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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

De que morreram os meus heróis – Parte II

A morte de Che Guevara, tal como a de Senna, aumentaram a proporção dos mitos que sobre eles se criou. Schumacher com sete títulos mundiais não se tornou um mito, mas um piloto memorável. Fidel, nunca alcançará a dimensão histórica da figura que Che representa ainda hoje. Che Guevara que assumiu como sua nacionalidade o latino-americanismo, se comovia com a situação de miséria e exploração pela qual passava e ainda hoje passa o povo latino-americano e pensador que era certa vez afirmou: “Se você é capaz de se indignar perante qualquer injustiça praticada contra qualquer ser humano em qualquer parte do planeta, então, você é um revolucionário como eu”! Uma frase linda, cuja profundidade revela a dimensão da alma daquele que deu sua vida pela liberdade da América Latina. Sempre é bom lembrar que Che não achou agradável a idéia de Cuba libertar-se do imperialismo estadunidense e entregar-se nos braços da URSS. Che apesar de guerrilheiro, afirmava para seus homens: “Se preciso for ser duro, porém, sem jamais perder a ternura”! Queria que seus soldados não perdessem a sensibilidade com o sofrimento das pessoas miseráveis do subcontinente. Che Guevara deu sua vida pela causa que defendia a libertação latino-americana do imperialismo estadunidense. O seu retrato mais famoso é aquele cuja pose de boina preta com uma estrela, rosto jovem, barba e cabelo desgrenhado foi adotada pelos partidos e movimentos sociais de esquerda. Atualmente, o capitalismo é hegemônico, o neoliberalismo reina absoluto no planeta, e como tal tenta impor o pensamento único. Che representa uma ameaça para os neoliberais de plantão, principalmente num momento em que a China é o país que mais cresce no mundo, apesar de adotar uma miscelânea de socialismo com mecanismos de economia de mercado e principalmente porque a América Latina dá uma guinada à esquerda, com vários presidentes dessa tendência, entre eles, Lula (Brasil), Evo Morales (Bolívia), Hugo Chaves (Venezuela), etc. Assim, é muito mais importante para os capitalistas cultivar o mito de Ayrton Senna, um “self made man” (homem que se fez sozinho) e que comprova a possibilidade de ascensão social do capitalismo que segundo os mesmos ocorre de acordo com os méritos de cada um, a prática demonstra que a coisa não é bem assim! Ayrton, pessoa maravilhosa em vida, não deve jamais ter sua imagem associada à ideologia capitalista. O mito que representa é estimulado pelos méritos próprios e porque jamais dirigiu críticas aos mandatários do poder político e econômico, preferindo agir a esperar as soluções do poder público. Che, no entanto, representa uma ameaça, cuja morte, não destruiu e sim tornou mais forte. Representa o líder de uma revolução silenciosa, sem armas, sem sangue, que ocorre no dia a dia e que leva a maioria da população a ocupar o papel que a elite sempre lhe negou o de ditar os próprios rumos de suas vidas, por isto, tentam fazer o que as balas não fizeram para tentar destruir o mito, associá-lo ao terrorismo. Não se trata, porém de medo da implantação do socialismo! Certa vez li: “Grandes revoluções não são mais necessárias e sim pequenas revoluções diárias, a da educação, da saúde, da lisura no uso do recurso público, a conscientização política, etc.”. E é justamente isso que preocupa certos setores da elite!

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