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sábado, 4 de novembro de 2017

“De como o Irmão Jônatas se transformou em Tio Sam” - Parte 2

O estímulo concedido à economia dos EUA pelos países em esforço de guerra havia passado. Os EUA entraram, então, na sua maior crise econômica (1929). Os índices de desemprego e de pobreza eram alarmantes. Os preços das ações na bolsa de valores de Nova Iorque despencaram. Tal como na brincadeira de enfileirar peças de dominó, a crise se alastrou pelo planeta, derrubando as economias de inúmeros países. O presidente Franklin Delano Roosevelt lançou o plano New Deal, cuja ênfase se deu em maciços investimentos estatais em infraestrutura, na forte regulação e intervenção estatal na economia para o constrangimento dos liberais radicais. No entanto, graças ao intervencionismo estatal amparado na teoria econômica de John Maynard Keynes, o capitalismo estadunidense foi salvo da ação destruidora dos próprios capitalistas. Segundo Kiernan, “na Alemanha nazista, o capitalismo era recuperado por meios ainda mais drásticos, eliminando agitadores socialistas ou sindicalistas” (e pensar que em pleno século XXI, ainda há analfabetos políticos que acreditam que o governo de extrema direita de Hitler era socialista, apesar de este ter enviado milhares de socialistas e sindicalistas para as câmaras de gás). Antes de finda a Segunda Guerra Mundial, o mundo mergulha na Guerra Fria. Os Estados Unidos da América resolve apressar o fim da guerra para evitar maiores perdas de vidas de soldados estadunidenses. O presidente Harry Truman autoriza o uso das famigeradas bombas atômicas contra o Japão. Segundo especialistas, a ação foi injustificada, pois, mantido o cerco naval, em poucas semanas, o Japão se renderia. Os EUA, pensando no mundo pós-guerra, resolvem fazer uma demonstração de poder ao mundo, e principalmente à União Soviética (sua aliada na luta contra a Alemanha nazista) e futura adversária na Guerra Fria. Os EUA se tornam a primeira e única nação covarde o suficiente para utilizar o mais poderoso e vergonhoso artefato bélico já inventado contra uma população civil. Milhares de pessoas morreram na hora. As sobreviventes, certamente invejaram aquelas que morreram instantaneamente, devido aos terríveis sofrimentos e sequelas que lhes foram impostos. No Japão, ainda hoje, nascem pessoas com deficiências e má-formação congênita resultantes de alterações genéticas de seus ascendentes, sobreviventes do maior ato terrorista da humanidade, infligido pela nação mais terrorista da história. A indústria bélica estadunidense é a mais desenvolvida do planeta e tem em seu próprio país, o maior comprador de armas. Ninguém investe tanto em armas e as utiliza tanto. Nenhuma nação fez mais intervenções em assuntos internos de outros países que os EUA, e para tal se utilizam do “Soft Power” que se traduz em pressões diplomáticas ou econômicas, e quando este falha, a opção seguinte é a utilização do “Hard Power”, quando o país exibe e utiliza seus músculos. No entender de Kiernan: “a colossal máquina de guerra estadunidense é o punho que se esconde por trás da “mão invisível” do mercado”, e que torna possível a abertura de mercados para os produtos estadunidenses, e faz de sua economia, a superpotência que é. Ou ainda, conforme Michael Ledeen, citado por Kiernan: “a cada dez anos mais ou menos, os Estados Unidos precisam pegar algum país pequeno e sem importância e jogá-lo contra a parede, só para mostrar ao mundo que queremos negócios”. A economia dos Estados Unidos foi enormemente beneficiada pelas duas Guerras Mundiais, pois, não sofreu grandes perdas por seu território não ser palco delas (exceção ao Havaí). Por ser grande provedor de armas e víveres para as nações em esforço de Guerra, os estoques de ouro das nações européias foram conduzidos aos cofres estadunidenses como pagamento. O país passou a ter banqueiros a financiar atividades econômicas no mundo todo, sendo estas de iniciativa de compatriotas ou não. Sempre disposto a desenvolver o capitalismo, a nação estadunidense por meio de seu representante na ONU sugeriu aos países subdesenvolvidos que realizassem a reforma agrária, pois, esta é essencial para elevar padrões de vida e de consumo da população. Então, para os EUA, a reforma agrária é ótima para o capitalismo. No entanto, as elites alienadas dos países latino-americanos não gostaram da idéia e afirmaram ver nela indícios de socialismo. O estranho é que a tal “proposta socialista” veio do país mais capitalista do planeta. Estão certos os Estados Unidos ou as “sábias” elites latino-americanas?

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