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sexta-feira, 29 de maio de 2015

A estatística e Beto Richa - Parte 2

A Constituição Federal (1988) estabelece em seu artigo 7º, inciso IV: “salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”. O salário mínimo nacional que em abril de 2015 foi de R$ 788,00 mesmo com reajustes anuais que garantiram ganhos reais de poder aquisitivo nos governos progressistas de Lula (2003 – 2010) e Dilma desde 2011 aos dias atuais está longe de cumprir o artigo constitucional que dele trata, pois, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) no referido mês para cumprir a lei deveria ser de R$ 3251,61. O Governo do Paraná por meio de lei estabelece um salário mínimo regional, uma bela iniciativa criada pelo governador Requião (PMDB) e que é rigorosamente seguida pelo Governador Beto Richa que não titubeou em bater o martelo cravando em 8,8% o reajuste atual para os trabalhadores (da iniciativa privada). Corrigir as perdas inflacionárias é lei! Beto Richa, no entanto, somente é solícito quando se trata de conceder reajustes com o chapéu alheio, ou seja, que o empresariado terá que pagar, pois, se recusa a pagar o reajuste inflacionário solicitado pelo Fórum das Entidades Sindicais (FES) de 8,17% aos funcionários públicos. Minha atitude como cidadão paranaense é a de questionar porque o governador não é exemplo daquilo que impõe ao empresariado? O Paraná sob a gestão de Beto Richa se converteu num verdadeiro trem da alegria para os seus asseclas, pois, é generoso com os funcionários comissionados (sem concurso e muitas vezes nomeados por apadrinhamento político) cujo gasto mensal triplicou em relação ao governo Requião. Richa possui o maior salário entre os governantes brasileiros, e colocou na folha de pagamentos do Estado como secretários, sua esposa Fernanda, seu irmão Pepe Richa, e comemorou inclusive com uma janta a conquista do imoral auxílio-moradia para os juízes. Também, não se opôs a tal regalia auto-concedida pelos conselheiros do TCE. Beto Richa afirma que concedeu 60% de “aumento”, o que é uma inverdade, pois houve recomposição inflacionária (2011-2014) e equiparação salarial, pois, os professores tinham as menores remunerações dentre os profissionais do funcionalismo público e que após forte pressão, enfim, conquistaram o direito de receber remuneração igual à dos demais funcionários públicos concursados em equivalente formação (nível de ensino). Para evidenciar o que o governador faz, imagine que um empresário paga meio salário mínimo para cada funcionário que cumpre carga horária integral na empresa e por força de lei se vê obrigado a pagar o salário mínimo, e, portanto dobra o salário de seus empregados e vai à imprensa para noticiar que nenhum empresário é tão bom quanto ele, pois, concedeu 100% de aumento aos funcionários. Este é Beto Richa, um governador apegado à estatística e que tortura os números para que eles mostrem aquilo que ninguém mais vê e com isso sua gestão pareça boa, quando é apontado como o pior governante da história do Paraná. Penso que o Paraná é surreal! Os educadores são penalizados com a crise financeira que o estado passa, mas, que aos olhos e ouvidos dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo tal crise inexiste, pois, há uma parcela de integrantes destes poderes que ao abocanharem privilégios nesse momento de crise agem como parasitas que se proliferam enquanto o organismo adoece!

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