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quinta-feira, 11 de abril de 2013

A cara limpa da Dama de Ferro!

No dia 08/04/2013, faleceu a ex-Primeira Ministra da Inglaterra Margareth Thatcher (1925-2013) conhecida como a “Dama de Ferro”, apelido que ganhou pela intransigência na defesa das suas posições, sem se importar com a opinião pública. Com este espírito, Margareth Thatcher comandou juntamente com seu colega estadunidense Ronald Reagan (1911-2004) a implantação do Capitalismo Neoliberal em seus países e forçosamente no resto do mundo. A Dama de Ferro privatizou empresas estatais, tratou com grande desprezo os sindicatos, impondo aos trabalhadores severas perdas de direitos historicamente conquistados. Além disso, Thatcher contribuiu para a demolição do Estado de Bem Estar Social (Welfare State) que havia sido construído pelos países capitalistas desenvolvidos, e, no qual vários benefícios foram concedidos aos trabalhadores com o intuito de evitar que estes desejassem o socialismo. A então Primeira Ministra inglesa preferiu conduzir uma guerra à Argentina a estabelecer a recomendada negociação sobre o controle das Ilhas Malvinas (que por direito deveria ser argentino), documentos até então secretos mostraram mais tarde que para o Atlântico Sul foi deslocado um navio carregado com armas nucleares, e que, segundo autoridades inglesas, o navio era necessário na campanha e não houve tempo de retirá-las (será?). Nesse mesmo período, um avião bombardeiro inglês foi retido pelo Governo Militar no Rio de Janeiro, porém, o governo da Primeira Ministra ergueu a voz e exigiu sua liberação, o Brasil então retirou as armas e o liberou desarmado. A Inglaterra venceu a Guerra, contando com o apoio discreto, mas essencial dos Estados Unidos que “nessa ocasião” dispensou a Doutrina Monroe e auxiliou a Inglaterra com seu sistema de espionagem. Margareth Thatcher teve uma participação no cenário internacional muito acima do que o moribundo Império Inglês representava na época, e, ao estabelecer uma sólida união com os Estados Unidos se utilizaram de organismos internacionais para pressionar países em desenvolvimento a aderirem ao receituário neoliberal do período (Consenso de Washington). No caso do Brasil, tal estratégia deu origem às controversas privatizações do período FHC. Lembro que em certa ocasião ela disse que o Brasil deveria entregar logo a Amazônia para os Estados Unidos para se livrar de uma vez da dívida externa, e, também afirmou que o Brasil seria sempre um país pobre, pois o clima tropical (quente) não contribui para uma mentalidade trabalhadora, ou seja, por conta do clima, estaríamos fadados a sermos sempre pobres. Como o Brasil respondeu a ela? Um grupo de empresários convidou-a para dar palestra no país, logicamente, sendo regiamente paga, e uma vez aqui, rendeu loas ao país! Isso ocorreu nos anos 90, após sua saída do cargo inglês. Thatcher participou da estratégia estadunidense que tinha como objetivo minar a União Soviética e levar a Guerra Fria ao fim, impondo ao mundo uma nova ordem. Dentro dessa nova ordem surgiu a União Européia, com a meta de unir os países europeus sempre às turras e fazer um contraponto à hegemonia estadunidense. Essa idéia nunca lhe agradou e sua recusa em acatar o conceito da União Européia acabou por isolá-la nos meios políticos. Concluindo, Margaret Thatcher, foi, e é admirada pelos defensores do livre mercado, e, viveu o suficiente para ver que a Nova Ordem Mundial não fez do mundo um lugar mais seguro e que o neoliberalismo que ajudou a construir, em crise, contrariou as suas expectativas. Thatcher também foi um símbolo para uma legião de feministas que viram nela o exemplo da mulher competente num mundo machista, porém, foi odiada pelos socialistas e pela classe trabalhadora, dentre os quais me incluo, porém, a Dama de Ferro tinha uma qualidade, não escondia sua cara sob máscaras, os trabalhadores sabiam muito bem quem ela era e o que representava, ao contrário de alguns camaleões da política tupiniquim.

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