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domingo, 18 de fevereiro de 2024

A importância da leitura e da análise do que se lê (2023)

 

            O ano de 2023 foi ainda mais tenso que 2022, a geopolítica mundial cada vez mais complexa, a continuidade da guerra entre a Rússia e a Ucrânia se soma a guerra de Israel contra a Palestina ocupada e o risco de escalada das tensões no barril de pólvora também conhecido como Oriente Médio. O ano de 2023, tal como o ano anterior, foi extremamente desgastante do ponto de vista físico, mental e emocional. Sendo a leitura algo que me proporciona relaxamento e prazer, foi na leitura que consegui um pouco de paz ante o atribulado e exaustivo ano que passou.

            O trabalho como professor da rede pública estadual e suas exigências majoradas a cada ano, tiraram de mim e de meus colegas professores(as), um tempo cada vez maior para a elaboração e execução de tarefas do ofício, dessa forma, com o tempo e energia cada vez mais escassos, li apenas trinta e dois livros no ano passado (nos bons tempos lia cerca de setenta livros/ano).

            A iniciativa deste artigo não é a de se gabar, mas, a de inspirar. Algumas pessoas já me disseram que se iniciaram no hábito da leitura (ou a ele regressaram) ao ler as resenhas de livros que publico. Digo que também fui influenciado em tal sentido por mestres(as) que tive em toda a minha vida estudantil. Também foi assim quanto ao ato de escrever. A vida é uma troca entre gerações, apenas repasso as boas energias que recebi. No ano que passou, não fui muito criterioso na escolha das leituras, em relação a autoria/continentes, assim foram as minhas leituras: Oceania: 0,0%; Ásia: 0,0%; África: 0,0%; Europa: 22,0%; América: 78,0%. Das leituras de obras de autores americanos, a América Latina aparece com 78,2% e a América Anglo-Saxônica com 21,8%. Quanto a leitura de obras latino-americanas por país: Brasil: 95% (56,0% da leitura global) e Cuba 5%. Quanto a autoria/gênero das leituras realizadas: 87,5% sexo masculino e 12,5% sexo feminino. Dezembro foi o mês que li mais (6 livros) e, Janeiro, Setembro e Outubro, os meses que li menos (1 livro/mês). A partir desta análise, desejo ler em 2024 mais obras de autores latino-americanos (além do Brasil), africanos, asiáticos e, também mais obras de mulheres.

             As dez melhores leituras foram: 1. Uma breve história dos tratores em ucraniano (Marina Lewicka); 2. Bartleby: o escrivão (Herman Melville); 3. Beije-me onde o sol não alcança (Mary Del Priore); 4. Memórias da casa dos mortos (Fiódor Dostoievski); 5. Triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto); 6. O último dos moicanos (James Fenimore Cooper); 7. Walden ou a vida nos bosques (Henry David Thoreau); 8. O neocolonialismo à espreita: mudanças estruturais na sociedade brasileira (Marcio Pochmann); 9. Coleção Brasilis box 4 livros (Eduardo Bueno); 10. 0 diário de um homem supérfluo (Ivan Turguêniev). Atribuo menções honrosas às seguintes leituras: *O melhor de Nelson Rodrigues: teatro, contos e crônicas (Nelson Rodrigues); *A megera domada (William Shakespeare); *A história me absolverá e o Movimento 26 de Julho: 70 anos do assalto ao Quartel Moncada (Fidel Castro et. ali.); *Globalização, democracia e terrorismo (Eric Hobsbawn); * A retirada (Noam Chomski e Vijay Prashad); *Lava-jato: uma conspiração contra o Brasil (Milton Alves); *Os engenheiros do caos: como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições (Giuliano Da Empoli). A minha decepção literária do ano foi com a obra Brasil: país do futuro do renomado escritor austríaco Stefan Zweig (1881-1942), a qual considerei por vezes panfletária, noutras ingênua quanto ao perfil traçado sobre o Brasil e seu povo. Sei que o autor fugia do nazismo e se ressentia com as constantes guerras nas quais a Europa era palco, porém, a frustração se deve ao fato de já ter lido outros livros seus, dessa forma, minha expectativa era muito alta e não foi correspondida. 

                   O ano que passou deixou um sentimento de frustração, pois, penso que minhas leituras além de serem em número menor, a qualidade das leituras também ficou abaixo da média de anos anteriores. Enfim, encerro desejando um ano repleto de boas leituras!    

 

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