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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A filosofia do copo meio cheio, meio vazio.

Achei curiosa a forma como as pessoas reagiram à derrota de seus candidatos nas eleições recentes, alguns afirmavam que o pleito eleitoral mostrou que o povo não liga para as propostas e o histórico dos candidatos, sendo impossível ganhar uma eleição sem despejar um grande montante de dinheiro na campanha. Outras afirmavam que devido à quantidade de votos que os seus candidatos receberam sem que tivessem grandes recursos, fica provado que é possível sim fazer política sem dinheiro. Esses comentários comprovam que as pessoas reagem de formas diferentes aos acontecimentos, pois como alguém já disse, diante de uma situação de crise, há pessoas que se desesperam, outras vêm nela oportunidades. Acredito que é verdadeira a filosofia do copo com água pela metade, alguns enxergam nele um copo meio vazio, outros, um copo meio cheio. A mesma coisa ocorre na avaliação das ações dos mandatários do Poder Executivo, alguns acham que o copo pela metade (a gestão) está meio vazio, ou seja, que a administração foi fraca, outros ao olhar para o mesmo copo (a gestão) consideram que houve progressos notáveis. Mas há detalhes que muitas vezes escapam despercebidos, o copo com água pela metade, apresenta água de boa qualidade? Ou está contaminada? A água será aproveitada? Quem se beneficiará dela? O custo da água é razoável? É compatível com a sua qualidade e com os preços de mercado? Ou é água de rua ou de poço contaminado, faturada com o preço de água mineral Perrier? Enfim, são apenas algumas indagações! Pois, infelizmente observo que as pessoas não são suficientemente politizadas para compreender a importância do voto e das eleições para as suas próprias vidas. Somente isto explica o desinteresse, a apatia de muitos pelas eleições e a ingênua esperteza que outros pensam ter ao negociar o próprio voto. Há políticos que querem que a miséria se perpetue, pois são justamente os mais miseráveis que vêm no copo pela metade o “copo meio cheio” e degustam a água de qualidade duvidosa que lhes é ofertada como se fosse uma legítima “Perrier”. Outra coisa que achei interessante, para não dizer, repugnante, é a visão que algumas pessoas têm das pessoas carentes, sendo estas últimas vistas como oportunistas que preferem ficar na miséria a trabalhar e desta forma apenas receber bolsas-auxílio, cestas básicas, etc. Concordo que isso pode ser verdade para algumas, mas não o é para todas! Tenho ojeriza à generalizações e o pensamento corrente por parte de algumas pessoas privilegiadas parece ser de que só é pobre quem quer, o que não corresponde à realidade! Mas aí também entra a filosofia do copo meio cheio, meio vazio, pois, ao vermos a situação em que vivem as pessoas mais pobres, ficamos angustiados, no entanto, muitos deles são felizes no pouco, ou seja, aprenderam ver no próprio copo que costumeiramente se apresenta pela metade que a vida e a sociedade lhes deram, o copo meio cheio e assim são felizes! Acredito que as eleições mostraram que a Educação e a Justiça têm um longo caminho pela frente para que num futuro que hoje vejo distante, o resultado seja a vitória exclusiva da retidão de princípios e métodos em todo o processo eleitoral para que assim todos os brasileiros possam tomar água tratada em copo cheio a preços módicos e não ao custo de água mineral Perrier.

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