma da presidência é uma farsa e trata-se na verdade de um moderno golpe de Estado, um golpe midiático-jurídico-parlamentar. Importantes jornais estrangeiros como o The New York Times (EUA) e o The Guardian (Inglaterra), etc. tratam como golpe o que aqui ocorreu e afirmam que o Brasil perdeu estatura política e seu status atual equivale ao de uma “republiqueta das bananas” tal qual Honduras e o Paraguai, que provaram do mesmo tipo de golpe. O STF não tem mais como disfarçar sua participação no golpe, na mesma situação está a Globo, o Congresso Nacional, a FIESP, o Juiz Sérgio Moro que com seu atual silêncio sepulcral e a leniência em processar caciques do PSDB, do PMDB e aliados deixa evidente que a Lava-Jato constituiu uma ferramenta a serviço do golpe que beneficia os Estados Unidos da América em seus interesses geoestratégicos (BRICS, Pré-Sal, etc.), e isso, segundo a Rússia, não é mera coincidência. Não escapam do constrangimento, os inocentes úteis que agiram teleguiados por uma mídia que premeditadamente construiu uma pauta negativa para criar o ambiente propício ao golpe com o bombardeio incessante de notícias negativas ao Governo Dilma. O “General em exercício” Michel Temer assumiu o poder juntamente com seu Ministério Frankenstein com vários políticos igualmente fichas sujas investigados na Lava Jato (que puderam assumir seus cargos, o que foi negado a Lula) e a posse de José Serra como Chanceler golpista, que ergue a voz aos países pequenos da América Latina (como era praxe do Governo FHC) que não reconhecem o governo golpista e da mesma forma, certamente falará fino com os Estados Unidos da América. Constato, também que pela reação dos paneleiros à posse do imoral governo liderado por Temer, que as manifestações nunca foram por causa da corrupção, mas, por ter o PT no Poder. A Casa Grande nunca aceitou um governo trabalhista e quer o país sob seu comando, não importa que para isso, o Brasil se eternize como uma republiqueta das bananas!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

A política é como as nuvens!

Tenho sempre comigo a frase atribuída ao advogado, economista, banqueiro e político mineiro Magalhães Pinto (1909-1996) que dita: “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”. E por assim crer, antes de iniciar estas linhas, conferi as notícias e me surpreendi com a anulação da sessão do Impeachment na Câmara dos Deputados naquele horrendo espetáculo televisionado que colocou o parlamento brasileiro nu ante aos olhos da sociedade internacional. Eu tinha como certo o afastamento de Dilma no dia 11 de maio próximo, e já não sei o que afirmar, que não a veracidade incontestável do conteúdo da frase de Magalhães Pinto. A acolhida por parte de Waldir Maranhão da denúncia apresentada pela AGU e que solicitava a anulação da sessão por várias manipulações e erros cometidos no rito levado a cabo por Eduardo Cunha dá um novo alento aos defensores da democracia, mas, nem de longe se pode pensar em abaixar a guarda, o golpe prossegue, a aposta política de muitos parlamentares foi demasiado alta e eles sabem que queimaram o filme junto ao eleitorado esclarecido, inclusive, de boa parcela que votou na oposição ao governo atual, e, que se sente órfã, pois, não apóia Dilma, mas, não compactua com o golpismo, pois, ainda tem presente o prejuízo que representou ao país o golpe que implantou a ditadura militar no Brasil. A Grande Mídia investiu pesado no golpe moderno que tentou e tenta implantar em nosso país, e, passou anos criando todo tipo de constrangimento ao fabricar um ambiente negativo objetivando colocar a opinião pública contra o governo com a não veiculação de notícias favoráveis ao Planalto, ou seja, a estratégia da pauta positiva zero e pauta negativa plena. A situação chegou a tal ponto que a imprensa estrangeira visando bem informar seus leitores e telespectadores sobre o Brasil teve que deixar de basear suas reportagens na imprensa brasileira. E hoje, o mundo todo sabe por meio de seus jornalistas enviados ao país acerca do péssimo jornalismo praticado pelos principais veículos de comunicação nacionais que agiram como o mais ferrenho partido de oposição esquecendo-se que o maior capital de uma empresa jornalística é a credibilidade. Quando começaram a atentar para esse detalhe, muitas destas empresas, especialmente a Rede Globo, já estava reconhecida internacionalmente como uma Rede de TV manipuladora da opinião pública e líder do golpismo no país. O Jornal londrino The Guardian publicou artigo informando a participação da Rede Globo no golpe em curso no Brasil e João Roberto Marinho exigiu retratação do Jornal enviando-lhe uma carta para a publicação no mesmo espaço, no entanto, o jornal inglês relegou a carta ao espaço “carta do leitor”, foi um duro golpe para o Grupo Globo saber que seu poder só existe em terras tupiniquins, pois, somente aqui se permite que uma Rede de TV governe o país, pois, até mesmo o ex-presidente e General João Batista Figueiredo afirmou que na ditadura militar quem mandava no país era a Globo e há registros fotográficos de Roberto Marinho de braços dados com ditadores. A relação entre ambos pode ser comparada ao mutualismo, pois, a Rede Globo auxiliou na sobrevivência do Regime Militar e o Regime Militar fortaleceu a Globo. O Brasil não é uma nação desenvolvida, porque possui uma elite egocêntrica, atrasada e violenta que prefere ver o país como uma eterna colônia em troca de migalhas do capitalismo internacional a vê-lo soberano e desenvolvido, porém, livre de suas garras e bicos, pois, se o capitalismo internacional é a águia a predar nossas riquezas, a elite nacional é o urubu que devora as sobras. O saudoso Ulysses Guimarães cujos ossos não estão se retorcendo no túmulo por conta do que fizeram com o PMDB, porque o destino trágico não lhe concedeu o direito de ter seus restos mortais enterrados num jazigo. Penso que se eu tivesse vivido na época de Getúlio Vargas seria um getulista e faria oposição ao golpismo lacerdista; se eu tivesse vivido na época de João Goulart seria um legalista e me oporia aos golpistas que em 1964 patrocinaram o estado de exceção que o Brasil se tornou por 21 anos. Mas, sei que a política é como nuvem, o golpismo irá continuar, revertendo a decisão de Maranhão ou por outros meios, a luta está apenas começando. Independentemente do que vier a ocorrer terei orgulho de nunca ter aderido ao golpismo atual e também de ter combatido com os meios ao meu alcance e poderei dizer que estive do lado certo, ao lado dos que defenderam a democracia. E isso não é pouco!

