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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

“Self made man” – parte 3 - Aristóteles Sócrates Onassis

Dentre os bilionários que ostentaram a condição de homem mais rico do mundo por mais tempo, Aristóteles Sócrates Onassis é até hoje insuperável. Ari como era chamado por seus amigos e familiares, nasceu em Esmirna, em território do Império Turco-Otomano, região que atualmente faz parte da Turquia. Turco de nascimento, mas, de família grega, seus pais Sócrates Onassis e Penélope levavam uma vida confortável como cidadãos da classe média até que a Turquia, alguns anos após o fim da Primeira Guerra Mundial recuperou o território tomado pela Grécia. O governo turco desapropriou os bens de cidadãos gregos, tendo em vista os ressentimentos com a Grécia após a tentativa desta em tomar Istambul. Num acordo entre os dois países, houve a troca de civis, um milhão de cidadãos gregos na Turquia, foram obrigados a voltar para a Grécia e quatrocentos mil turcos em terras gregas foram remetidos para a Turquia. A família de Onassis perdeu seus bens e foi obrigada a voltar à terra de origem. Onassis migrou para a Argentina, aonde chegou na condição de refugiado, falsificou seus documentos adulterando sua idade, para poder trabalhar mesmo não tendo ainda a idade legal para tal. Trabalhou como telefonista e se dedicou a estudar o mercado financeiro, investiu seus parcos recursos na bolsa de valores e obteve bons lucros. Comprou roupas caras e começou a frequentar o círculo da alta sociedade, fazendo laços de amizade com ricaços de Buenos Aires e, na companhia de belas moças de famílias tradicionais. Entrou em contato com seu pai na Grécia e se tornou importador de tabaco turco (mais suave que o cubano), e teve a idéia de expandir o hábito do fumo entre as mulheres. Conquistador se aproximou de belas e famosas atrizes e pediu que fumassem em público. Logo, a moda se popularizou. Para ampliar seus negócios fez empréstimos e montou sua própria frota de navios cargueiros para transportar suas encomendas de tabaco. Casou-se com Athina Livanos, filha do armador Stavros Livanos, que desejava primeiro casar a filha mais velha, Onassis repreendeu-lhe que ele não deveria agir como se estivesse vendendo navios. Convencido pela jovem Athina de 18 anos, o casamento se realizou e deu a Onassis, os filhos Alexander e Christina. Com o sogro (há quem diga que o casamento foi de conveniência) aprendeu o ofício de armador, e munido do conhecimento da área, adquiriu sua própria frota de navios petroleiros. Em certa ocasião, os EUA resolveram vender navios petroleiros que haviam sido utilizados na Segunda Guerra Mundial para cidadãos estadunidenses. Ari não preenchia os requisitos para as aquisições, tentou convencer as autoridades a mudar tais regras por ele consideradas absurdas. Não conseguiu. Interpelou judicialmente, sem sucesso. Então, montou um estratagema: uma empresa (com sócios majoritários estadunidenses, na verdade, laranjas, e ele como sócio minoritário) para participar do leilão em que comprou vários petroleiros a preço de ocasião, e algum tempo depois “adquiriu” todas as ações da empresa, se tornando o único proprietário dos petroleiros concluindo o drible da vaca no enfurecido Tio Sam que não se deu por vencido, e com um processo investigatório aberto pelo FBI, levou Onassis aos tribunais onde foi condenado a pagar uma multa milionária. Aristóteles, mesmo casado, nunca dispensou os romances de ocasião (era considerado um playboy incorrigível) e sua disposição em conquistar mulheres era tão grande quanto à de ganhar dinheiro. Sua grande paixão foi a também casada Maria Callas, a famosa soprano estadunidense. Callas desejava unir-se definitivamente ao armador grego, que até se separou de Athina para ficar com ela. Porém, a obsessão de Aristóteles por mulheres e status levou-o a aproximar-se de Jacqueline Kennedy, a viúva do presidente estadunidense John F. Kennedy. Feita a ata de contrato nupcial que garantia a Jacqueline Kennedy um terço dos bens de Onassis, o casamento se realizou e ela mergulhou fundo numa vida de ostentação e compras de supérfluos que poderia causar náuseas à qualquer pessoa, mas, não à Jacqueline. O filho de Onassis, Alexander, era piloto e morreu num acidente aéreo em 1974 com o avião que pilotava. Houve suspeita de sabotagem no avião que era costumeiramente utilizado por Aristóteles, o qual tinha vários desafetos. Onassis entrou em depressão com a perda do filho e jamais se recuperou. Morreu em 1975, aos 75 anos de idade, segundo os documentos oficiais (porém, 69 anos de idade biológica). Viveu se fazendo acompanhar das mais belas e famosas mulheres de seu tempo, e, também de magnatas, presidentes, príncipes e reis. Em certa ocasião afirmou: “várias pessoas dizem que não tenho classe, mas, felizmente as pessoas de classe estão sempre dispostas a perdoar esse defeito aos muito ricos”! 

Sugestão de boa leitura: 

ONASSIS: vida, época e amores de Aristóteles Sócrates Onassis – PETER EVANS. Editora Best Seller. 

PS: Christina, filha de Onassis, nasceu em berço de ouro, mas, jamais teve sorte no amor, casou e descasou várias vezes. Deprimida, morreu em 1988, deixando a fortuna construída pelo pai para sua filha Athina, então com três anos. Adulta, Athina assumiu o controle de sua fortuna, até então administrada por tutores indicados pela família. Casou-se com o jóquei brasileiro Doda Miranda de quem se divorciou recentemente. Há muita controvérsia sobre o tamanho de sua fortuna devido às dúvidas que resultam em separar o que é patrimônio de Athina e o que é patrimônio da Fundação Onassis.

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