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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

"Mas será o Benedito?"


“Mas será o Benedito?”


            A expressão “mas será o Benedito”? É utilizada por muitas pessoas, no entanto, boa parte delas sequer sabe a origem da mesma, que costuma surgir em momentos nos quais alguma surpresa lhes é desagradável, e, mesmo naqueles em que a indignação é a tônica. Na verdade, não há uma certeza absoluta, mas a hipótese mais provável é a de que o então Presidente Getúlio Vargas precisava nomear um interventor para o Estado de Minas Gerais e um dos postulantes ao cargo tinha o nome de Benedito Valadares. Com a demora de Getúlio em fazer a dita nomeação, os opositores de Valadares começaram a perguntar “será o Benedito”? E, foi! E mais tarde até se tornou nome de cidade, Governador Valadares¹.
            Existem outras hipóteses, mas esta é a mais aceita para uma expressão que faz parte do convívio social de qualquer brasileiro, afinal, quem num momento de contrariedade, não disse ou pensou: “mas será o Benedito”? Nesse ofício de escrever ou de lecionar, muitas vezes passei por tal situação, pois há pessoas que não aceitam que outras tenham sua própria leitura de mundo e de sociedade, as quais não necessariamente coincidem com as suas e às vezes de forma ferina nos criticam ou tiram satisfações como se fossem autores da verdade suprema, sendo que nem sempre o contrário de uma verdade é a mentira, algumas vezes há a questão ideológica, em que não se pode falar de certo ou errado, mas sim, do mais justo, correto, moral e ético.
Essa coluna possui o nome “A Vista de Meu Ponto!”, pois é a forma como eu vejo o mundo e nem por isso penso ser o dono da verdade suprema, tenho um único objetivo que é instigar a reflexão, no entanto, apenas forneço subsídios para o seu pensar. Como Nelson Rodrigues já o afirmou: “toda a unanimidade é burra”!² Assim é no confronto de idéias que há o crescimento, não se trata de uma ou várias disputas interpessoais, até por que não considero cultas as pessoas que competem para ser mais que o(s) outro(s) e sim, aquelas que buscam a cada dia serem melhores do que o foram no dia anterior. Uma pessoa sábia é aquela que sorve do outro tudo aquilo que pode para crescer mais e vê nos argumentos contrários uma possibilidade de crescimento intelectual, espiritual, moral e ético.
A interpretação é algo por si só muito complexo, não raras vezes, num grupo de pessoas, cada um chega a uma conclusão diferente de um mesmo texto ou fala, o que somente é esclarecido com várias releituras e discussões. Algumas vezes escrevo algo e alguém me interpela contrariado afirmando o mesmo que eu dissera, ou ainda algo que jamais intencionei fazê-lo e eu em silêncio recapitulo minha fala ou releio o texto procurando entrelinhas que jamais planejei e penso: “Mas será o Benedito”? 
                         
REFERÊNCIAS:
2.    http://livroseafins.com/toda-unanimidade-e-burra/ - acesso em 21 de fevereiro de 2012.

Leia antes que seja tarde! Parte 2

            No passado filósofos e reis faziam distinção entre guerras corretas e guerras incorretas e estas ocorriam conforme o clima, assim, no frio intenso ou no verão não havia combates. Sun Tzu ensinou que o verdadeiro objetivo da guerra é a paz e que uma guerra deveria ser rápida, pois, caso fosse longa haveria grande desgaste físico e emocional que baixaria o moral da tropa. Também ensinou que estratégia e informação são de suma importância numa guerra e que além de conhecer e examinar os pontos fortes e fracos do inimigo, o general devia fazer a mesma coisa com seu exército. O general também alertou que uma guerra somente deve ser iniciada depois de esgotadas todas as possibilidades justas de acordos de paz.

           Na guerra como em qualquer atividade humana, ética, estratégia e informação detalhada fazem a diferença entre triunfar e sucumbir, pois, como enunciara, a invencibilidade repousa na defesa e a vulnerabilidade no ataque, portanto, antes de marchar é necessário calcular lucidamente o custo a pagar pela empreitada e a recompensa advinda da mesma, assim, as tropas somente devem ser postas para marchar caso haja muito a ganhar e a vitória seja rápida. Mesmo conhecendo detalhadamente seu adversário, devem-se guardar essas informações num cofre, como sabemos o segredo é a alma de qualquer negócio inclusive da guerra, assim, enquanto o adversário acredita que você ou seu exército é despreparado, você o surpreende.

