Powered By Blogger

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O feitiço do tempo ou eterno “mimimi”!

O ano de 2015 será lembrado por ser o mais tumultuado da era Lula e Dilma, pois, após uma eleição que contou com a trágica morte do forte candidato Eduardo Campos (PSB) e o naufrágio da candidata Marina Silva (PSB), a parcela da sociedade refratária à Dilma (PT) jogou todas as suas fichas em Aécio Neves (PSDB) e em grande parte da apuração Aécio liderava com folga, tanto que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tomou um helicóptero para comemorar a vitória junto a seu pupilo, mas, numa virada cinematográfica ao estilo de Hollywood, Dilma venceu a eleição, quando da chegada dos votos da região Nordeste, cuja pobreza a faz conhecida além fronteiras e que nos governos Lula e Dilma receberam uma atenção nunca antes a ela dispensada. Foi a água no chope de uma oposição incoerente, irresponsável que antes mesmo da vitória da presidente, já havia afirmado “Dilma não pode se eleger. Se eleita, não pode governar”. A oposição procurou impor uma derrota ao Governo elegendo Presidente da Câmara Federal o corrupto Eduardo Cunha que vem lesando o país desde os tempos de PC Farias e Collor. A oposição também pediu a anulação da chapa Dilma – Temer, pedido rejeitado pela Justiça Eleitoral. Houve suspeição às urnas eletrônicas pela oposição que desconversava quando confrontada ao fato de que essas mesmas urnas mantêm os tucanos no poder em São Paulo há duas décadas. Aécio mostrou-se antidemocrata ao não aceitar o resultado das urnas e ao questionar o índice de 47% de rejeição a ele atribuída recebeu como resposta do presidente do IBOPE de que apenas 15% dos votos eram de seus fieis eleitores e 33% representavam os votos da parcela da sociedade que é “anti-PT” e que votaria em qualquer outro candidato que tivesse chances contra Dilma. A rejeição a Aécio se confirma nas ruas, pois, muita gente afirma que nele não votaria mais. FHC, inconformado chamou os eleitores de Dilma de desinformados e ignorantes e em resposta, nas redes sociais proliferaram intelectuais e artistas declarando ter votado em Dilma. FHC é uma figura estranha, no exterior, tem o hábito de falar mal do Brasil e dos brasileiros desde quando era presidente e apesar de gostar de cultivar o status de intelectual esporadicamente demonstra grande insensatez ao proferir falas ignóbeis que somente agradam os vira-latas de plantão dos quais é líder. Dilma ganhou a eleição, mas, até o momento não teve paz para governar, pois, a oposição e a mídia corrupta e manipuladora não tiveram receios em queimar o pouco capital de credibilidade que dispunham para atear mais fogo à crise econômica jogando gasolina na crise política, como bem afirmou o intelectual Emir Sader: “triste o país, cuja oposição precisa que o país vá mal para que ela possa ir bem”. Como demonstrou Aloysio Nunes (PSDB) ao afirmar: “Quero ver Dilma (o governo) sangrar”, a oposição visando seus intuitos políticos não tem escrúpulos em trabalhar contra o país. Lembro do filme intitulado “Feitiço do Tempo” em que um jornalista especializado em meteorologia ficava preso ao mesmo dia, de forma que todo novo dia, as notícias eram as mesmas, os fatos, os mesmos, e embora carente de lógica, o filme mostrava que cada novo “mesmo dia” era uma nova oportunidade para que o personagem melhorasse sua conduta. Oxalá, que em 2016 não estejamos presos ao feitiço do tempo, pois, ninguém aguenta mais esse eterno “mimimi” de uma oposição burra que trabalha contra o país e quer desrespeitosamente anular o resultado de uma eleição democrática. A oposição tem o direito e o dever de fazer o debate ideológico, mas, fazer oposição não significa agir contra o país, isso é insanidade, o Brasil precisa unir forças para sair da crise, e isso é o que povo deseja de seus representantes, pois, os interesses partidários e particulares não podem sobrepor-se aos interesses nacionais.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O ocaso de uma legenda!

