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sexta-feira, 13 de maio de 2016

A política é como as nuvens!

Tenho sempre comigo a frase atribuída ao advogado, economista, banqueiro e político mineiro Magalhães Pinto (1909-1996) que dita: “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”. E por assim crer, antes de iniciar estas linhas, conferi as notícias e me surpreendi com a anulação da sessão do Impeachment na Câmara dos Deputados naquele horrendo espetáculo televisionado que colocou o parlamento brasileiro nu ante aos olhos da sociedade internacional. Eu tinha como certo o afastamento de Dilma no dia 11 de maio próximo, e já não sei o que afirmar, que não a veracidade incontestável do conteúdo da frase de Magalhães Pinto. A acolhida por parte de Waldir Maranhão da denúncia apresentada pela AGU e que solicitava a anulação da sessão por várias manipulações e erros cometidos no rito levado a cabo por Eduardo Cunha dá um novo alento aos defensores da democracia, mas, nem de longe se pode pensar em abaixar a guarda, o golpe prossegue, a aposta política de muitos parlamentares foi demasiado alta e eles sabem que queimaram o filme junto ao eleitorado esclarecido, inclusive, de boa parcela que votou na oposição ao governo atual, e, que se sente órfã, pois, não apóia Dilma, mas, não compactua com o golpismo, pois, ainda tem presente o prejuízo que representou ao país o golpe que implantou a ditadura militar no Brasil. A Grande Mídia investiu pesado no golpe moderno que tentou e tenta implantar em nosso país, e, passou anos criando todo tipo de constrangimento ao fabricar um ambiente negativo objetivando colocar a opinião pública contra o governo com a não veiculação de notícias favoráveis ao Planalto, ou seja, a estratégia da pauta positiva zero e pauta negativa plena. A situação chegou a tal ponto que a imprensa estrangeira visando bem informar seus leitores e telespectadores sobre o Brasil teve que deixar de basear suas reportagens na imprensa brasileira. E hoje, o mundo todo sabe por meio de seus jornalistas enviados ao país acerca do péssimo jornalismo praticado pelos principais veículos de comunicação nacionais que agiram como o mais ferrenho partido de oposição esquecendo-se que o maior capital de uma empresa jornalística é a credibilidade. Quando começaram a atentar para esse detalhe, muitas destas empresas, especialmente a Rede Globo, já estava reconhecida internacionalmente como uma Rede de TV manipuladora da opinião pública e líder do golpismo no país. O Jornal londrino The Guardian publicou artigo informando a participação da Rede Globo no golpe em curso no Brasil e João Roberto Marinho exigiu retratação do Jornal enviando-lhe uma carta para a publicação no mesmo espaço, no entanto, o jornal inglês relegou a carta ao espaço “carta do leitor”, foi um duro golpe para o Grupo Globo saber que seu poder só existe em terras tupiniquins, pois, somente aqui se permite que uma Rede de TV governe o país, pois, até mesmo o ex-presidente e General João Batista Figueiredo afirmou que na ditadura militar quem mandava no país era a Globo e há registros fotográficos de Roberto Marinho de braços dados com ditadores. A relação entre ambos pode ser comparada ao mutualismo, pois, a Rede Globo auxiliou na sobrevivência do Regime Militar e o Regime Militar fortaleceu a Globo. O Brasil não é uma nação desenvolvida, porque possui uma elite egocêntrica, atrasada e violenta que prefere ver o país como uma eterna colônia em troca de migalhas do capitalismo internacional a vê-lo soberano e desenvolvido, porém, livre de suas garras e bicos, pois, se o capitalismo internacional é a águia a predar nossas riquezas, a elite nacional é o urubu que devora as sobras. O saudoso Ulysses Guimarães cujos ossos não estão se retorcendo no túmulo por conta do que fizeram com o PMDB, porque o destino trágico não lhe concedeu o direito de ter seus restos mortais enterrados num jazigo. Penso que se eu tivesse vivido na época de Getúlio Vargas seria um getulista e faria oposição ao golpismo lacerdista; se eu tivesse vivido na época de João Goulart seria um legalista e me oporia aos golpistas que em 1964 patrocinaram o estado de exceção que o Brasil se tornou por 21 anos. Mas, sei que a política é como nuvem, o golpismo irá continuar, revertendo a decisão de Maranhão ou por outros meios, a luta está apenas começando. Independentemente do que vier a ocorrer terei orgulho de nunca ter aderido ao golpismo atual e também de ter combatido com os meios ao meu alcance e poderei dizer que estive do lado certo, ao lado dos que defenderam a democracia. E isso não é pouco!

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