quinta-feira, 5 de maio de 2016

O terrorismo golpista de nossos dias!

Em Junho de 2013, uma parcela diminuta da população, mas, nem por isso, menos importante saiu ás ruas, era o movimento do passe livre organizado por meio das redes sociais que protestava contra o aumento de R$ 0,20 na passagem de ônibus coletivo em São Paulo, sendo que milhares de pessoas ingressaram nas fileiras do movimento protestando com outras bandeiras. Um fato surreal envolveu a Rede Globo, inicialmente contrária ao movimento, porém, ao ver nele grande potencial para atingir o governo Dilma mudou de opinião e resolveu surfar na onda do protesto e acabou virando manchete em programas humorísticos televisivos estrangeiros com sua bipolaridade. A democracia brasileira vive uma crise que possui paralelo apenas com o golpe militar de 1964, e, não há outro nome para chamar o que hoje vivemos senão de golpe, um golpe sem a liderança das Forças Armadas, que sequer é inédito, pois, já foi levado a cabo em Honduras e no Paraguai e ambos ficaram internacionalmente reconhecidos como um golpe moderno com sua estrutura evidenciando uma articulação entre a mídia, o judiciário e o parlamento, portanto, um golpe midiático-jurídico-parlamentar. A grande mídia bombardeou a população por dois anos com a manipulação, distorção e omissão de notícias agindo como o mais ferrenho partido político de oposição visando criar um clima desfavorável ao governo Dilma. A grande mídia brasileira é tão péssima, que alguns canais de TV nem se dão ao luxo de disfarçar seu golpismo, e, ao apoiar o golpe atual corroboram seu histórico golpista, pois, também apoiaram o golpe de 1964. Outro elemento que compõe o golpe é o Judiciário, e, isto é uma conclusão óbvia pelo sistema de dois pesos e duas medidas aplicado a tucanos e petistas, cujo rigor da lei e até abusos foram aplicados somente aos últimos. O Juiz Sérgio Moro, ídolo dos golpistas é alvo de várias denúncias no CNJ e por várias vezes demonstrou sua parcialidade ao se fazer justiceiro e não um magistrado fielmente comprometido com a correta aplicação do Direito, incorrendo, portanto em irregularidades. Quanto ao STF, podemos dizer que tal como afirmou Lula, está acovardado, ou, é omisso ao não julgar com a urgência necessária casos como o do réu Eduardo Cunha que envergonharam a nação perante o mundo por presidir a Câmara dos Deputados e ao conduzir o processo de Impeachment de Dilma sem a comprovação de nenhum crime de responsabilidade por ela cometido. A ação partidária do Ministro Gilmar Mendes contribui para o descrédito do STF junto à população. A inexplicável demora no julgamento da liminar contra a nomeação de Lula como Ministro Chefe da Casa Civil amarrou a tentativa do governo de juntar seus pedaços e tentar se reconstruir para evitar a aprovação do processo na Câmara, dando uma clara mostra do sectarismo que hoje o STF pratica ao adiá-lo indefinidamente. Se o STF não está acovardado ou omisso, então, só resta acreditar que seja partícipe do golpe e não faltam razões para acreditar nisso tendo em conta a excessiva leniência, omissões e/ou ações estranhas deliberadas por tal órgão. Os parlamentares derrotados nas últimas eleições completam o esquadrão do golpe, não se preocupam com a imagem internacional do país, nem com seu povo sofrido (a classe trabalhadora), pois, defendem seus próprios interesses e os da elite entreguista e testa de ferro do novo colonialismo que pretendem reinstalar em nosso país a partir de Washington. Eles contam com a memória curta do eleitor brasileiro, e se preciso, com a mudança de siglas partidárias, caso o selo do golpismo fique irremediavelmente grudado no partido e até a criação de uma nova sigla partidária, porém, mantendo a velha política de que fazem ou vieram a fazer parte o PMDB, PSDB, DEM, PP, PV, PSB e assemelhados. Penso que nesse momento em que olhamos para as instituições brasileiras e nelas constatamos grande suspeição tal como havia quanto à água e aos alimentos na Hiroshima pós-explosão nuclear por ocasião do atentado terrorista estadunidense na Segunda Guerra Mundial, só há uma saída, participar da política, interessar-se pela política e demonstrar apreço pela democracia, defendendo-a nas redes sociais e nas urnas e, neste momento, principalmente nas ruas, antes que seja tarde demais e o terrorismo golpista mude a história da nação e a vida de seus cidadãos para sempre!