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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

[...]Para situação que está precária...

Os anos 2003 a 2010 formam a assim chamada Era Lula, nesse período houve transformações na economia do país, grandes mudanças também eram esperadas no que tange à reforma agrária, pois, Lula se elegeu com o apoio dos movimentos sociais e dentre estes os socioterritoriais. Em seu governo Lula recebeu o MST no Palácio do Planalto e também os representantes dos ruralistas para conversar acerca da questão fundiária avisando que reforma agrária era uma necessidade do país, porém, deveria ser conduzida de forma serena e solicitou que se evitassem ações que resultassem em violência no campo. Alertou também que os transgressores da lei seriam colocados frente à Justiça. Em seu governo Lula não criminalizou as ocupações tal como fez FHC, também, é verdade que o MST não pressionou Lula com toda a disposição que poderia, pois, tal movimento social mesmo sabedor que “sem pressão a reforma agrária não anda” se viu numa situação nova, o novo governante, era um velho aliado e assim o MST concedeu tempo para que o governo implantasse a sua política de reforma agrária. O Governo Lula surpreendeu seguindo por outro caminho no qual ao invés de priorizar a desapropriação de terras e assentar o maior número possível de famílias optou por introduzir o conceito de que a qualidade era mais importante que a quantidade, dessa forma, era mais importante o acompanhamento e a oferta de soluções para os assentamentos rurais já existentes para que estes alcançassem o êxito. Nesse mesmo sentido, na gestão de Lula houve maior incentivo à agricultura familiar e maior acesso ao crédito para pequenos proprietários, porém, houve críticas dos movimentos sociais, bem como dos estudiosos da questão agrária brasileira, para os quais, a atitude governamental de qualificação dos assentamentos rurais já existentes era ótima, mas, seria ainda melhor se acompanhada de uma consistente política de redistribuição da terra visando amenizar os fortes contrastes existentes em nosso país quanto à distribuição da terra e da renda. Mesmo não priorizando números absolutos de desapropriações, Lula em seu primeiro mandato assentou mais famílias que FHC em igual período, a situação se inverte se comparamos o segundo mandato de ambos. Penso que o Governo Lula foi muito eficaz em vários campos de atuação, porém, deixou uma sensação de incompletude quanto à reforma agrária, pois, houve avanços, mas não ao ponto de corresponder à expectativa que talvez fosse exagerada, pois, não se reforma em oito anos uma estrutura fundiária nascida com os pés na colonização e as mãos na escravidão, mas ficou a sensação de que era necessário avançar mais, a tarefa ficou então para a sua sucessora, a Presidenta Dilma. A análise preliminar dos primeiros anos de Dilma no que concerne à redistribuição da terra não empolga, a reforma agrária caminha devagar e segundo informações de pessoas que lhes são próximas isso ocorre não pelo fato do não reconhecimento da importância da reforma agrária para o desenvolvimento nacional e sim pela exigência que faz de projetos de reforma agrária com alta qualificação, pois a Presidenta é muito minuciosa e analisa com rigor técnico cada novo projeto e não se empolga com números, quer qualidade. Dilma vem conduzindo com sucesso a economia nacional, pois, está conseguindo fazer o país atravessar a pés enxutos o lamaçal da crise mundial (logicamente, não sem alguns respingos de barro), e isso não é pouco se olharmos para o outro lado do Atlântico, onde a lama se assemelha à areia movediça e que a cada movimento dos países europeus faz suas economias ficarem ainda mais atoladas, porém, a reforma agrária parece andar em marcha lenta, os números são inferiores aos dos primeiros mandatos de FHC e Lula e isso traz certo sentimento de preocupação, pois, é preciso avançar com mais rapidez, a reforma agrária precisa ser desburocratizada.

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