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domingo, 14 de janeiro de 2018

Brasil: entre a apatia e a esquizofrenia

        Há alguns meses, foi divulgada na Internet uma frase supostamente atribuída a um engenheiro da Microsoft de que “o Brasil seria uma Ferrari governada por macacos”. Não consegui verificar ser verdadeira ou não. Mesmo que ela não seja de autoria do funcionário da empresa estadunidense, cabe uma análise. O Brasil tem a vocação obrigatória de ser uma potência. Temos um imenso território rico em recursos naturais, terras férteis, recursos hídricos, biodiversidade, ausência de guerras, e uma das maiores populações do planeta. Mas, segundo o autor da frase, o problema é os macacos (embora sabedor do sentimento de desprezo nutrido pelos anglo-saxônicos em relação aos latino-americanos por eles considerados inferiores, penso que tal afirmação não se deva a preconceito étnico e sim ao estarrecimento em observar como que um país com toda essa potencialidade não deslancha). Faz sentido, coloque um macaco no cockpit de uma Ferrari num grid de largada e esta não sairá do lugar, apesar de a Ferrari estar naturalmente destinada a ocupar um lugar no pódium.
O Brasil tem grande parcela de sua gente que parece ser esquizofrênica, uma doença mental crônica, cujo indivíduo por ela acometido, tem seu pensamento dissociado da realidade que o cerca. Dessa forma temos os pobres de direita, que apesar de viverem na miséria ou muito próxima dela, pensam, falam e votam como se ricos fossem, elegendo políticos e partidos que historicamente sempre pautaram as suas ações na perpetuação do apartheid social que separa pobres e ricos neste país. Aos pobres de direita parece lhes fazer bem a ilusão do pertencimento aos segmentos abastados, algo que efetivamente não corresponde à realidade. Dentre os pobres de direita, há o significativo grupo da classe média, a maior parte formada por trabalhadores assalariados, funcionários públicos e pequeno-burgueses. Ora, quem é trabalhador assalariado é pobre! Não importa quanto ganhe, pois, não é capitalista (não detém o Capital). E que dizer do funcionário público neoliberal? Esse primor de inteligência! Fez concurso público (isso é algo próprio de quem não tem Capital), depende de seu emprego numa repartição pública, mas, pensa como capitalista (que não é! Lembra? Não tem Capital!), fala como se capitalista fosse e vota em políticos e partidos que pretendem instalar o capitalismo puro, cujo Estado Mínimo não interfere na economia, não a regula, tudo privatiza ou terceiriza, e, não oferece sequer a educação e a saúde pública gratuita, pois entende que estas devem estar nas mãos da iniciativa privada, que não constituem direitos básicos do cidadão e nem obrigação do Estado. E muitos pobres de direita, aplaudem isso, mesmo sem ter condições de pagar por tais serviços! Seria falta de inteligência ou caso de esquizofrenia? Quanto aos pequeno-burgueses, Temer acaba de negar o Refis para a micro e a pequena empresa, apesar de ter distribuído perdões e isenções fiscais envolvendo trilhões de reais para petroleiras estrangeiras, bancos privados e grandes empresas capitalistas. Como sempre digo, a pequena burguesia quer ser rica, mas não é convidada para sentar-se à mesa da Casa Grande.
Jornalistas estrangeiros ficaram estupefatos com a passividade do povo brasileiro ante a destruição dos direitos trabalhistas, a entrega do pré-sal, a compra de parlamentares em troca de verbas ou cargos para fazer aprovar pautas danosas à sociedade e que jamais foram referendadas nas urnas. As instituições (podres) já não defendem a Constituição Federal que é a todo o momento, violentada. O Judiciário não cumpre seu papel e é partícipe da situação em que o país se encalacrou. No exterior, a repercussão acerca do Congresso Nacional é de que se trata de uma agremiação formada por grande parcela de criminosos, e infelizmente, isso é a realidade. A população permanece apática. Parte dos que apoiaram a ascensão do grupo corrupto que se encontra no Poder se calou. E parte continua a pensar esquizofrenicamente que a queda da espécie humana do paraíso foi por culpa do PT, Lula e Dilma. Em seu modo de pensar, antes não havia corrupção, nem inflação, nem pobreza, nem desigualdade social. São desonestos, doentes ou tele-guiados? Plim! Plim!

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