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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Um pequeno passo, um grande salto civilizatório!

Quando Barack Obama se elegeu presidente dos Estados Unidos da América eu comemorei, afinal, não obstante os méritos pessoais que o levaram à Casa Branca, ele era do Partido Democrata, portanto, um pouco mais palatável ao povo latino-americano e tratava-se do primeiro presidente negro daquela nação internacionalmente conhecida pelo preconceito racial de parcela de sua sociedade. Ao comentar alegremente a eleição de Obama com meu pai que não teve a oportunidade de estudar além dos primeiros anos escolares, devido às dificuldades da época (pobreza e difícil acesso às escolas), ele com a sabedoria que a escola da vida lhe deu interrompeu meu comentário vaticinando: “Não se engane, Obama é negro, mas não será esse presidente que você pensa, por trás dele há os Estados Unidos da América e por mais que ele tente não conseguirá mudar a forma de agir daquele país”! Meu pai mais uma vez mostrou estar com a razão! Barack Obama chegou à Presidência tendo que segurar um rojão, a crise econômica internacional que teve naquele país o estopim e que originou um caos econômico que perdura até os dias atuais. A crise ocorreu pelo excesso de desregulamentação, pois, os estadunidenses têm horror ao controle estatal e mais uma vez a história mostrou que um dos maiores crimes que uma nação capitalista pode cometer é deixar o controle absoluto do capitalismo nas mãos dos capitalistas. O mundo todo ainda sofre com uma crise que somente não é maior graças à China e aos países emergentes, e tais países são justamente os que mais aumentaram a participação na economia mundial. No outro extremo, as nações que aderiram ao “oba-oba” da desregulamentação e da liberalização econômica são justamente as que se encontram em maiores dificuldades. Os Estados Unidos nas últimas três décadas viu a concentração da renda e a pobreza aumentarem astronomicamente e os países europeus batem recordes de desemprego em décadas. Mas Obama não pode ser culpado pela crise atual, pois esta ocorreu por erros de governos anteriores, principalmente, de George Bush (filho) na condução da economia estadunidense. Obama logo no início de seu governo ganhou o Prêmio Nobel da Paz e eu nunca entendi a razão disso, pois, ele não havia feito nada realmente significativo para merecê-lo, pois, palavras de paz, são como disse apenas palavras (Guantánamo continuou funcionando, as linhas gerais de ação do Imperialismo estadunidense se mantiveram), porém, em fins de 2014 algo mudou, pois com a intermediação do Papa Francisco, Barack Obama e o Presidente de Cuba Raul Castro anunciaram o reatamento de relações diplomáticas, a troca recíproca de prisioneiros tidos como espiões, a disposição de ambas as partes de reativar suas embaixadas, etc. Penso que enfim, Obama teve a atitude de um grande estadista, pois, a Guerra Fria terminou há mais de duas décadas, e o embargo econômico imposto à Cuba trouxe muito sacrifício à população daquele país caribenho e nenhuma vantagem para a nação estadunidense que ganha mais com o reatamento das relações porque reduz um pouco da animosidade das nações latino-americanas e europeias, que há muito pediam essa atitude da nação Ianque cuja teimosia parecia aos olhos dos observadores como algo infantil que já não suportavam mais. Encerro parafraseando Neil Armstrong quando da conquista da Lua em 20 de Julho de 1969, “a atitude de Obama é um pequeno passo para os Estados Unidos da América, mas, um grande salto civilizatório para o planeta”.

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