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quinta-feira, 19 de maio de 2016

República Federativa das bananas do Brasil

Inicio estas linhas com uma frase do intelectual Antônio Gramsci (1891-1937) que considero muito oportuna: “O velho mundo agoniza, o novo mundo tarda a nascer, e, nesse claro-escuro, irrompem os monstros”. Nasci em meio à ditadura militar, e, lembro no crepúsculo do governo do General João Baptista Figueiredo o quanto torci para que a Emenda Constitucional Dante de Oliveira que estabeleceria as eleições diretas para presidente da República fosse aprovada, mas, o combalido regime numa derradeira demonstração de força a derrotou e a eleição uma vez mais foi pelo colégio eleitoral. A chapa Tancredo Neves e José Sarney do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) sagrou-se vencedora e o povo nas ruas comemorava aliviado o enterro de uma época obscura e triste pela qual passou o país em que muitos familiares choraram por seus entes queridos, que na luta pela democracia, se opuseram aos ditadores, e, por isso, foram presos, torturados e assassinados, sendo que muitas famílias sequer puderam enterrar seus mortos que constam da lista de desaparecidos políticos. O Brasil nunca se recuperou do trauma do golpe militar, um período de grande corrupção, abafada pela censura, ou alguém pensa que nas obras faraônicas levadas a cabo pela ditadura militar ou mais recentemente no governo FHC, essas mesmas empreiteiras eram santas e somente nos governos petistas elas se tornaram corruptas? Pensei que nunca mais teríamos em nosso país o vexame e o trauma de outro golpe, pois, julguei que o Brasil havia amadurecido e mesmo nossa democracia não sendo plena em vista dos graves problemas sociais e da corrupção endêmica que em maior ou menor grau atinge a sociedade, não permitiria, no entanto, que aventureiros irresponsáveis ousassem profaná-la. Não há nada que eu defenda mais que a democracia, sou contra qualquer tipo de ditadura, seja à direita ou à esquerda. E, portanto, sempre fui contra os casuísmos eleitorais que no período da ditadura eram orquestrados pelo Parlamento, pelo Judiciário e pelas Forças Armadas a fim de garantir que a mínima oposição permitida (o MDB) desse apenas uma falsa aparência de legitimidade ao governo ditatorial. Para o constrangimento da golpista Rede Globo, várias nações da América Latina, da Europa, bem como a Rússia e a China concluíram que o processo de Impeachment que afastou Dilma da presidência é uma farsa e trata-se na verdade de um moderno golpe de Estado, um golpe midiático-jurídico-parlamentar. Importantes jornais estrangeiros como o The New York Times (EUA) e o The Guardian (Inglaterra), etc. tratam como golpe o que aqui ocorreu e afirmam que o Brasil perdeu estatura política e seu status atual equivale ao de uma “republiqueta das bananas” tal qual Honduras e o Paraguai, que provaram do mesmo tipo de golpe. O STF não tem mais como disfarçar sua participação no golpe, na mesma situação está a Globo, o Congresso Nacional, a FIESP, o Juiz Sérgio Moro que com seu atual silêncio sepulcral e a leniência em processar caciques do PSDB, do PMDB e aliados deixa evidente que a Lava-Jato constituiu uma ferramenta a serviço do golpe que beneficia os Estados Unidos da América em seus interesses geoestratégicos (BRICS, Pré-Sal, etc.), e isso, segundo a Rússia, não é mera coincidência. Não escapam do constrangimento, os inocentes úteis que agiram teleguiados por uma mídia que premeditadamente construiu uma pauta negativa para criar o ambiente propício ao golpe com o bombardeio incessante de notícias negativas ao Governo Dilma. O “General em exercício” Michel Temer assumiu o poder juntamente com seu Ministério Frankenstein com vários políticos igualmente fichas sujas investigados na Lava Jato (que puderam assumir seus cargos, o que foi negado a Lula) e a posse de José Serra como Chanceler golpista, que ergue a voz aos países pequenos da América Latina (como era praxe do Governo FHC) que não reconhecem o governo golpista e da mesma forma, certamente falará fino com os Estados Unidos da América. Constato, também que pela reação dos paneleiros à posse do imoral governo liderado por Temer, que as manifestações nunca foram por causa da corrupção, mas, por ter o PT no Poder. A Casa Grande nunca aceitou um governo trabalhista e quer o país sob seu comando, não importa que para isso, o Brasil se eternize como uma republiqueta das bananas!

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