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sexta-feira, 17 de novembro de 2017

“De como o Irmão Jonatas se transformou em Tio Sam” - Parte 4

O primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965) sempre se jactou da superioridade do povo anglo-saxão. Durante o período da colonização da África e da Ásia, os europeus afirmavam empreender uma missão civilizatória em benefício do povo africano e/ou asiático. Nada mais falso, o fardo do homem branco foi e continua a ser carregado pelos povos explorados, pois, suas riquezas se tornaram a causa de sua pobreza e das guerras que assolam principalmente o continente africano. Os Estados Unidos que poderiam ter empreendido um papel proativo nas causas humanitárias e ambientais saíram pela tangente. Mas, os EUA, talvez por ser uma nação de colonização anglo-saxã adotaram o discurso do fardo do homem branco. A missão civilizatória dos EUA consiste em fazer guerras, invadir países, financiar e apoiar golpes de Estado. Sob o falso discurso da defesa da democracia apóiam a implantação de ditaduras capitalistas para supostamente evitar ditaduras comunistas. Destroem a infra-estrutura dos países que lhe servem de alvo para em seguida oferecer suas empresas de engenharia para a reconstrução mediante pagamentos ou concessões. Enfim, os EUA com seu aparato bélico em ação estão a dizer: OK, garotos queremos negócios! O que vocês têm a nos oferecer em troca da nossa “Pax americana”? Os Estados Unidos buscam impor ao mundo o “american way of life”, no entanto, segundo Perry Anderson citado por Kiernan: “se todos os povos da Terra possuíssem a mesma quantidade de geladeiras e automóveis quanto os da América do Norte e da Europa Ocidental, o planeta se tornaria inabitável. Hoje na economia global do capital, o privilégio de poucos exige a miséria de muitos para ser sustentável”. Kiernan cita ainda Walter Lippmann: “todos pensam nos Estados Unidos como um império exceto o povo dos Estados Unidos. Nós nos arrepiamos com a palavra “império”. Insistimos que ela não deveria ser usada para descrever o domínio que exercemos do Alasca até as Filipinas, de Cuba ao Panamá, e além. Pensamos que tem de haver outro nome para o “trabalho civilizatório” (aspas nossas) que fazemos de modo “tão relutante” (aspas nossas) nesses países atrasados”. Ainda sobre a alienação do povo estadunidense acerca do papel global desempenhado por seu país, Kiernan cita Midge Decter, biógrafo adulador do então secretário de defesa Donald Rumsfeld: “Afinal de contas, os americanos são em geral pessoas boas, provavelmente as melhores do mundo, com medo da mesquinhez em outros, e talvez até mais temerosos da acusação de serem eles mesmos mesquinhos”. Kiernan afirma: “o americano médio acredita que os EUA dediquem 15% do orçamento nacional a ajuda externa, em vez do número verdadeiro de 0,1% o que faz do governo americano o menos generoso dentre as 22 nações da OCDE” (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Contribui para o analfabetismo político de considerável parcela da população estadunidense, a grande mídia, que é considerada antipatriótica pelas lideranças políticas, e até mesmo por outras empresas de mídia, sempre que se posiciona contra guerras ou interferências dos EUA em outros países. O ex-presidente George H.W. Bush citado por Kiernan, e se referindo a um avião iraniano lotado com 290 civis derrubado pelos Estados Unidos afirmou: “Eu nunca pedirei desculpas pelos Estados Unidos. Os fatos não me importam”. E assim são os EUA, que até hoje não pediram desculpas pelo lançamento das bombas atômicas contra o Japão. Acredito que tal nação continue a agir dessa forma até a extinção da humanidade neste pequeno planeta, que poderá ocorrer, quem sabe, por meio de bombas atômicas.

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