Powered By Blogger

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O gênio pop star


Alguns leitores gostam das sugestões de livros que faço neste espaço, então, como acabo de fazer uma leitura muito aprazível, indico a obra “Einstein: Sua vida, seu universo” de Walter Isaacson. Trata-se de uma leitura agradável que conduz a um passeio entre a vida particular e a carreira científica daquele que é considerado o maior gênio da história. Isaacson consegue com grande sensibilidade retratar um Einstein humano com seus problemas de ordem pessoal (familiar e financeira), suas dificuldades para ingressar no meio acadêmico e desenvolver ciência, descreve sua carreira, os acertos e erros e os erros que se converteram em acertos, pois, mesmo quando esteve equivocado Einstein contribuiu para o avanço da Ciência. Com a leitura da obra é possível avistar uma tênue luz no fim do túnel que leva ao entendimento dessa revolução na história da Ciência chamada Teoria da Relatividade.
O gênio que assombrou o mundo nasceu a 14 de Março de 1879 em Ulm, alemão de nascimento, porém de ascendência judaica, quando criança demorou a falar, foi considerado um garoto idiota por algumas pessoas próximas, mas, quando iniciou seus estudos esteve sempre entre os melhores da turma (ao contrário do que muito se fala a seu respeito). Sempre teve ojeriza à autoridade e dessa forma muitas vezes seu comportamento como acadêmico não era exatamente adequado, por conta disso, adquiriu a antipatia de alguns mestres que dificultaram sua inserção no meio acadêmico como professor universitário.
Einstein mergulhava cada vez mais na ciência conforme os problemas de ordem pessoal se avolumavam, e apesar de seus esforços desenvolvendo artigos científicos teve que se contentar com o emprego de examinador de patentes do Escritório Federal de Propriedade Intelectual de Berna (Suíça), trabalho no qual, durante as horas vagas em 1905 desenvolveu quatro artigos que se complementavam e davam a certidão de nascimento à teoria da Relatividade Especial afirmando que o tempo e o espaço não eram absolutos colocou a ciência de cabeça para baixo.
Mudou-se para Berlim, e em 1915 desenvolveu a Teoria da Relatividade Geral, com a confirmação da veracidade de suas teorias em experiências desenvolvidas por outros cientistas tornou-se celebridade mundial, e, realizou palestras itinerantes por vários países cujos ingressos eram disputados e contados aos milhares. Em 1933, o Nazismo ascendeu ao poder na Alemanha e o gênio resolveu aceitar o convite para trabalhar nos Estados Unidos, país no qual viveu o resto de seus dias, foi muito investigado pela CIA, por ser simpatizante do socialismo em plena época da “caça às bruxas” do Macarthismo. Era contra qualquer tipo de opressão e não aceitava o cerceamento da liberdade de expressão e por isso não poupava críticas referente ações dos EUA neste sentido e nem mesmo ao stalinismo soviético, líder pacifista, pregava a desobediência civil quando da convocação para as Forças Armadas, por tudo isso foi muito criticado, sendo considerado um asno por políticos e populares, sendo assim, falou: “Grandes espíritos sempre encontram forte oposição de mentes medíocres”.
O receio que os nazistas desenvolvessem a bomba levou-o a escrever uma carta para o Governo Estadunidense sobre a necessidade de fabricar a bomba atômica que a ciência por ele desenvolvida tornava possível, porém, nunca participou diretamente do desenvolvimento da arma, por não ser considerado confiável pelas autoridades militares. Após a explosão das bombas em Hiroshima e Nagazaki, fato que considerou lamentável foi questionado por um repórter sobre como seria a Terceira Guerra Mundial, afirmou que “sabia apenas como seria a Quarta Guerra Mundial: com pedras”.
 Até o último dia de sua vida esteve às voltas com as equações buscando entender o Universo e tentando resolver o problema que a criação da bomba atômica ocasionou, defendia a criação de um Governo Mundial para evitar as guerras (o único a ter posse das armas atômicas). O “passageiro do raio de luz” finalizou sua viagem por esta dimensão espaço-tempo de forma absoluta em 18 de Abril de 1955 aos 76 anos, no entanto, sua partida será sempre relativa, imortalizado em sua ciência, seu corpo foi cremado e suas cinzas liberadas no Rio Delaware conforme seu pedido, pois não queria que seu túmulo fosse local de peregrinação. Embora o gênio tivesse algumas vezes falado que não gostava de sua popularidade, isso não correspondia ao seu comportamento, ele adorava repórteres e os repórteres o adoravam. 
Einstein era pop e gostava disso!

Sugestão de boa leitura:
ISAACSON, Walter. Einstein: sua vida, seu universo. Companhia das Letras

Nenhum comentário:

Postar um comentário