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sábado, 12 de dezembro de 2015

O Brasil é um país sério?

Há algum tempo lamentei a sorte do Paraguai ante ao golpe praticado contra o mandato legítimo de Lugo patrocinado pela elite reacionária daquele país em prejuízo das classes populares que tinham no ex-presidente seu representante. Apesar de saber por conta de minhas leituras e reflexões que para a elite tupiniquim, os fins justificam os meios, por mais inconfessáveis que eles sejam, vejo instalado em nosso país a estratégia para repetir nestas terras o golpe paraguaio embora alguns digam que o Brasil não é o Paraguai, a oposição jura que é. Há uma frase de Charles de Gaulle que sempre me causou indignação e que diz: “o Brasil não é um país sério”! O que dizer de uma oposição com vários representantes citados ou investigados por corrupção e que almejam a vitória num processo de Impeachment contra uma presidenta para a qual nada foi encontrado para legitimar a sua cassação? Podemos chamar de séria e proba uma oposição que se une a um presidente da Câmara denunciado com farto material comprobatório de sua corrupção? Várias entidades internacionais e nacionais, dentre elas, a insuspeita OAB e vários juristas de renome afirmam não haver base legal para o Impeachment, mesmo assim num ato irracional e raivoso a direita prefere jogar o país no abismo, não se importando com os custos sociais e econômicos a serem pagos pelo povo. Justo uma direita que em matéria de combate à corrupção pouco ou nada fez quando esteve no governo? E que moral possuem o DEM, o PMDB e o PSDB para debater a ética na política quando lideram o ranking de políticos cassados por corrupção? Nunca confiei em Temer, antes da primeira eleição de Lula era contra alianças com a direita, sempre temi pelo que agora se evidencia, reconheço, porém que sem tal aliança a esquerda jamais teria chegado ao Governo, pois, o Poder sempre esteve nas mãos dos banqueiros, que tomaram este país de refém com os juros pornográficos que exigem. O PMDB sempre desejou ser cabeça de chapa, mas, quando tentou falhou, porém, diante da necessária governabilidade e sempre cortejada sua grande bancada agiu como uma prostituta de luxo, sempre pronta a trabalhar para quem pagasse o valor exigido. O PSDB conhece a reputação do PMDB e já acena o apoio a um improvável governo Temer. Brasileiro e democrata que sou não posso acreditar na prosperidade disso, mesmo assim, reflito: Estará o PSDB disposto a se PMDBizar? Exercer papel secundário? Pois, o PMDB certamente desejará lançar o próximo candidato presidencial! Se o PSDB quiser lançar candidato próprio, o PMDB aceitará voltar para o papel secundário? E o fator Lula? Afinal, Lula já arranca com 30% das intenções de voto e sempre cresce! E o documento intitulado: “Uma ponte para o futuro” bem ao gosto da elite financeira nacional e internacional e pautada no Consenso de Washington que o PMDB ousou lançar agora, terá coragem de fazê-lo em campanha presidencial e justificar que pretende desmontar a CLT e estimular a livre negociação benéfica aos patrões e danosa aos trabalhadores? Terá coragem de afirmar que pretende desmontar a Petrobras e acabar com regime de partilha do petróleo do Pré-Sal e retirar os royalties que iriam para a Educação e a Saúde? E sobre o fim dos reajustes reais do salário mínimo e sua vinculação aos aposentados, defenderá que aposentados possam ganhar menos que salário mínimo? E sobre a Educação e a Saúde afirmará com todas as letras que deseja liberar os governantes dos investimentos mínimos nestas pastas para que eles possam gastar quanto desejarem, ou seja, menos? O que está em jogo não é apenas o governante do país, pois, existem interesses internacionais na desestabilização do Brasil (a Petrobras, o petróleo nacional, a destruição do projeto de soberania nacional, o engate à ré nos projetos do MERCOSUL, da UNASUL e do BRICS). Políticos oposicionistas não revelam suas verdadeiras intenções e uma parcela alienada do povo não consegue pensar além do que a mídia pensa por ela.

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