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domingo, 29 de janeiro de 2023

A importância da leitura e da análise do que se lê (2022)

 

            O ano de 2022 foi tenso, a geopolítica mundial cada vez mais complexa que deu origem a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, sem falar nos pontos de tensão em outras regiões, tais como: Taiwan, Irã, Kosovo, etc. As eleições presidenciais no Brasil e a tensão por ela gerada quanto ao risco de um possível golpe de Estado, a crise econômica e a queda do poder aquisitivo da população trabalhadora. Os contágios e mortes por Covid, que embora tenham se reduzido, persistem. O ano de 2022, tal como o ano anterior, foi extremamente desgastante do ponto de vista físico, mental e emocional. Sendo a leitura algo que me proporciona relaxamento e prazer, foi na leitura que consegui um pouco de paz ante o desastroso cenário socioeconômico que se descortina para a maioria da população brasileira.

            Em 2022 resolvi fazer uma nova especialização (Direitos Humanos e Movimentos Sociais), ao assim proceder, não visei ganhos financeiros (estou no topo da carreira no Magistério Estadual). A iniciativa de estudar é porque acredito que o cérebro é como os músculos, se não os utilizamos eles definham. O curso que concluí é um dos que sempre quis fazer (ainda falta um). O tempo que dediquei aos estudos, lendo obras concernentes ao curso, obviamente me tomou tempo, que em anos anteriores dediquei à leitura de obras literárias de minha livre escolha. Dessa forma, li apenas trinta e oito livros de literatura no ano passado (costumo ler cerca de setenta livros por ano).

            A iniciativa deste artigo não é a de se gabar, mas, a de inspirar. Algumas pessoas já me disseram que se iniciaram no hábito da leitura (ou a ele regressaram) ao ler as resenhas de livros que publico. Digo que também fui influenciado em tal sentido por mestres(as) que tive em toda a minha vida estudantil. Também foi assim quanto ao ato de escrever. A vida é uma troca entre gerações, apenas repasso as boas energias que recebi. No ano que passou, não fui muito criterioso na escolha das leituras, em relação a autoria/continentes, assim foram as minhas leituras: Oceania: 0,0%; Ásia: 2,7%; África: 0,0%; Europa: 28,9%; América: 68,4%. Das leituras de obras de autores americanos, a América Latina parece com 76,9% e a América Anglo-Saxônica com 23,1%. Quanto a leitura de obras latino-americanas por país: Brasil: 90% (47,3% da leitura global); Colômbia: 5% e Cuba 5%. Quanto a autoria/gênero das leituras realizadas: 76,3% sexo masculino e 23,7% sexo feminino. Março e Abril foram meses que li mais (7 livros/mês) e o mês que li menos, foi Dezembro (1 livro) e isso se explica pela sobrecarga do trabalho no Magistério nesta época. Em Janeiro também li apenas um livro, mas, foi Os Miseráveis (calhamaço para ninguém desdenhar). A partir desta análise, desejo ler em 2023 mais obras de autores latino-americanos (além do Brasil), africanos, asiáticos e, também mais obras de mulheres.

             As dez melhores leituras foram: 1. Os Miseráveis (Vitor Hugo); 2. O cortiço (Aluísio Azevedo); 3. Cachorro Velho (Teresa Cárdenas); 4. Um certo Capitão Rodrigo (Érico Veríssimo); 5. Ana Terra (Érico Veríssimo); 6. Maria Bonita: Sexo, violência e mulheres no cangaço (Adriana Negreiros); 7. Forrest Gump (Winston Groom); 8. Senhor e servo e outras histórias (Liev Tolstói); 9. O Sedutor do Sertão ou O Grande Golpe da Mulher Malvada (Ariano Suassuna); 10. Clube da Luta (Chuck Palahniuk). Como sempre faço, para evitar injustiças atribuo menções honrosas para as seguintes obras: Terra das Mulheres (Charlotte Perkins Gilman); Terra dos Homens (Antoine de Saint-Exupéry); A mulher que era o general da casa (Paulo Moreira Leite); Odorico na cabeça (Dias Gomes); Uma confissão (Liev Tolstói); Do que vivem os homens (Liev Tolstói); Riacho Doce (José Lins do Rego); O crepúsculo da democracia: Como o autoritarismo seduz e as amizades são desfeitas em nome da política; (Anne Applebaum); O declínio de um homem (Osamu Dazai); Infância, adolescência e juventude (Liev Tolstói); Do amor e outros demônios (Gabriel García Márquez); O Pagador de Promessas (Dias Gomes); O Menino Grapiúna (Jorge Amado). A minha decepção literária do ano foi com a famosa obra Os Maias (Eça de Queiroz). Sei que se trata de um clássico, mas, para mim não funcionou, talvez porque minha expectativa era muito alta. Enfim, encerro desejando-lhe um feliz ano novo, obviamente repleto de boas leituras!