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domingo, 7 de abril de 2013

Uma triste data para não esquecer jamais!

Na data em que escrevo este artigo (01/04/2013), não tenho como deixar de fazer referência prioritariamente aos heróis que lutaram contra um regime cruel e sanguinário que há exatos 49 anos se estabelecia em nosso país. O dia mais longo e mais triste da história nacional, o dia 1º de abril (1964), data da tradicional brincadeira da mentira, mas não havia brincadeira, só a mentira: salvar o país da ameaça comunista. Salvar o país para quem? Para todos os brasileiros? Não foi o que se observou nos 20 anos seguintes, onde a dor, a censura, o terror se instalaram derramando em solo pátrio o sangue de nossos compatriotas sempre com o apoio de uma minoria privilegiada e reacionária que foi a principal beneficiária do regime que mais concentrou a renda na história deste país. O golpe de Estado derrubou um presidente democraticamente eleito, mas que causava desconfiança aos Estados Unidos, estes influenciaram os militares golpistas e estavam a postos para o caso dos mesmos não darem conta do recado, afinal segundo documentos estadunidenses “Tio Sam” não podia permitir outro revés em seu “quintal”, Cuba já era demais para a arrogância ianque que há muito havia decretado a Doutrina Monroe, ou seja, a América para os “americanos” (dos EUA, óbvio). Fico indignado quando leio ou escuto pessoas afirmarem que na verdade não foi uma ditadura, mas uma “ditabranda”, ora, a imprensa foi censurada, direitos civis foram suspensos, políticos, jornalistas, professores, estudantes e artistas foram perseguidos, presos, muitos torturados e mortos, outros, tiveram que sair do país, para não virar notícia, como: morto em “acidente” automobilístico ou por “suicídio”. Falar em ditabranda é um desrespeito às vítimas, ainda hoje, há famílias que não conseguiram desvendar o que aconteceu com seus entes queridos que desapareceram ao ousar lutar por um país democrático e pela manutenção dos direitos civis. Recentemente a Justiça brasileira reconheceu que Wladimir Herzog, não se suicidou, morreu sob “maus tratos” (tortura), há muito ainda que desvendar nos porões da ditadura. Quero deixar claro que não sou contra os militares que hoje no desempenho de suas funções prestam um grande serviço ao Brasil, ao defender as fronteiras pátrias e que treinam para dissuadir qualquer tentativa hostil com relação à soberania nacional. Minha crítica e indignação são relativas ao período da história nacional, no qual pessoas fardadas, que um dia juraram defender a nação de perigos externos, num arroubo de insanidade tomam-na de assalto, colocando-a entre as nações do “quarto mundo”, as assim chamadas republiquetas governadas por ditadores. O Tio Sam não apenas deu incentivo como treinou oficiais brasileiros na prática de “métodos de convencimento” (tortura) na chamada “Escola das Américas” para fazer presos políticos colaborarem e após os brasileiros multiplicaram o seu “nobre” conhecimento auxiliando as ditaduras da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai na Operação Condor. É um engano pensar que a ditadura contava apenas com a oposição de pessoas da esquerda, havia também quem cansou de defender uma causa perdida e desejava o fim do regime, além da imensa maioria do povo brasileiro que torcia pelas “Diretas Já” como se fosse final de Copa do Mundo, mas, na verdade, a ditadura implodiu em sua própria incapacidade administrativa, com a dívida externa e a inflação fora de controle, a corrupção sendo abafada e jamais investigada. O Brasil mudou, para melhor, depois que os militares apearam do Poder, e digo mais, se as autoridades dos Estados Unidos da América, o “xerife” defensor do “mundo livre” não via problema em posar ao lado de ditadores desde que aliados à sua causa, eu, ao contrário, prefiro não posar ao lado de quem defende a ditadura que neste país houve. O motivo? Precaução! E também para que não me confundam, afinal, sempre afirmam: diga-me com quem andas e te direi quem és!

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