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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A classe média brasileira na luta pela manutenção do status quo!

No momento atual não são poucos ideólogos que tentam passar a ideia (que nada tem de ingênua) de que as ideologias deixaram de existir com a queda do Muro de Berlim (infelizmente, para o lado errado) e o fim do Mundo Socialista. Porém, não sou nascido na era pós-moderna e abomino a ideologia que a sustenta. Entendo que a sociedade ontem, hoje, e sempre, será o resultado da luta de classes, e que não ter consciência disso apenas amplia a larga vantagem daqueles que defendem uma sociedade desigual visando manter os privilégios concedidos à minoria que representam. Privilégios que são frutos do suor da classe trabalhadora e dela obtidos por meio de fórceps, ou se preferir da apropriação de mais-valia. O Brasil é um país em que o Poder sempre foi monopolizado pela direita desde 1500 por ocasião da invasão portuguesa ao território até então pertencente aos indígenas, e, desde então o Brasil foi construído pela elite e para a elite como uma legítima sesmaria repassada hereditariamente do Senhor de escravos, para os Sinhozinhos e Sinhazinhas (seus descendentes). Esse fato é observado ao se analisar historicamente a repetição dos sobrenomes de políticos nas casas legislativas estaduais e federais e também aqueles concernentes às grandes fortunas empresariais, pois, a “meritocracia parece funcionar melhor com os indivíduos nascidos em berço de ouro que tendem a permanecerem ricos ou avançarem mais na escala social tornando-se até mesmo bilionários”. Parte do sucesso meritocrático dos Sinhozinhos e Sinhazinhas está no sistema político e econômico nacional cujos governantes em sua quase totalidade governaram para preservar e ampliar os privilégios da elite à custa do sacrifício dos trabalhadores e, isso ocorre por meio de renúncias fiscais e reduções de impostos para os mais ricos e a adoção de tributação regressiva (que penaliza os mais pobres) o que deu origem a um “gigante” cuja economia figura entre as dez maiores do planeta, mas, cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Índice de Gini (que mede a desigualdade social) o põe com os “pés” cimentados entre os países mais atrasados do planeta no que concerne à qualidade de vida de sua população haja vista a miséria que assola seu povo e a imensa desigualdade social que constitui um abismo imensurável entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Nenhum país cuja desigualdade social seja extremada pode-se proclamar uma democracia, o conceito de democracia não se encerra com o fato de seu povo poder participar de eleições periódicas e de seu voto não ser cassado ilegalmente (aqui nem isso). A mobilidade social é importante e embora esta venha sendo reduzida quase no mundo todo como um dos múltiplos efeitos colaterais do neoliberalismo, nos governos progressistas de Lula e Dilma houve uma pequena melhoria, porém, isso foi o bastante para enraivecer parte da sociedade formada por Senhores da Casa Grande, Sinhozinhos e Sinhazinhas e principalmente feitores de escravos (a pequena burguesia) e escravos de confiança (os trabalhadores alienados) que trabalharam com afinco em apoio à concretização do golpe cujo presidente ilegítimo (Temer) adota medidas que aprofundarão a desigualdade social para o aplauso de pessoas pouco inteligentes e sem valores humanitários. É importante que se diga que a classe média não empobreceu nos governos petistas, mas, a sensação de que a distância em relação aos mais pobres encurtou ao vê-los nos aeroportos, frequentando shoppings, financiando automóveis, etc. foi o suficiente para encolerizá-la e ver nisto perda de status social, pois, não lhe basta que viva confortavelmente, a miséria dos demais é necessária para que se sinta especial. Parece-lhe que o prato vazio dos pobres torna seu alimento mais saboroso. Parece exagero, mas, não é! A essência da maldade humana costuma se travestir no falso discurso da meritocracia!

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