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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Não nos levem a sério!

A frase “o Brasil não é um país sério”, atribuída equivocadamente ao general francês Charles De Gaulle sempre me causou indignação, porém, começo dar o braço a torcer, pois, tal frase se encaixa perfeitamente ao momento que vivemos. Nos governos progressistas de Lula e Dilma, o Brasil ganhou uma projeção internacional que nunca teve antes, os avanços sociais são inegáveis e renderam reconhecimento além de prêmios internacionais. O Brasil faz parte do BRICS, consolidou o MERCOSUL ao voltar-se para seus vizinhos deixando de ser aquele estranho no ninho da América do Sul com o olhar perdido, submisso e fiel, tal como um cãozinho vira-lata à espera de seu dono, o Brasil sempre esperou por migalhas de atenção e de oportunidades oferecidas pelas metrópoles (EUA e Europa). Quando enfim, começamos a vislumbrar um futuro promissor, tal como num castelo de cartas, um vento reacionário começou a soprar continuamente e nossos sonhos foram ao chão. Foi a revolta da Casa Grande que não suportou mais ver e ser obrigada a conviver com essa gente diferenciada (pobres) freqüentando o Shopping Center e lotando o aeroporto além de entulhar as ruas com seus automóveis populares. De dentro de seus carrões a elite bradou: País desenvolvido é o que fornece transporte coletivo de qualidade para a classe trabalhadora! Faltou afirmar: para que nós da elite possamos utilizar nossos carros de luxo em ruas livres e longe do cheiro de suor dessa gente. Acusaram o PT de inventar a divisão de classes, até parece que para essa gente que assim afirma, a elite dividia a mesa do jantar e a sala de reuniões executivas das empresas com seus trabalhadores. FHC ao assumir seu primeiro mandato afirmou que vinha para acabar com a Era Vargas e isso implicava em desestatizar, desregulamentar e liberalizar a economia de tudo o que constituía entraves para os Senhores da Casa Grande, sendo que, para tais senhores, o acesso dos pobres ao mínimo para viver com dignidade não pode cercear a possibilidade do enriquecimento infinito da elite. Os direitos trabalhistas são a bola da vez, pois, são considerados obstáculos e a classe capitalista grita que é necessário acabar com o populismo e Temer vem para levar a cabo a missão na qual FHC não obteve êxito, destruir a CLT. Os pelourinhos mudaram, o açoite diário é agora psicológico, porém, não menos brutal, fere a alma por meio do preconceito social que grita aos ouvidos daqueles que nasceram livres, porém, com um dos pés na Senzala de que pobres não podem frequentar os espaços destinados às “pessoas de bem” da elite como as Universidades e nem mesmo exercer profissões a elas destinadas, tais, como a Medicina, a Magistratura, etc., menos ainda governar. Somente culpa o PT pela divisão de classes quem é alienado e sempre viveu no interior da Casa Grande, pois, se à “janela da consciência” se dirigisse veria os integrantes da Senzala (os trabalhadores) massacrados em sua rotina diária como peças de uma engrenagem desumana e exploratória que beneficia unicamente aos capitalistas. A Casa Grande sempre se manteve em pé porque tem nos integrantes da Senzala sua sustentação, no passado pela coerção via castigos físicos e na atualidade pela alienação de uma mídia imbecilizante e golpista, e também por uma escola que educa para a manutenção do status quo da sociedade por meio de professores conservadores e/ou alienados, e, da perseguição aos que ousam questionar a ordem estabelecida e a fé inquebrantável na infalibilidade do “Deus Mercado”. A sessão do processo de Impeachment na Câmara dos Deputados em rede nacional de TV foi um verdadeiro show de horrores e deixou nus os “nobres” parlamentares (61% réus ou investigados por corrupção) ante uma população estarrecida, com a desfaçatez com que escancaravam seu fisiologismo. Sempre guiados por Eduardo Cunha, um réu do STF, que surrealmente, para vergonha nacional, preside a casa. O Brasil virou motivo de chacotas no exterior, e, até se fez piadas como a que diz: “no Brasil, político que não anda na linha e insiste em ser honesto perde o mandato”! Um humorista estadunidense disse que “60% dos parlamentares eram criminosos e isso era aqui considerado algo bom, pois, no Congresso Nacional havia 40% menos criminosos do que nas penitenciárias”. Digo então: Não nos levem a sério! No Brasil as instituições públicas são uma piada pronta em que a Casa Grande é a única a rir e a parte consciente da Senzala tenta reagir, mas, é impedida pela parte conivente porque se o Senhor de escravos está feliz ele continua a açoitar diariamente, mas, com menos força!

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