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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O lucro Brasil!

Da mesma forma que Sócrates (o famoso filósofo grego), costumo conversar com os mais diferentes perfis de pessoas, empresários, trabalhadores, professores, etc. Não pretendo é claro ao afirmar esse gosto pessoal em ouvir as pessoas comparar-me ao sábio grego, real ou criado pelo também famoso filósofo grego Platão (não vou entrar nesta seara), pois, sei de minha pobreza intelectual e que muito tenho por aprender. Recentemente conversei com um amigo que ao computador mostrava a variação de preços de artigos de informática no mercado nacional e que estavam muito acima da valorização do dólar frente ao real e ele me contou que grandes distribuidoras que controlam o mercado nacional abarrotaram seus estoques com os preços baixos antes da forte alta do dólar e buscam lucrar bastante mesmo com número de vendas inferiores ao que poderiam alcançar com preços mais competitivos, pois, a concorrência acaba não ocorrendo devido à formação de cartéis. Na continuidade da conversa emendei que isso ocorre também com os produtos vendidos nos supermercados que costumam extrapolar os percentuais de correção inflacionária e acabam por anular o todo ou parte significativa do reajuste anual dos salários dos trabalhadores. Os empresários do setor afirmam que repassam os reajustes dos distribuidores e da indústria, e não os contradigo, mas, também é verdade que devido à inflação galopante existente em grande parte da história nacional (e que apenas os muito jovens não viveram) criou-se uma mentalidade em boa parte da classe empresarial de busca de lucros exorbitantes, e, portanto, muito acima do verificado em países capitalistas desenvolvidos. Há algum tempo assisti a um vídeo na Internet que comparava os preços dos automóveis no Brasil e nos Estados Unidos da América, e mostrava a grande diferença de preços do modelo Toyota Corola, fabricado no Brasil e outro na terra do Tio Sam. O brasileiro costuma reclamar dos preços dos automóveis nacionais e costuma atribuir aos impostos o alto valor dos veículos nacionais. Mas, o vídeo que assisti demonstrava didaticamente que isso não corresponde à verdade, pois, retirava o valor dos impostos nacionais e o carro nacional continuava mais caro que o modelo estadunidense. Comparou o valor da mão de obra, mas, este era inferior à daquele país. Em seguida, fez o mesmo com o custo de produção e este era menor no Brasil. Ao final demonstrou que as margens de lucros das montadoras brasileiras são 300% superiores às praticadas pelas montadoras estadunidenses. Em outro artigo, que há algum tempo li, estas informações eram confirmadas e ainda acrescentava que as margens de lucros das concessionárias também são superiores às praticadas nos países desenvolvidos. Quando adolescente, me indignava ao saber que montadoras multinacionais instaladas em nosso país entregavam aos brasileiros veículos espartanos e estes mesmos veículos recheados de opcionais eram exportados a preços muito inferiores. Isso ocorre ainda hoje e a explicação não está na isenção de impostos para a exportação, mas, nos percentuais de lucros maiores aplicados aos carros aqui comercializados. Com a desvalorização cambial e os preços inferiores aos praticados no mercado interno aliado ao custo de produção nacional menor do que em várias plagas, a venda de automóveis nacionais para o exterior não para de crescer. Nossas vantagens competitivas apenas não conseguem garantir veículos nacionais a preços mais acessíveis ao povo brasileiro, pois, sustentam matrizes em crise lá fora por meio do “Lucro Brasil” que se converteu em nossa grande desvantagem, lembrando que as montadoras obtêm sucesso ao cobrar internamente lucros escorchantes, porque, nós inversamente aos consumidores do centro capitalista mundial aceitamos pagar! P.S. A expressão “Lucro Brasil” foi criada pelo jornalista Joel Leite

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