Ouço muito que a esquerda está em crise, que o PT está em crise, que o governo Dilma está em crise, no entanto, penso que, obviamente, o Muro de Berlim caiu para o lado errado, dessa forma, toda pessoa com pensamento progressista e, portanto contrário à ditadura do pensamento único conhecido por neoliberalismo se sente um tanto quanto órfã. Porém, inversamente, penso que a direita é que se encontra em crise, pois, está desalojada do poder federal há quatro pleitos, mesmo contando com o apoio maciço de uma mídia parcial que usa seus microfones e câmeras para fazer com que o povo pense o que convém ao grupo a qual pertence, a elite representante dos interesses estrangeiros nestas plagas e que o PSDB é seu representante. Que crise é essa que desmancha-se quando a comparamos com as crises do Governo FHC? Que crise é essa cujos dados socioeconômicos são largamente superiores aos do governo tucano (1994-2002)? A direita vive um martírio de ideias, de proposições e principalmente vive uma aridez intelectual, vai longe o tempo em que propunha ideias, (em meu ver equivocadas), mas, com argumentação, hoje, o que resta ao PSDB é o discurso do ódio e tal como os nazistas na Alemanha culparam indevidamente os judeus por todo azar ao povo alemão, da mesma forma, líderes tucanos e aliados se esforçam em criar no subconsciente coletivo, a inculpação do PT por todos os males de uma crise econômica mundial, retroalimentada por essa mesma direita antipatriótica, que prefere jogar gasolina na fogueira da crise a colaborar na extinção do incêndio, pois, não tem um projeto para o país, mas, um projeto de poder que vai muito além da partilha de cargos políticos, pois, o golpe cuja orquestra aqui toca tem como maestro Wall Street. Todos sabem que um autêntico discurso de direita não ganha eleição, e, como ganharia prometendo: mais arrocho salarial; menos recursos para a Educação; mais superlotação de salas de aula; mais fechamento de escolas e menos dinheiro para a Saúde? Lógico, tem aquele bonito e demagógico discurso de que é possível fazer mais com menos dinheiro, “é preciso racionalização” dizem! O que eles não dizem é que a economia de recursos em gastos (investimentos) sociais tem por objetivo ter mais dinheiro para obras realizadas de forma terceirizada, por meio de licitações vencidas, de forma nem sempre legítima, pelos empreiteiros patrocinadores de campanha! Se o discurso de direita não ganha eleição, os políticos neoliberais fazem como o Diabo citado por Shakespeare, que: “não tem dúvidas em recitar a Sagrada Escritura quando lhe convém”, e, faz discursos dúbios, e, se confrontados, dão a impressão que irão trilhar no caminho do Estado de Bem-Estar Social, justamente o que depois de eleitos buscam destruir. A maioria do povo possui uma pauta de esquerda para o país, mas, muitos votam com a direita, porque não sabem realmente o que é ser de esquerda ou de direita. Na falta de ideias, de liderança intelectual, o PSDB líder da oposição se apequenou e despiu-se de seus preceitos morais e éticos e lançou-se na aventura inconseqüente do golpismo visando devolver o Brasil ao posto de mais uma “República das Bananas”, posto conquistado durante o golpe militar de 1964. O PSDB é um partido estranho, tem a social democracia em seu nome, porém, a combate, pois, é neoliberal, critica a corrupção, mas, se une ao golpismo de Eduardo Cunha, comprovadamente corrupto. O mesmo PSDB que afirma defender a educação iniciou o ano batendo em professores no Paraná e terminou o ano em São Paulo agredindo estudantes que defendiam o funcionamento de suas escolas! O PSDB atual empalidece de vergonha (ou deveria) ante ao idealismo de alguns de seus saudosos fundadores, tais como José Richa e também daqueles que vivem tais como Bresser Pereira, para desapontados, verem o ocaso de sua utopia.

sábado, 12 de dezembro de 2015

O Brasil é um país sério?

