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quinta-feira, 19 de março de 2015

A Casa Grande e os capitães do mato

Acompanhei pela mídia com grande atenção as manifestações ocorridas nas principais cidades brasileiras nos dias 13 e 15 de Março, e estas evidenciaram a polarização existente em torno dos dois projetos colocados para o país representados pelo governo atual do PT e pela oposição (PSDB). Para quem observou atentamente a cobertura feita pela mídia ficou evidente a parcialidade adotada em detrimento do bom jornalismo, pois, a manifestação do dia 13 teve tempo reduzido de divulgação na TV, ângulos desfavoráveis para as imagens visando reduzir o impacto visual do manifesto, estimativas reducionistas do número de participantes da manifestação dos movimentos sociais que faziam a defesa da Petrobras, da reforma política, da manutenção da ordem democrática e em apoio à Presidenta Dilma. Ao observar tais imagens era fácil constatar gente de todos os matizes, resultado da intensa miscigenação ocorrida em nosso país, ou seja, ali havia o povo brasileiro verdadeiramente dito. Nas manifestações do dia 15 de Março a cobertura de algumas redes de TV foi intensa, com chamadas ao vivo e divulgação durante todo o dia, as grandes emissoras estavam preocupadas em mostrar a grandiosidade da manifestação buscando captar o melhor ângulo para as imagens, e estas mostravam uma gente branca, de aparência europeia, bem vestida ou não (havia até algumas musas socialites seminuas com adesivos nos seios) e que aparentava pouco ou nenhum sofrimento na vida. Na manifestação do dia 15 vários jornalistas constataram uma atmosfera de ódio sendo que as bandeiras iam da suposta indignação quanto à corrupção¹ a pedidos da volta da ditadura militar e do impeachment da Presidenta Dilma. Fazer oposição e manifestações nas ruas é legítimo, mas há que se respeitar a ordem constitucional, deveria ser crime solicitar a implantação de uma ditadura em detrimento da democracia, assim, como é crime atentar contra a indissolubilidade da União. Pedir impeachment não é ilegal, porém, no atual momento é prova de insensatez, pois, vários juristas afirmaram não haver nenhum motivo que embase juridicamente a abertura de um processo de impeachment contra a Presidenta Dilma. E nesta hipótese remotíssima havia manifestantes desinformados que alimentavam a esperança de ver Aécio Neves (PSDB) na presidência e não Michel Temer (PMDB) como determina a Constituição. Diante do que vi impossível não lembrar a origem de tudo quando as primeiras gerações de senhores da Casa Grande que aqui desembarcaram logo observaram que havia a necessidade de construir senzalas e lotá-las de escravos e para o controle destes se fez necessário delegar papeis, assim, surgiram os feitores de escravos que eram responsáveis pela disciplina dos escravos aos quais aplicavam castigos cruéis por atos de desobediência e os capitães do mato que percorriam os sertões atrás de escravos foragidos em troca de recompensas. Não me preocupo tanto com os Senhores da Casa Grande, que, aliás, não são muitos, mas, sim quanto aos alienados e oportunistas capitães do mato que são contados aos milhões. São capitães do mato os trabalhadores alienados e oportunistas que se voltam contra a classe trabalhadora e agem para que a alforria jamais prospere em troca de benesses traduzidas muitas vezes em migalhas e/ou do falso status de fazer parte da Casa Grande, mesmo que nela tenham de entrar pela porta dos fundos e jamais sentarem-se à mesa de jantar com a família dos oligarcas. 1. Tenho dúvidas se apóiam a reforma política e o fim do financiamento privado de campanhas, fonte principal da corrupção!

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