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quinta-feira, 7 de abril de 2016

Uma época de merda e de maus poemas!

O advogado João dos Santos Gomes filho, em seu artigo “Conduzindo Lula” cita Carlos Drummond de Andrade, o nosso eterno poeta, quando este em sua língua mater, a poesia, afirmou: “Vivemos uma época de merda e de maus poemas”. Por várias vezes assisti intelectuais entrevistados na TV discorrendo sobre a necessidade da discussão da política (não partidária) em sala de aula ante ao quadro atual de completa ignorância política que atinge a sociedade independentemente de seu nível de instrução ou classe social, cujo discurso mesmo dos jovens ainda em processo formativo básico tem como base o senso comum. Em pleno século XXI, parte da sociedade não consegue transformar a quantidade colossal de informações com que é bombardeada em conhecimento, algo que sequer o diploma é capaz de fazer, pois, depende da capacidade intelectual e esforço de cada um, não raro, muitos diplomados continuam alienados. Nessa triste época que vivemos se faz mister, informar aos “navegantes” que na qualidade e no ofício de professor não me considero diferente dos demais colegas, trabalho para libertar mentes e não para colonizá-las, algo que a mídia de massa realiza o tempo todo, pois, aliena e manipula, e, incrivelmente grande parte da sociedade não se preocupa com isso. Apesar dos pedidos dos intelectuais para que a escola trabalhe a política na escola, vejo que os professores estão acuados por uma parcela da comunidade escolar que alienada, desinformada e pouco culta confunde o trabalho crítico dos mestres com uma suposta partidarização de seu fazer pedagógico, embora, estes evitem se referir a partidos políticos ou seus personagens limitando seu trabalho ao debate sobre os grandes temas nacionais, quando em consonância com o plano de trabalho, que logicamente, envolve a política, pois, nem a escola, nem a sociedade, vivem isoladas da política, senda esta a própria razão de ser da sociedade. Há um clima de ódio oriundo de uma parcela truculenta e reacionária da sociedade que alienada e ignorante se encontra no fundo da caverna (descrita na Alegoria de Platão), alheia ao que ocorre no mundo real, prefere ficar na ilusão de suas construções mentais ilógicas e fantasiosas. Dessa forma, impõe a ditadura do pensamento único, do Deus Mercado cuja irracionalidade gerou uma sociedade injusta que fere a todo o momento, os direitos humanos estabelecidos pela ONU, e, ante a negativa elitista ao questionamento à sociedade posta, traz aos dias atuais, o Macarthismo que predominou durante a Guerra Fria nos Estados Unidos, nação que até hoje se intitula a maior defensora das liberdades democráticas, mas, que não teve dúvidas em apoiar ditaduras de direita que levaram a cabo prisões políticas, torturas e mortes. Vivemos uma época em que o preço a ser pago pela liberdade de expressão é o ódio, o xingamento, ou a agressão, pois, na prática da sociedade atual, você não pode pensar algo destoante daquilo que a Grande Mídia aliada de setores reacionários da sociedade, com pouca cultura e inteligência ditam. Em 2016, o ambiente psicológico é tal qual se o AI-5 tivesse sido reeditado. A classe capitalista foi muito feliz em seu processo de doutrinação da classe trabalhadora, grande parte dos trabalhadores alienados de sua suma importância na geração de riquezas, não reconhece em si próprio e a seus pares o verdadeiro setor produtivo inversamente aos capitalistas, que em meu ver são o setor apropriativo. A especulação financeira tão comum nos dias atuais traz retornos porque explora numa de suas pontas o trabalho humano. É grande o número de trabalhadores alienados que agem e defendem ideias e ideais que lhe são prejudiciais. É com grande tristeza que observo o golpe que se desenrola no país e que conta com o apoio de uma parcela significativa de trabalhadores que arcarão com o pagamento dos ajustes a serem feitos no governo golpista com uma guinada neoliberal com a destruição da CLT, cuja flexibilização dos direitos trabalhistas (bandeira defendida pela FIESP) tem como objetivo baratear a mão de obra e aumentar os lucros da classe empresarial, o que consequentemente, trará o aumento da concentração da renda, sem falar nas privatizações danosas ao interesse nacional. Em termos de direitos trabalhistas retroagiremos a setenta anos atrás, ou seja, as conquistas com Getúlio Vargas poderão ser perdidas. A morte de Getúlio Vargas, no caso de concretização do golpe, terá sido em vão! Os capitalistas terão o que comemorar, os trabalhadores não!

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