            Segundo Sun Tzu, a arte de melhor utilizar o tempo é estar um passo a frente do adversário e isso vale mais que a superioridade numérica do adversário. O general afirma que a melhor estratégia é atacar as estratégias dos inimigos, suas alianças e seus soldados em seu próprio campo. Antes de atacar o adversário deve-se garantir primeiro a tranqüilidade das cidades do seu próprio país, evitando semear a desordem nas próprias fileiras o que levaria à vitória do inimigo. Sun Tzu afirmou que um grande general não é arrastado ao combate, ao contrário, sabe impô-lo ao adversário, e, caso desejasse evitar o confronto, o inimigo não poderá obrigá-lo a lutar, pois poderá evitar que venha ao seu encontro. Uma grande estratégia é confundir o adversário, porém, não se deve pressionar um inimigo acuado e ao cercá-lo busque deixar uma saída para ele, caso contrário, ele lutará até a morte. Não se deve encarniçar contra um inimigo derrotado, pois isso faz parte da arte da guerra.

           Somente marche com a certeza absoluta da vitória, pois, existem estradas que não devem ser percorridas e exércitos que não devem ser atacados, terras que não devem ser contestadas e ordens do governo que não devem ser obedecidas. A decisão por marchar para a guerra jamais deve ser feita no momento em que o soberano estiver dominado pelo ódio ou vingança, e,  um bom comandante não deve mobilizar suas tropas se tiver o coração tomado pelos mesmos sentimentos, ambos devem aguardar dias mais serenos para ponderar, quando estarão de posse novamente do bom humor e do equilíbrio. Sun Tzu vaticinou: em batalhas quaisquer que sejam os resultados o gosto será sempre amargo, mesmo para os vencedores.

Sugestão de boa leitura:
TZU, S.. A Arte da Guerra. Editora Ciranda Cultural, São Paulo, 2008.

 

Leia antes que seja tarde! Parte 1


 Dizem que os grandes conteúdos vêm em embalagens pequenas, nada mais verdadeiro em se tratando do livro “A Arte da Guerra” de Sun Tzu. Na verdade, trata-se de um pequeno livro, porém, de grande significância filosófica, escrito por um general chinês a cerca de 2500 anos atrás e que foi encontrada em 1972 por arqueólogos chineses. É uma obra cuja leitura era considerada obrigatória pela alta hierarquia militar soviética e, conforme a lenda, a chave do sucesso de Napoleão Bonaparte. Atualmente é uma das obras mais lidas por executivos de grandes empresas que procuram aplicar seus fundamentos no mundo dos negócios.
          O livro traz valiosos ensinamentos para a vida e, de minha parte, lamento não tê-lo lido na minha adolescência, pois, certamente entraria na juventude e na idade adulta com um melhor preparo para os reveses que a vida muitas vezes nos impõe, perante os quais muitas vezes sucumbimos pela nossa ingenuidade e falta de estratégia. Como os ensinamentos são muitos, escrever sobre eles talvez resultasse numa monografia, que definitivamente não é o nosso objetivo. Trata-se de um livro cujas minúcias não devem ser desprezadas, há a necessidade de tempo para a reflexão, não é o caso de uma leitura para descontração, mas para um estudo filosófico. Esse tipo de leitura não é do agrado de todos, mas, certamente é enriquecedor.
            Sun Tzu escreveu sua obra, a qual foi lida pelo Imperador, este então o desafiou para que provasse a validade de seus fundamentos na prática, propondo-lhe treinar militarmente uma tropa composta por mulheres. Sun Tzu começa a treinar duas mulheres que faziam parte do harém do Imperador com a promessa deste de que seria o comandante do exército nacional caso obtivesse sucesso. Após ensiná-las sobre como treinar a tropa, dá a elas um prazo  para que adestrem sozinhas a tropa feminina e findo este prazo, vai conferir os resultados, mas as mulheres comandadas erram as ações solicitadas e riem como se tratasse de uma brincadeira, Sun Tzu chama as “comandantes” lhes dá novas orientações e um novo prazo para a realização daquilo que lhes foi solicitado, adestrar a tropa. Mas, as mulheres recrutas não entendem os comandos e riem de seus erros e em meio aos risos destas Sun Tzu, afirma: “se as ordens do comando não foram suficientemente claras, se não foram, totalmente compreendidas, então a culpa é do general” e, com a espada golpeia e mata a comandante que fracassou, e, que era a esposa preferida do Imperador, feito isto, a tropa de mulheres entrou em desespero e um novo prazo foi dado a comandante que restou, e, desta vez perante o general Sun Tzu e o Imperador, as mulheres executaram as manobras à perfeição.
Sun Tzu cobrou então sua premiação, mas o Imperador amargando a perda de sua amada, não recompensou Sun Tzu conforme combinado e este lhe disse: “o rei ama palavras vazias. Não é capaz de juntar o gesto às palavras”. Mais tarde, no entanto, o reino estava ameaçado por tropas inimigas e o Imperador teve que chamá-lo para comandar as tropas e, então, a genialidade dos estudos estratégicos do general  fez toda a diferença.

Sugestão de boa leitura:
TZU, S.. A Arte da Guerra. Editora Ciranda Cultural, São Paulo, 2008.