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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

De como o povo brasileiro perdeu seu país

Todos têm na memória flashes da história nacional recente. As manifestações coxinhas de 2013 a 2016 incentivadas pela grande mídia, a derrota eleitoral da oposição com a chapa puro-sangue tucana Aécio Neves/Aloysio Nunes no pleito de 2014. A postura dos candidatos derrotados sintetizada na frase de Aloysio Nunes: “Eu quero sangrar a Dilma (o governo)”, a falta de espírito democrático de Aécio que jamais aceitou a derrota e de seu partido, o PSDB, cujo papel foi decisivo na implantação do Golpe de Estado de 2016. A Jurista Janaína Paschoal autora do pedido de Impeachment contra Dilma declarou ter recebido do PSDB R$ 45 mil pelo seu trabalho. É importante lembrar que nenhum crime de responsabilidade foi provado contra Dilma, dessa forma não poderia ter sido destituída de seu cargo. As pedaladas fiscais são uma manobra contábil que os presidentes anteriores sempre fizeram (inclusive FHC) e eram consideradas legais, mas, o TCU sem avisar mudou esse entendimento e o fez retroagir. Os parlamentares endossaram esse casuísmo eleitoral ante a negativa de Dilma de implantar o projeto neoliberal Ponte para o Futuro do PMDB capitaneado pelo vice-presidente golpista Michel Temer. Note-se que três dias após a destituição de Dilma, e, com Temer empossado definitivamente no cargo, a legislação foi novamente mudada para que Temer possa “pedalar” livremente. A oposição ao governo Dilma auxiliada pelos “ratos” que abandonaram a nau governista se esforçou em bloquear a pauta no Congresso e também em implantar pautas bombas para minar seu governo. O Judiciário participou do golpe por sua ação e/ou omissão, sem isto, o golpe não teria êxito. O Brasil é há muito tempo refém do PMDB e do PSDB, pois, sem o PMDB (o maior partido nacional) ninguém tem a governabilidade, e, o PSDB por seu turno, tem profunda capilaridade nos quatro poderes nacionais, sendo o quarto, a grande mídia, que lhe dá o cacife que não obteve nas urnas desde 2002. Isso também explica a blindagem de caciques tucanos na mídia. O Judiciário, por sua vez, age com morosidade e leniência nos processos contra estes, quase sempre arquivados. Após a destituição de Dilma, o governo Temer montou um ministério sem a presença de nenhuma mulher, apenas, homens, todos brancos, oligarcas, e, grande parte envolvida até o pescoço em denúncias de corrupção, sendo o presidente golpista um deles. A impressão que dá ao ver a fotografia do primeiro escalão de Temer é que as portas do inferno foram abertas tendo em vista a ficha corrida dos “cidadãos de bem” que o formam. O novo governo implantou as diretrizes do projeto “Ponte para o Futuro”, o que contraria totalmente as propostas que levaram a chapa Dilma/Temer à vitória. As diretrizes do governo atual (neoliberalismo na veia) são muito próximas do que teria sido a vitória do PSDB de Aécio: desmonte da Petrobras, privatizações, redução do papel do Estado, redução dos gastos sociais, inviabilização do Brasil como potência regional descolada dos Estados Unidos da América, etc. Algumas pessoas maldosamente afirmam que o governo Temer é a continuidade do governo petista de Dilma. Não é! Tanto que o governo foi fatiado entre os partidos oposicionistas à Dilma dentre os quais, o PSDB e o DEM que ocupam vários cargos importantes. Há quem aposte que Temer cairá numa segunda fase do golpe para que um tucano assuma o Poder. Há também quem afirme que Temer será mantido no Poder para fazer todo o trabalho sujo de desmonte dos direitos sociais e trabalhistas e da privatização de tudo quanto puder, e, para 2018, em não havendo uma composição com o PMDB tendo o PSDB na cabeça, este se desligaria do governo para disputar com chapa própria ou com seu tradicional parceiro DEM. Eu não acredito que as lideranças golpistas estabelecidas em todos os poderes nacionais dariam um golpe dessa magnitude para entregar o governo a Lula em 2018. Penso que haverá novos desdobramentos dando mais tempo a Temer ou ao golpista da vez, quem sabe adiando a eleição de 2018, pois, os artífices do golpe não se constrangem perante a opinião pública nacional ou internacional e nem com os organismos supranacionais. Um exemplo dessa falta de pudor é a indicação do advogado do PCC Alexandre Moraes para o STF. Nessa caminhada de 2013 para cá, perdemos não apenas um projeto de pretenso país soberano e desenvolvido, pois, perdemos também um país inteiro para uma quadrilha de criminosos.

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