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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A educação dos filhos: Missão (im) possível! – Parte I

Todos os seres vivos têm uma grande missão em seu efêmero período de vida: a reprodução. Ao se reproduzir os indivíduos alcançam a imortalidade genética, ou seja, passam a frente a informação genética de que são portadores. A natureza sempre seguiu esse padrão, porém, a espécie humana, a mais “evoluída” se é que assim a podemos considerar pode decidir o momento da reprodução e se ela irá ocorrer ou não. São cada vez mais comuns os casais sem filhos principalmente entre as classes mais abastadas e de maior nível cultural que decidem não os tê-los para que a vida do casal não seja alterada. Para outros se deve ao fato do conhecimento das dificuldades que se abatem sobre as pessoas que têm de conciliar a educação dos filhos com o pouco tempo disponível devido ao trabalho. Ter filhos é algo tão importante e que demanda uma responsabilidade que não se esgota durante a vida dos progenitores. Penso que deveria haver um curso de formação educacional sólida para todos aqueles que desejassem ser pais inclusive com a obrigatoriedade de exames psicológicos demonstrando estarem aptos para tal, pois sabemos da grande quantidade de crianças que sofrem maus tratos ou abusos. No entanto, isto é sonhar alto tendo em vista como não poucas vezes ocorrem as gravidezes, de forma não planejada, principalmente entre os jovens. Outras pessoas achariam um absurdo que a reprodução, um direito de qualquer pessoa ser questionado pelo Estado e não lhes tiro a razão, pois seria o primeiro passo para se discutir o direito dos pobres de se reproduzirem por não terem as condições materiais para tal, um completo absurdo na minha forma de pensar e que não está livre da polemização por parte de alguns integrantes da sociedade. Não se pode negar ao pobre o direito de ter filhos, mas deve-se orientá-lo sobre as implicações de uma família numerosa. A pobreza demonstra a imperfeição da sociedade e deve ser combatida, a reprodução é parte da realização humana, embora haja quem discorde. A fome não é resultante da falta de alimentos, mas sim de sua má distribuição, assim também o é a pobreza, pois, o capitalismo é um sistema injusto que concentra a riqueza nas mãos de poucos e distribui para a maioria a miséria. A educação é o único caminho para uma paternidade mais responsável, não afirmo com isso que as gravidezes não planejadas deixarão de ocorrer, pois pesquisas já demonstraram que não há falta de informação entre os adolescentes, e que, para não perder um momento agradável os jovens jogam com a sorte quando no calor das emoções deixam de se prevenir quanto a uma possível gravidez ou DST. A gravidez não é doença, pelo contrário é uma demonstração de saúde, porém, preocupa e muito quando a idade não é adequada. Gravidezes não planejadas ocorrem em todas as faixas etárias reprodutivas da mulher e em todas as classes sociais e mesmo de instrução. Nos EUA, há escolas que contam com um boneco que imita um bebê de 5 kg e que cada jovem tem que levar para casa durante um final de semana, em seu braço é colocado uma pulseira com uma chave que o mesmo deve inserir no boneco, sempre que ele “chorar”, pois é programado para fazer isso várias vezes ao dia simulando as situações de fome e necessidade de trocas de fralda. A pulseira é intransferível, não podendo ser utilizada por ninguém que não o jovem e o tempo que o boneco demora em ser atendido bem como agressões, etc. são gravados em sua memória, caso não cumpra direito com a tarefa, pode ter que repetir a experiência em outro final de semana.  Os pais apóiam o programa e alguns meninos e meninas que levaram o boneco para cuidar afirmaram ser muito difícil e que não querem ter filhos. É uma experiência interessante, mas cá no Brasil em cujas escolas muitas vezes falta o básico, a conscientização deve ser realizada em todas as disciplinas e cabe aos pais criar um clima de confiança mútua com os filhos para conversas sobre o tema. Este tipo de conversa é mais difícil para os pais com pouca instrução, mas viável quando os mesmos têm disposição para tal, o que preocupa são os pais ausentes que não criam tal clima com os filhos e não estão presentes na escola acompanhando o desenvolvimento educacional dos mesmos. O prazer de ter filhos não se encerra na concepção, pode e deve se prolongar durante a paternidade desde que os pais saibam que participam de um projeto maior: o aprimoramento da sociedade humana, para a qual além dos genes há a necessidade imperiosa da educação assumida como o maior legado para seus herdeiros de sangue ou do “coração”.

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