Há algum tempo lamentei a sorte do Paraguai ante ao golpe praticado contra o mandato legítimo de Lugo patrocinado pela elite reacionária daquele país em prejuízo das classes populares que tinham no ex-presidente seu representante. Apesar de saber por conta de minhas leituras e reflexões que para a elite tupiniquim, os fins justificam os meios, por mais inconfessáveis que eles sejam, vejo instalado em nosso país a estratégia para repetir nestas terras o golpe paraguaio embora alguns digam que o Brasil não é o Paraguai, a oposição jura que é. Há uma frase de Charles de Gaulle que sempre me causou indignação e que diz: “o Brasil não é um país sério”! O que dizer de uma oposição com vários representantes citados ou investigados por corrupção e que almejam a vitória num processo de Impeachment contra uma presidenta para a qual nada foi encontrado para legitimar a sua cassação? Podemos chamar de séria e proba uma oposição que se une a um presidente da Câmara denunciado com farto material comprobatório de sua corrupção? Várias entidades internacionais e nacionais, dentre elas, a insuspeita OAB e vários juristas de renome afirmam não haver base legal para o Impeachment, mesmo assim num ato irracional e raivoso a direita prefere jogar o país no abismo, não se importando com os custos sociais e econômicos a serem pagos pelo povo. Justo uma direita que em matéria de combate à corrupção pouco ou nada fez quando esteve no governo? E que moral possuem o DEM, o PMDB e o PSDB para debater a ética na política quando lideram o ranking de políticos cassados por corrupção? Nunca confiei em Temer, antes da primeira eleição de Lula era contra alianças com a direita, sempre temi pelo que agora se evidencia, reconheço, porém que sem tal aliança a esquerda jamais teria chegado ao Governo, pois, o Poder sempre esteve nas mãos dos banqueiros, que tomaram este país de refém com os juros pornográficos que exigem. O PMDB sempre desejou ser cabeça de chapa, mas, quando tentou falhou, porém, diante da necessária governabilidade e sempre cortejada sua grande bancada agiu como uma prostituta de luxo, sempre pronta a trabalhar para quem pagasse o valor exigido. O PSDB conhece a reputação do PMDB e já acena o apoio a um improvável governo Temer. Brasileiro e democrata que sou não posso acreditar na prosperidade disso, mesmo assim, reflito: Estará o PSDB disposto a se PMDBizar? Exercer papel secundário? Pois, o PMDB certamente desejará lançar o próximo candidato presidencial! Se o PSDB quiser lançar candidato próprio, o PMDB aceitará voltar para o papel secundário? E o fator Lula? Afinal, Lula já arranca com 30% das intenções de voto e sempre cresce! E o documento intitulado: “Uma ponte para o futuro” bem ao gosto da elite financeira nacional e internacional e pautada no Consenso de Washington que o PMDB ousou lançar agora, terá coragem de fazê-lo em campanha presidencial e justificar que pretende desmontar a CLT e estimular a livre negociação benéfica aos patrões e danosa aos trabalhadores? Terá coragem de afirmar que pretende desmontar a Petrobras e acabar com regime de partilha do petróleo do Pré-Sal e retirar os royalties que iriam para a Educação e a Saúde? E sobre o fim dos reajustes reais do salário mínimo e sua vinculação aos aposentados, defenderá que aposentados possam ganhar menos que salário mínimo? E sobre a Educação e a Saúde afirmará com todas as letras que deseja liberar os governantes dos investimentos mínimos nestas pastas para que eles possam gastar quanto desejarem, ou seja, menos? O que está em jogo não é apenas o governante do país, pois, existem interesses internacionais na desestabilização do Brasil (a Petrobras, o petróleo nacional, a destruição do projeto de soberania nacional, o engate à ré nos projetos do MERCOSUL, da UNASUL e do BRICS). Políticos oposicionistas não revelam suas verdadeiras intenções e uma parcela alienada do povo não consegue pensar além do que a mídia pensa por ela.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O título não faz o Mestre!

