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quinta-feira, 7 de maio de 2015

A democracia estuprada

Um governante autoritário e avesso ao diálogo (Beto Richa – PSDB), um Secretário de Segurança Pública truculento (Fernando Francischini- Partido Solidariedade) e Ademar Traiano (PSDB) um Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná insensível, sem espírito de liderança, dócil e obediente ao Poder Executivo, e ainda, um grupo majoritário de deputados que têm por hábito se “prostituir” ao votar sempre com o governo para não perder as benesses distribuídas pelo mesmo, e do outro lado,funcionários públicos lesados e inconformados com a perda de direitos somente poderia dar em tragédia. Ao aprovar o projeto que confisca recursos da poupança dos trabalhadores para aliviar o caixa da gestão de Richa e comprometendo o caixa estadual dos futuros governantes, os deputados governistas lesaram toda a sociedade paranaense e não apenas o funcionalismo público estadual. Requião afirmou que “se confiscar recursos da Paranaprevidência fosse bom para o Paraná, ele mesmo teria feito isso”. Beto Richa se demonstrou insensível, e, alheio à indignação popular, e em menos de 24 horas sancionou com o sangue derramado o confisco dos recursos da previdência dos professores. A batalha campal com cenas dos anos de chumbo da ditadura militar promovida por Beto Richa o leva a fazer parte do rol dos líderes que marcaram a história com o que ela tem de pior e imprime uma triste mancha na história de nosso estado e país, e, como coadjuvantes seus estarão para sempre registrados os nomes do Secretário Francischini, do Presidente da ALEP Ademar Traiano e dos deputados da base governista que se apequenaram tanto que se transformaram em anões políticos. Segundo o deputado Péricles de Melo (PT) o ocorrido “foi proposital e fruto de uma visão programada, de um estilo de governança que tragicamente tem apoio em determinadas parcelas da sociedade, ou seja, a truculência que dá voto e respaldo para esse modelo de fazer política”. Beto Richa que faz entrevistas com falas decoradas nas quais muitas vezes utiliza as mesmas palavras, repete sempre que é democrata, cristão e cumpridor das leis, faz sentido a repetição, pois, segundo dizem, uma mentira contada milhares de vezes torna-se verdade. Democrata, cristão e cumpridor das leis foi seu pai José Richa, com o qual o governador demonstra nada ter aprendido sobre democracia e política. Ao compararmos o que ocorreu em 30 de agosto de 1988 quando o governador era Álvaro Dias (atualmente no PSDB) e o fato do dia 29 de Abril de 2015, vemos que a essência é a mesma, o autoritarismo, a falta de diálogo, a insensibilidade, a truculência e a humilhação dos professores, por outro lado, em 1988 recém saíamos da ditadura militar e a constituição atual não havia sido ainda promulgada, o que faz pela proporção do massacre e pela democracia que vivemos atualmente, o impacto na opinião pública ser muito maior, e neste sentido, o repúdio veio liderado pela Anistia Internacional, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Comissão dos Direitos Humanos do Senado, a Igreja Católica, e, várias outras entidades nacionais e estrangeiras e a indignação geral da sociedade. O fato ocorrido marca de forma indelével a democracia brasileira que não há outra expressão a utilizar que traduza a indignação da sociedade esclarecida por um ato tão violento e repudiável que não a de que um estupro foi praticado contra a democracia no Centro Cívico naquele fatídico dia 29 de Abril de 2015.

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