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segunda-feira, 19 de março de 2012

Os caminhos da Educação brasileira

Os caminhos da Educação brasileira

            Há alguns dias fiz uma fala para os novos professores PDE do NRE de Laranjeiras do Sul e lhes desejei que o caminho que leva ao sucesso fosse mal sinalizado e também com muitos buracos e pedras, mas, não se espantem, não estou adotando o estilo de alguns oradores estrangeiros que falam mal do Brasil e depois são contratados a peso de ouro por alguns mega-empresários conterrâneos para palestrar em terras “tupiniquins” sobre o infortúnio de não termos as competências que conduzem celeremente ao desenvolvimento de que estes julgam serem portadores, esquivando-se de fazer uma auto-análise crítica das atitudes historicamente tomadas e que os conduziram ao centro do sistema e relegaram à periferia os demais.
            Acredito que a estrada que conduz ao sucesso e, portanto ao crescimento, não é uma pista duplicada, bem sinalizada e com paisagens de tirar o fôlego; pelo contrário, é um caminho daqueles que muitas vezes parece levar do nada ao lugar nenhum e com paisagens que não parecem na maior parte do tempo nenhum pouco animadora, é preciso ter perseverança. Não há entre os professores um que  durante sua graduação ambicionasse um elevado padrão de vida e excelentes condições de trabalho; porém, a maioria costuma encontrar dificuldades no transcurso de sua carreira bem maiores do que esperava, sem no entanto desistir do ideal de vida abraçado. Ao contrário do que alguns pensam, professores não gostam de fazer paralisações, greves, etc. se o fazem é por necessidade, pois, como sabemos desde que o capitalismo é capitalismo, professores não podem trabalhar apenas “por amor”            como o afirmou certo político de outro estado, eles também precisam pagar suas contas, sim, aquela da farmácia (do remédio para combater a depressão) o magistério segundo pesquisa recente está entre as profissões mais estressantes, juntamente com policiais, médicos, etc. e disso resultam doenças psicológicas, psicossomáticas e físicas (LER – Lesão por Esforço Repetitivo).
            Dos professores se cobra que sejam pensantes, mas ao mesmo tempo, que não ousem pensar por conta própria algo que destoe daquilo que lhes foi reservado como classe trabalhadora de país subdesenvolvido. Mas, professores pensam e ainda acreditam em utopias de uma sociedade mais justa e em ver a Educação ser tratada como I-N-V-E-S-T-I-M-E-N-T-O e não como despesa obrigatória por conta de uma lei que “amarra” os recursos. Nada do que os professores digam terá valor se não comprovado pelos seus próprios exemplos, não poderá, por exemplo, ensinar aos educandos a serem verdadeiros cidadãos se ele próprio não for um cidadão, consciente de seus deveres, mas incansável lutador por seus direitos e nesse sentido ir à luta em busca de melhores dias para a educação brasileira.
            A Educação é algo tão importante para o desenvolvimento de uma nação, que sem um projeto sério de Educação, não há um projeto de país, pois pela sala de aula passam os cientistas, os inventores de novas tecnologias, os médicos, os advogados, os professores, etc. Todos tiveram a ajuda do professor, inclusive os políticos, e estes, se dividem em duas categorias os que apóiam a Educação (conscientes da importância da mesma para a sociedade e país) e aqueles que votam contra projetos para a melhoria da mesma (provavelmente levaram “bomba”, repetiram a série e querem mostrar que ninguém precisa da  Educação de qualidade, como o afirmou o ex-presidente George W. Bush “Vocês que tiveram desempenho fraco como alunos também podem ser presidentes (dos EUA)”. Isaac Newton afirmou certa vez “gigantes são os mestres nos ombros dos quais me elevei”, entre o exemplo de Bush e o de Isaac Newton, fico com Newton, pois este humilde escriba nas horas vagas e professor na maior parte do tempo, nada seria sem os mestres que teve.
            Educação... teus caminhos sempre foram poeirentos ou lamacentos, buracos e pedras ferem os pés no caminhar, mas como acreditar em utopias é a nossa profissão de fé, que a sinalização de dias melhores venha na forma de 10%  do PIB para a Educação, Piso Salarial cumprido, 1/3 de hora-atividade, fim das salas superlotadas e o principal, o reconhecimento justo do professor por parte da sociedade como “pedreiro” da grande construção chamada BRASIL!