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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Nau à deriva

Neste momento em que se avizinha o dia do trabalho penso que nós trabalhadores pouco temos a comemorar, pois, a nau capitaneada pelos governos progressistas de Lula e Dilma foi tomada de assalto por piratas travestidos de parlamentares que embora eleitos para defender os interesses do povo, por conta de um sistema eleitoral viciado e financiado por empresários vêm saqueando os direitos da classe trabalhadora em benefício da elite empresarial contrária aos avanços sociais conquistados nos últimos anos por estes se contraporem ao aumento da acumulação capitalista de uma elite cuja riqueza sempre foi explicada pelas barrigas famintas e a pobreza da maioria da população. Em Brasília, o pirata capitão Eduardo Cunha (PMDB) mostra a que veio num Congresso Nacional avaliado como o pior desde o fim da ditadura militar. Cunha trabalha a serviço dos empresários que financiaram sua campanha e juntamente com seus asseclas defende seus próprios interesses e demonstra não desejar que o Brasil torne-se um país desenvolvido, talvez, porque as grandes oportunidades para políticos e empresários oportunistas encontram-se no subdesenvolvimento que precisa ser alimentado com a alienação das massas através de meios de comunicação que agem como porta-vozes dos interesses do grande capital nacional e estrangeiro. O Congresso Nacional é formado em grande parte por piratas comandados e/ou associados de Cunha que pilham a sociedade da possibilidade de ver dias melhores. O Projeto de Lei 4330 da terceirização avança desmontando o legado da CLT de Getúlio Vargas. São esses parlamentares que, se pudessem, não teriam pudor em revogar totalmente a Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel, digo isso, porque a bancada ruralista no Congresso Nacional já trabalha em tal sentido, e quer alterar parcialmente a lei que tipifica o trabalho escravo, e, na nova redação, a escravidão será caracterizada somente quando houver aprisionamento do trabalhador, ou seja, os latifundiários poderão livremente impor cargas horárias excessivas e condições degradantes de trabalho. No Paraná, Beto Richa (PSDB) filho do grande governador e democrata José Richa que lutou pela democracia e contra a ditadura militar, demonstra ao contrário do pai, ter pequena estatura política tendo em vista sua gestão temerária envolvida em suspeitas de corrupção e seu caráter autoritário traz ao Paraná cenas de guerra só vistas em plena ditadura militar e que envergonham o povo paranaense. Beto Richa quer tungar 8,5 bilhões de reais da Paranaprevidência que pertencem aos funcionários públicos paranaenses visando um alívio de caixa, o pagamento de contas de sua má gestão e a realização de novas obras. Num primeiro momento, o povo paranaense sentirá a melhoria de sua gestão, porém, como em economia não existe mágica, todo o futuro do Paraná está sendo hipotecado pelo atual mandatário, pois, quando se extinguirem os recursos da Paranaprevidência e Richa já não for mais o governador, todos os aposentados, além do pessoal da ativa terão seus pagamentos inevitavelmente feitos pelo cofre do estado, assim, o Paraná estará numa situação semelhante à do Rio Grande do Sul com dívidas e gastos com folha de pagamento inviabilizando os investimentos e ocasionando a precarização ainda maior dos serviços públicos e tal como no referido estado nenhum político se reelegerá pelo motivo exposto. No Brasil, como no Paraná, após o ataque intempestivo dos piratas neoliberais, a Nau que conduzia a dias melhores encontra-se à deriva levada pelas águas da alienação, da apatia e da ignorância e arrastada pelos fortes ventos conservadores que empurram o país e o estado de volta ao passado de atraso econômico e social.

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