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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A corrupção aparente e a hipocrisia – Parte 2

Após o resultado das últimas eleições ficou flagrante a intolerância e a ignorância de parte da direita e extrema-direita da sociedade brasileira, que, além de criticar quem votou pela continuidade do Governo Dilma xingando-os de impropérios que evidenciam porque um político como Bolsonaro consegue se eleger como representante da sociedade no Parlamento, pois, infelizmente, Bolsonaro é retrato fiel de uma parcela da sociedade. Nas redes sociais passados mais de sessenta dias da eleição ainda xingam de idiotas e vagabundos os eleitores de Dilma, penso que isso não diz nada a respeito das pessoas que decidiram pela continuidade do projeto progressista iniciado com Lula, mas diz bastante a respeito da personalidade e educação das pessoas que fazem tais xingamentos. Delfim Netto logo após a eleição afirmou: “Na minha opinião, um problema sério prejudicou Aécio. Ele foi apoiado por um grande número de pessoas com um preconceito gigantesco. É o sujeito que diz: Eu me fiz por conta própria, eu trabalhei, eu estudei. Não fui como esses vagabundos”. Segundo o economista, tais discursos de parte da população alinhada ideologicamente à direita fez com que as pessoas que receberam/recebem benefícios do governo, percebessem que se Aécio era apoiado por tais pessoas, certamente Aécio não representava algo bom para elas, ou seja, o apoio de tais pessoas foi um tiro no pé para o candidato tucano, afinal, quem nunca ouviu aquela frase “diga-me com quem andas e te direi quem és”? Há alguns meses estava no centro da minha cidade com alguns colegas do sindicato dos professores abordando pessoas para dar-lhes informações a respeito do Plebiscito Popular pela Reforma Política e solicitando que caso fosse o desejo destas que votassem na urna que tínhamos instalado naquele local. O Plebiscito obviamente não tinha o apoio da grande mídia e por isso muitas pessoas dele não tinham conhecimento e após nossas explicações exerciam o seu direito cidadão e votavam, outras afirmavam estar com pressa e não davam a importância devida ao ato que visava fazer pressão sobre o Congresso Nacional para a necessidade da Reforma Política. Parei um senhor que caminhava e ele me perguntou do que se tratava e expliquei o que era o Plebiscito e afirmei que o objetivo era tornar o Brasil mais democrático e dar mais poder ao povo, momento em que este senhor me interrompeu exaltado afirmando: “Dar mais poder para o povo? Sou contra isso de dar mais poder para o povo”! Estarrecido comentei com os colegas e uma colega fez a observação: “Nenhuma surpresa! Você não observou as roupas dele”? Respondi que não e ela disse: “Provavelmente é um fazendeiro”! Nada contra os fazendeiros, mas, sabemos que existem pessoas que tem saudosismo da ditadura militar e que são avessos à democracia! O Deputado Federal Marcelo Freixo (PSOL) afirmou que “a Reforma Política é essencial para a democracia e é a Reforma Política e não o PSDB o antídoto para a corrupção. E também que o debate sobre a corrupção é um grande equívoco, mas, esclarece que não considera a corrupção algo menor, mas, que sem a Reforma Política tanto o PSDB quanto o PT teriam os mesmos financiadores. Ou seja, se o político tem financiadores ele vai governar com quem”? Ou alguém pensa que os empresários que doam milhões o fazem apenas por um ato cívico sem outros interesses? Se o empresário doa milhões para a campanha ele vai querer receber de volta valores muito superiores em contratos de obras, de serviços, de venda de produtos que muitas vezes ocorrem com licitações fraudadas.

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