Há uma frase do escritor, poeta, romancista e dramaturgo francês Vitor Hugo (1802-1885) que muito aprecio e que diz: “a água que não corre forma um pântano; a mente que não pensa forma um tolo”. E por assim acreditar, mesmo tendo praticamente chegado ao topo do plano de carreira do magistério estadual ainda me faltando pela lei atual doze anos para a aposentadoria posso me dar ao privilégio de fazer cursos de aperfeiçoamento pelo prazer de estudar, por amor ao conhecimento e não mais pela imperiosa necessidade de avanços para garantir acréscimos ao salário. Penso que na Educação Básica trabalhamos num nível muito elementar e o profissional que não abraça os livros certamente regride. O motivo de minha alegria é que concluí o curso de especialização em Geopolítica e Relações Internacionais, que sempre desejei fazer, pois, sou fascinado pela temática. Tive mais dificuldades do que pensava, e houve oportunidades em que me questionei sobre os motivos que me levaram a fazer tal empreitada, pois, não necessitava de outro curso de especialização para avançar na carreira. Mas, como não gosto de começar algo e não levá-lo ao cabo renunciei temporariamente a minha leitura eclética e me dediquei tão somente ao curso, nem por isso, abandonei a leitura, mas, desta vez ela era dirigida, específica, e após muito titubear escolhi o objeto de estudo: a questão árabe-israelense. Fiz uma pesquisa na Internet sobre as obras escritas sobre o tema e escolhi 28 livros, sendo que adquiri em sebos (usados), os poucos que não encontrei nas livrarias do país (Internet), inclusive um livro raríssimo escrito pelo fundador do Sionismo Político, Theodor Herzl (1860-1904). Na fase decisiva não tendo tempo disponível para ler a totalidade dos livros adquiridos selecionei 19 obras, sobre os quais fiz a pesquisa bibliográfica. Como tenho dificuldade para escrever pouco e o TCC do curso era um artigo científico que não poderia ser superior a 25 páginas, fui aconselhado pelo professor orientador a suprimir trechos do artigo e aí veio o imbróglio da questão: como resumir sem perder a qualidade e sem deixar lacunas, essa foi a parte mais difícil, mas, tenho experiência nisso, pois, após escrever o artigo da semana que costuma ficar maior, passo então a resumir para caber no espaço da coluna. E na semana “D” entreguei o artigo científico que intitulei: “O Sionismo e o Apartheid na Terra Santa: do Holocausto Judeu ao Holocausto Palestino”, já devidamente revisado e com as correções sugeridas pelo professor orientador. Como acredito que o conhecimento deve ser compartilhado pretendo no próximo ano fazer palestras gratuitas para estudantes do Ensino Médio e vestibulandos conforme as portas me forem abertas para tal. Sobre o objeto de minha pesquisa, digo que se ao leigo um caminho para a paz na região é considerado difícil, para um estudioso do assunto beira à ingenuidade, mesmo assim, não deixei de apontar um caminho (utópico ou não) para a Paz. E concluo dizendo que estive várias vezes em Congressos e ao observar a lista dos palestristas, a titulação salta aos olhos, mas, não é incomum os menos titulados roubarem a cena. Penso que o título não faz o Mestre, pois, em si não é garantia de grande contribuição aos ouvintes, também, aos Mestres o título em si não basta, pois, ao abrir uma porta até então fechada, um corredor com inúmeras portas se abre perante ele que então se dá conta que nada sabe sobre o que as portas fechadas ocultam de seus olhos e de sua mente. A humildade é a mais sábia companheira de quem busca o conhecimento, a empáfia é a venda que impede ver a luz da sabedoria. Eu tenho muito que aprender, graças a Deus!