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sábado, 15 de março de 2014

Nem tudo que reluz é ouro!

Neste espaço, em várias oportunidades comentei sobre a desinformação reinante e afirmei ser no mínimo uma ironia isto acontecer em plena época da sociedade da informação. Conheço pessoas que desencantadas abandonaram as redes sociais na Internet, pois suas expectativas foram frustradas por causa do baixo nível das discussões que nelas se realizam. Não sou tão radical, mas, sou obrigado a concordar que nas redes sociais e nas conversas informais, considerável parte do discurso das pessoas não vai além do senso comum, ou seja, o conhecimento nele embutido não é suficientemente refletido e não possui aprofundamento teórico. No entanto, vivemos na sociedade da informação, estamos conectados com o mundo e o mundo conosco. Somos bombardeados por tanta informação que já não damos conta de mantermo-nos atualizados, os acontecimentos socioeconômicos e políticos ocorrem de forma cada vez mais célere e a nossa reflexão devido ao escasso tempo já não consegue acompanhar. A sociedade atual é viciada em informação e não faltam fontes para suprir a necessidade humana da busca da “luz”, no entanto, informação não necessariamente se traduz em conhecimento, pois, depende do “modus operandi” que cada pessoa faz dos terabytes de dados com os quais é bombardeado a todo momento e do garimpo que faz para entre o cascalho achar os diamantes. Não faltam diamantes, porém, é necessário lapidar a informação, aparar arestas, descobrir o verdadeiro teor que se esconde por trás daquilo que a leitura superficial revelou ou que o filtro ideológico omitiu, pois, nem tudo é o que aparenta ser, “nem tudo que reluz é ouro”, diz o famoso adágio popular que serve para nos lembrar da possibilidade do equívoco ou da indução ao erro pela não reflexão, afinal, todos (articulistas, editoriais, meios de comunicação) têm sua ideologia e intencionalidade implícita, e, isto é algo que precisa ser desvelado. Importa saber que há grande diferença entre informação e conhecimento, qualquer pessoa pode ter em sua memória uma grande bagagem de dados, no entanto, o verdadeiro conhecimento se produz com o tratamento dado a estas informações, ou seja, ler bastante pode tornar uma pessoa muito informada, mas isso não necessariamente se traduz em conhecimento. Não é raro encontrar pessoas capazes de memorizar cada palavra de um artigo ou até mesmo um livro inteiro sem grande esforço, porém, quando lhes é exigida uma transposição filosófica da literatura para a realidade concreta e/ou uma reflexão crítica as dificuldades se agigantam. Pensar é uma atividade difícil, por isso tão pouca gente se dedica a tal ato já afirmava Einstein, talvez por isso, ou por mero comodismo, as pessoas deixam de assistir programas de TV que levam seus telespectadores a reflexão e se recusam a ler qualquer texto que tenha mais que os 140 caracteres do padrão Twitter, todos sabemos que uma boa reflexão crítica exige espaço e também a disposição dos leitores, no entanto, enquanto para alguns a leitura é uma atividade prazerosa, para outros é um ato penoso. Se para muitos ler é difícil, e quanto a pensar? Aí já é um ato que beira um ritual de tortura para muita gente. As pessoas parecem ter prazer em consumir o que bestializa, embrutece, insensibiliza, de tal forma que o conhecimento, verdadeiro alimento natural para a alma é substituído pelo senso comum, pela futilidade, pela pornografia, pela violência, etc. que acaba tornando os consumidores tão semelhantes entre si quanto os produtos a eles ofertados, pois toda pessoa é aquilo que consome.

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