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quinta-feira, 14 de maio de 2015

O “Fim da História” é uma história sem fim!

Acostumamos-nos a ouvir e mesmo a ler que a esquerda se encontra numa profunda crise desde a queda do Muro de Berlim naquele fatídico dia 09 de Novembro de 1989, data que é considerada por muitos como a que encerra a Guerra Fria, este escriba considera como acontecimento histórico mais adequado para tal, a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em 1991. É verdade que pensando do ponto de vista mais à esquerda o Muro de Berlim caiu para o lado errado, e, Francis Fukuyama chegou a escrever uma obra intitulada “O fim da História” em que afirmava que o capitalismo seria a solução definitiva, ou seja, o socialismo teria sofrido sua derrota fatal, no entanto, as crises sucessivas e intrínsecas do capitalismo neoliberal trouxeram às livrarias várias obras retratando no sentido oposto, o fim do neoliberalismo. Ledo engano, nem o socialismo e nem o neoliberalismo estão mortos, pois, após a crise global de 2008 (que persiste até os dias atuais) houve um aumento nas vendas dos livros clássicos de Karl Marx e de outros autores marxistas justamente porque tais obras trazem análises profundas do capitalismo e grandes capitalistas como o bilionário George Soros afirmam que nesse sentido ler Marx é fundamental. Por sua vez, o neoliberalismo, apesar das profundas crises, cuja conta dos excessos e da jogatina dos grandes capitalistas no mercado financeiro, os trabalhadores costumeiramente são chamados a pagar, não demonstra, apesar das fragilidades da economia de inúmeros países, que dará tão cedo, o suspiro final, pois, mesmo na UTI, sobrevive. O PT fez uma ruptura dogmática por ocasião da “Carta ao Povo Brasileiro” em que o candidato Lula declarava que iria respeitar e cumprir os contratos internacionais assinados pelo país, e, dessa forma nasceu o “Lula paz e amor” que venceu as eleições em 2002 e que levou o país a uma época de grande desenvolvimento econômico e social e o reconhecimento disso veio com sua reeleição em 2006 e a eleição de Dilma nos pleitos de 2010 e 2014. Para uma parte da esquerda, Lula e Dilma traíram a classe trabalhadora ao não implantar reformas profundas de cunho socialista e dessa forma surgiram partidos de extrema-esquerda no mesmo momento em que o PT se firmava como um partido de centro-esquerda e passou a desempenhar um papel de liderança na condução do país rumo à social-democracia, objetivo original do PSDB, que preferiu trilhar o caminho extremista do neoliberalismo abandonando a própria classe média (pequena burguesia) ao defender os interesses do grande capital nacional e estrangeiro cujo ápice foi o governo de FHC com a privatização a preços vis do patrimônio público brasileiro vendido a troco de moedas podres e empréstimos de longo prazo concedidos pelo BNDES a taxas de juros somente encontradas em negócios de pai para filho. Os partidos da extrema esquerda fazem oposição ao PT, e pasmem, não raras vezes fazem alianças “Frankenstein” com os partidos de direita, inclusive com o PSDB que surgiu na centro-esquerda, descambou na direita e caminha célere para a extrema direita absorvendo cada vez mais os discursos conservadores e reacionários da elite econômica nacional. Vejo nos partidos de extrema esquerda, o romantismo revolucionário e dogmático cuja falta faz às demais legendas que buscam personalidades para as disputas eleitorais justamente pela falta de uma teoria basilar consistente, no entanto, as alianças estranhas com a direita me levam a pensar que tal como é possível ir para o leste seguindo sempre a oeste, tais partidos foram tanto à esquerda que acabaram na direita.

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