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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Sobre educandários e pontes

            Após vários meses de construção, o educandário concluído, é inaugurado, com um custo de R$6,6 milhões de reais e um espaço de 4,7 mil m², que visa atender até 70 adolescentes infratores. Obra polêmica, de um lado seus defensores afirmando que a mesma pode gerar 120 empregos diretos, e que o referido educandário ajudará a movimentar a economia do município, seja com os salários pagos aos funcionários ou com as aquisições realizadas para a manutenção da unidade feitas no município.
            Mas o educandário não é unanimidade, uma pesquisa de opinião feita por um provedor de internet quando do anúncio da escolha do município para sediar a unidade, já apontava a imensa maioria contra tal obra nestas terras. Há os que se preocupam com a possibilidade de rebeliões como as constantemente divulgadas pelos meios de comunicação, principalmente nas unidades de São Paulo, consideradas mais inseguras do que as paranaenses. Fomos informados de que recentemente houve uma tentativa de rebelião em Foz do Iguaçu em um educandário semelhante ao de Laranjeiras. Se isto é verdade, prova que a possibilidade como sabemos, de fato existe. Também algumas pessoas afirmam que, ter o município um educandário não é algo que traga orgulho, outras obras seriam mais bem vindas.
            Mas como o Brasil insiste em ser brasil (isso mesmo com letra minúscula), educandários são cada vez mais necessários, afinal investe-se pouco em educação, dando aos jovens escolas de terceiro mundo com improvisação de salas ou até de toda escola e se constrói uma estrutura excelente para recuperar o que poderia ter sido evitado, se o país fosse menos injusto. Em Porto Barreiro, O Colégio Gabriela Mistral custou R$1,1 milhão (seis vezes menos que o educandário) e atende centenas de alunos. O que estou tentando dizer é que trabalhar na recuperação sai mais caro. É mais caro reconstruir pontes que desabaram por falta de manutenção, inclusive com a perda de vidas. É mais caro refazer o asfalto cheio de crateras do que fazer uma manutenção periódica, etc. Assim, é mais caro construir e manter educandários que escolas.
            Acreditamos que as autoridades deveriam ter um plano de aumento de investimentos em educação, mais escolas para possibilitar o turno integral (manhã e tarde), melhor aparelhamento das escolas, psicólogos, nutricionistas, alimentações na própria escola em refeitório adequado e professores com melhores condições de trabalho, bem formados e motivados com salários justos que sofram reajustes anuais como determina a Constituição Federal. Tal plano não pode ser realizado da noite para o dia e nem de ano para outro, é um plano a longo prazo que pode ser implantado totalmente em 10 ou 20 anos, mas precisa ter um início logo, se pretendemos deixar de ser Terceiro Mundo, os países desenvolvidos e aqueles que estão a caminho do primeiro mundo como é o caso da Coréia do Sul trilharam o caminho da educação para se desenvolver.
            Alguém já disse: “somos o que pensamos”, se queremos um dia ser Primeiro Mundo, precisamos começar a pensar como tal.

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