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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Derrota amarga!

Tenho por hábito guardar artigos que considero interessantes e certa vez vasculhando minhas pastas de papéis (hoje dou preferência a arquivos digitais) encontrei um artigo que considerei uma crítica contundente ao governo FHC, e, conforme lia, o entusiasmo aumentava, pois, o artigo ia na contra-mão do governo que tínhamos, então, cheguei ao final do texto e vi para meu espanto que o autor era o então professor Fernando Henrique Cardoso muitos anos antes de chegar ao Planalto. Faz sentido aquela frase “esqueçam o que eu escrevi” e que agora parece estar sendo substituída por “esqueçam o que eu disse”, pois, o ex-presidente costuma não corresponder ao status de intelectual que dispõe e costuma pecar em seus pronunciamentos escritos e orais pela falta de uma maior reflexão e tem o hábito posterior de negar e até mesmo culpar a interpretação dos jornalistas, leitores e telespectadores por suas falas irrefletidas. Lembro também ter lido que um político ultraconservador que apoiou e foi apoiado pela ditadura questionou um poderoso “coronel” da política sobre os riscos de colocar um homem de “esquerda”, um “subversivo” no Poder (FHC) na sucessão de Itamar Franco e o “coronel” o tranqüilizou afirmando: “calma, às vezes para que tudo continue como está é preciso mudar”. E o governo FHC foi um governo “mais do mesmo”, aprofundou o neoliberalismo iniciado no governo Collor, e teve como grande aspecto positivo o Plano Real que chamou para si a paternidade, quando na verdade, o título de Pai do Plano Real cabe ao injustiçado e já falecido Itamar Franco. FHC em sua coluna de domingo (07/12/2014) na Gazeta do Povo, com o título “Vitória amarga” afirmou: “[...] é indiscutível a legalidade da vitória, mais discutível sua legitimidade”. Ora, quem é FHC para questionar a legitimidade do governo Dilma? Ele que em proveito próprio deu um golpe branco na Constituição fazendo aprovar uma emenda constitucional com denúncias comprovadas de compra de votos de parlamentares pela “bagatela” de R$ 200.000,00 para cada voto favorável à reeleição para que o tucano-mor permanecesse em seu ninho no Planalto. Como pode questionar a corrupção? Quando em seu governo apoiado pela maioria absoluta que tinha no Congresso, e o apoio do “Engavetador Geral da República” arquivava-se todos os processos evitando a apuração de possível corrupção mesmo contra todas as evidências reunidas? Como pode aparecer na mídia com um ar solene de grande representante dos interesses da Pátria? Quando foi o maior lesa-pátria deste país, pois, a Privataria (privatização+ pirataria) Tucana foi o maior escândalo de corrupção deste país e que se deu pela má-gestão dos recursos públicos num processo de privatização eivado de vícios que em qualquer país onde a Justiça e o Parlamento primassem pela isenção e pela correção teria sido apurado com grande rigor e muitos “paladinos” da ética na política que hoje discursam livremente estariam atrás das grades. FHC não foi o presidente mais amargo deste país, este talvez tenha sido o General João Baptista Figueiredo que pediu “que o esquecessem”, mas, dentre os ex-presidentes, FHC é com sobra o mais amargo, isto, porque Lula foi eleito e contrariando as suas expectativas fez um bom governo, foi reeleito, fez a sucessora e esta se reelegeu. Lula é de longe em nível nacional e internacional o mais prestigiado ex-presidente brasileiro, é também o mais premiado e o povo o adora. O governo FHC quando comparado ao de Lula possui números muito inferiores. FHC encontra grande simpatia apenas na Casa Grande, entre os representantes do grande capital nacional e estrangeiro. Penso que a amargura de FHC não é apenas a questão de ver a corrente política adversária no poder, talvez, a razão de sua amargura esteja na sua consciência, ou seja, que poderia ter sido um presidente melhor e não o foi, pois não se ganha aplausos e o carinho do povo, sem sair do povo, viver no meio do povo e para o povo.

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