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domingo, 12 de agosto de 2012

O “p.f.” da Educação – Parte 1

A abreviatura “p.f.” tem vários significados, aqui nos referimos ao popular “prato feito”, ou seja, o tradicional cardápio dos restaurantes de beira de estrada composto por arroz com feijão, bife, ovo e batata frita. O leitor deve estar estranhando o autor destas linhas abordar tal temática que aparentemente destoa de tudo quanto se publicou nesta coluna. Explico melhor, o “pf” é uma alimentação barata que caiu no gosto do povo brasileiro por seu baixo custo e por dar uma resposta energética satisfatória para o organismo humano. Pelo Brasil “adentro” há variações do p.f. de acordo com a culinária local e tal como no caso do alimento, a sociedade guiada por seus líderes, muitos dos quais mais perdidos dos que aqueles a quem conduzem, vivem tentando reinventar a roda no sentido de tornar menos onerosa para os cofres públicos. Não raras vezes questionam se tirar parte dos raios da roda não a tornaria mais barata, esquecendo-se que são justamente os raios que possibilitam a estabilidade no movimento e que não se pode economizar em segurança. Dessa forma temos entre nossos “iluminados” representantes políticos, aqueles que visam economizar com Educação considerando como “gastos” aquilo que na verdade todo líder inteligente sabe ser INVESTIMENTO. Ainda hoje me revolta lembrar o ardil de alguns de nossos representantes na Assembléia Legislativa, que, quando na oposição ao Governo Requião, votaram pela redução da quantidade de alunos por sala de aula e no início de 2011 quando passaram a ser situação, votaram contra. Lembro-me que certa vez uma palestrante ao visitar Cuba questionou uma professora cubana: é verdade que nas salas de aulas cubanas tem até 15 alunos por classe? E a professora inquirida, revoltada, respondeu: Mentira! Colocam até 20 alunos! (risos e choro ao lembrar nossas classes!). Essa mesma palestrante afirmou: “me dê a metade de alunos por classe e eu te dou o dobro de resultado”! E disse ainda que entre uma escola com laboratório de informática, com computadores maravilhosos e uma escola com menos alunos por turma, ela opta, sem dúvida alguma, pela segunda opção. Turmas grandes não favorecem a aprendizagem, todos sabem disso. Cuba com poucos recursos e muita vontade política construiu um sistema educacional muito eficiente. No Brasil (Paraná incluído), Educação rende votos, assim, em época eleitoral todo mundo fala de sua importância, no entanto, o discurso não corresponde à prática pós-eleição. A causa da Educação deve ser abraçada pelo povo brasileiro e cobranças devem ser feitas no sentido de que deixe de ser mera retórica eleitoreira e se torne parte inseparável do projeto de país que se pretende construir. Político comprometido com a Educação não abaixa essa bandeira por que é, ou se tornou governista, pois, o compromisso tem que ir além do Partido ou do Governo.