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quinta-feira, 31 de março de 2016

O Judiciário está nu!

Inicio esta reflexão com uma frase extraída dos textos judaicos e que sentencia: “Infeliz da geração cujos Juízes merecem ser julgados” e aproveito o ensejo para juntamente a esta frase trazer outra de Bertolt Brecht: “Alguns Juízes são absolutamente incorruptíveis, ninguém consegue obrigá-los a fazer justiça”. Vivemos um momento traumático em nossa breve experiência democrática, a Nova República tem apenas 31 anos de existência e já corre o risco de ser sepultada. A democracia é frágil na América Latina dizem os manuais de Geografia e cobertos de razão estão seus autores. O Brasil é a bola da vez, o golpe paraguaio toma forma com o ativismo de uma mídia golpista que desinforma, manipula a opinião pública e omite informações que no seu entendimento, a sociedade não deve saber, dessa forma, o povo alienado e doutrinado pela telinha, toma posicionamentos ante aos fatos cuja profundidade desconhece, e, dos quais não sabe mais do que a sua aparência e sequer sabe que seu pensamento o trai, pois, suas cordas vocais pronunciam ideais, que a exaustão lhe foi repetido na programação da TV, e como autômato, já não pensa por si próprio, foi e é pensado pela classe dominante. Todo golpe precisa de um caráter de legalidade, dessa forma, os regimes Apartheid na África do Sul, nazismo na Alemanha ou a ditadura militar no Brasil tinham nos juízes o seu apoio legal e estes atuavam não raramente omitindo-se ou referendando ações que violavam os direitos humanos, mas, que davam suporte legal aos seus executores. No momento atual, o governo petista é tratado pela mídia como o causador de todos os males que afligem a nação, pois, o partido trava a agenda neoliberal e entreguista que importantes agentes nacionais e estrangeiros querem implantar. A crise nem de longe lembra as ocorridas na ditadura militar ou no governo FHC, mesmo assim, a mídia e os bonecos de ventríloquo afirmam ser esta, o Apocalipse. O tom de legalidade que ora se busca dar ao golpe ocorre com a ajuda da Grande Mídia que coopta juízes ao acenar com prêmios, aplausos, e a possibilidade do estrelato, pois, vivemos na sociedade do espetáculo, e há Juízes que não são isentos de vaidade, e assim, passam a desempenhar um papel que está mais para a sala de teatro do que para a sala do júri. Tais juízes passam a relativizar direitos civis, desrespeitar a Constituição Federal, ignorar os princípios da presunção de inocência e do In dúbio pro reo. Após a utilização indevida da Teoria do Domínio do Fato no Julgamento do Mensalão por Joaquim Barbosa (que também apreciava os holofotes da Mídia, especialmente da Rede Globo), suposições viraram certezas e a falta de provas não constituiu mais impedimento para a condenação, que o diga, a Ministra do STF, Rosa Weber. O Ministro Gilmar Mendes atua de forma partidarizada como se fosse representante do PSDB no STF. Sergio Moro, Juiz de primeira instância pratica vazamentos seletivos e busca a espetacularização de suas ações, e, ao mesmo tempo em que afirma não ser tucano, se faz presente em eventos de lideranças tucanas causando grande estranheza à população esclarecida. Na operação Lava-Jato age de forma prepotente desrespeitando direitos civis e preceitos constitucionais e suas investigações têm foco: Lula e o PT, o resto “não vem ao caso”! A condução coercitiva de Lula sem negativa anterior deste em depor e a divulgação de um grampo que envolve a Presidenta da República configura gravíssima ilegalidade. O deputado Jorge Pozzobom (PSDB-RS) falou que “não teme ser preso porque não é petista” tornando evidente o que a sociedade já percebeu, no Brasil, há um Judiciário partidarizado que aplica o sistema de “dois pesos e duas medidas”, ou, como diz o velho adágio popular: “Para os amigos, a Justiça, para os inimigos, os rigores da Justiça”. Concluo dizendo que o Judiciário está nu, acovardado pela Grande Mídia que blinda como heróis, figuras públicas que têm muito a explicar à sociedade. Cabe aos Juízes das grandes causas nacionais decidirem se vestem a toga, honrando-a, conscientes de seu papel imprescindível para a democracia e assim contrariando interesses escusos de poderosos grupos capitalistas e da própria mídia, ou, se vestem o capuz do golpismo, mesmo sabendo que no presente a Grande Mídia pode lhes dar um lugar sob os holofotes, mas, a história revisada, não tardará a trazer à luz, a escuridão que suas ações provocaram sobre gerações de brasileiros e o desserviço que prestaram ao país no momento que poderiam salvar a democracia e não o fizeram!

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