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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Reclame ao Bispo!

O livro “Um país sem excelências e mordomias” de Claudia Wallin deveria ser o livro de cabeceira de qualquer brasileiro realmente disposto a lutar por um novo país, portanto, livre de seus vícios e parasitismos. Sobre este livro já tratei neste espaço com o título: “Um país inteiro para as Excelências e as mordomias”. O título do livro já demonstra a verdadeira face da luta a ser empreendida pelos brasileiros realmente democratas. Somos um país rico e temos uma das piores distribuições de renda do planeta. Em nossas terras morrem assassinadas mais pessoas em tempos de “paz” do que em várias outras plagas em tempos de guerra. O país forma uma das maiores extensões agricultáveis do planeta, no entanto, centenas de milhares de famílias não têm acesso a terra, e anualmente no campo, a violência faz com que várias pessoas tombem assassinadas. Apesar de ser uma das maiores potências agrícolas do planeta, a produtividade brasileira é baixa, e, países com menores extensões de terra agricultáveis superam a produção brasileira. Desde 1500 até os dias atuais, estas terras foram administradas sempre de forma a beneficiar os interesses externos e os das oligarquias. Nem mesmo nos breves momentos de governos nacionalistas de nossa história houve uma ruptura com a política dos privilégios concedidos a esta elite, que é pelos intelectuais considerada a mais cruel, fascista e ignorante. Não há no seio da intelligentsia burguesa um projeto patriota de desenvolvimento nacional, mas, sim a pretensa vontade de eternizar os privilégios em seu favor concedidos. Ao ler o referido livro, o leitor irá se espantar com o abismo que separa a Suécia do Brasil, pois, esta faz parte dos países escandinavos, considerados a região de melhor qualidade de vida do mundo. O segredo: a política do Welfare-State ou Estado de Bem-Estar Social. Projeto que no Brasil foi abortado em 2016, tão logo a Classe Alta verificou que as demandas da sociedade lhe impediriam de encher ainda mais as burras com o dinheiro público, e, a Classe Média desprovida de patrimônio significativo, mas, na defesa do capital cultural que sempre permitiu o privilégio de seus descendentes ao acesso às melhores universidades, e cargos públicos via concurso público, serem ameaçados por uma gente vinda dos andares de baixo. Enquanto na Suécia, parlamentares e magistrados em seus deslocamentos diários utilizam o transporte público juntamente com a população, cuja desigualdade social é das menores do planeta, no Brasil, parlamentares e magistrados têm privilégios jamais sonhados por seus pares suecos. Quando sondados sobre terem os privilégios de parlamentares e magistrados brasileiros, os colegas suecos rebatem categoricamente considerando serem absurdas e imorais tais regalias, e que isto constitui corrupção. O Poder Judiciário brasileiro é seis vezes mais caro que o dos Estados Unidos da América, nem por isso é mais eficiente, pelo contrário, a maior parte dos gastos com o Poder Judiciário não são investidos pelo Estado Brasileiro no sentido de dotá-lo de estrutura que lhe possibilite maior eficiência, mas, para garantir rendimentos nababescos aos magistrados, tornando-os uma casta de privilegiados, algo característico de países subdesenvolvidos. Penso que os bons integrantes do Poder Judiciário, ou seja, aqueles que não se corromperam em meio ao sistema, e que procuram aplicar retamente o Direito e os preceitos constitucionais têm cada vez menos esperança de que o ideal que alimentaram nos bancos universitários em contribuir com o protagonismo do país no concerto das nações se torne realidade. Hoje, muitos, certamente apresentam um olhar acabrunhado ante ao status do judiciário mergulhado na pocilga por alguns de seus maiores protagonistas (Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Sergio Moro, etc.). Famosos, mas, nem por isso, os melhores e mais bem intencionados, tendo em vista atitudes bipolares e a não observância plena do Código de Ética da Magistratura Nacional, da Constituição Federal e do Direito Processual Penal. O que pode ser também explicitado na frase de François Guizot: “Quando a política penetra no recinto dos Tribunais, a Justiça se retira por alguma porta”. Com o Poder Legislativo que temos, considerado o pior desde o fim da ditadura militar em 1985. Um governo ilegítimo e cujo mandatário em um país sério estaria preso. Um Judiciário mergulhado na pocilga e considerado suspeito por grande parte da população. E somando a isso, a existência da pior e mais antipatriótica Mídia de Massa do Mundo. Só resta reclamar ao Bispo! P.S. No passado, era comum a pessoa reclamar ao Bispo quando se sentia injustiçado, pois a Igreja se imiscuía nos assuntos de Estado. Hoje, na maioria das nações, o Estado é laico, mas, o dizer permanece na forma de desdém: “pode reclamar até para o Bispo”! Este é o sentido do título, precisamos abandonar a habitual apatia e praticar a cidadania. Reclamar ao Bispo não irá resolver!

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