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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Temer e as vacas em cima das árvores

Em fins de dezembro do ano passado foi divulgada nova pesquisa sobre a percepção da população quanto ao governo federal e a aprovação de Temer ficou cravada em 8%, ou seja, 92% da população o desaprova. Fossem todas as pessoas da sociedade politizadas e ardorosas defensoras da democracia, o índice de aprovação seria 0%. Temer é um político sem carisma algum e conta com apenas 1% das intenções de voto para 2018. Vê-lo ocupando a cadeira da presidência é uma aberração tão grande cuja analogia remete aos casos de vacas em cima de árvores que lá foram parar por conta de enchentes. Todos sabem que somente acontecimentos trágicos colocam vacas e certos políticos em lugares que de outra forma jamais estariam. A elevação de Temer ao poder se fez pelo estupro à democracia e o sequestro de 54 milhões de votos não apenas em Dilma, mas, no projeto por ela apresentado à sociedade. E este não era o famigerado “ponte para o futuro” do PMDB, aliás, a não aceitação da implantação deste programa por parte da Presidenta e a tentativa dos golpistas de se protegerem da Operação Lava-Jato foram os motivos que a levaram ao ilegal Impeachment (sempre é bom repetir que embora previsto na Constituição, o processo de Impeachment sem a comprovação de crime de responsabilidade não tem valor jurídico e, portanto constitui golpe). O golpe como já afirmamos teve a participação da grande mídia de massa (historicamente golpista e antipatriótica) que recebeu polpudos agradecimentos com o aumento da verba publicitária do Governo Federal e sua concentração nos grupos mais poderosos (Globo, Grupo Abril, etc.). A iniciativa golpista demonstrou ao país a amálgama formada por políticos corruptos do Congresso Nacional que jogaram fora os poucos escrúpulos que tinham ou fingiam ter e abraçaram o golpismo e atacaram de forma selvagem a democracia que deveriam defender, muitos de olho na Operação Lava-Jato e em interesses particulares traíram seus eleitores e a própria nação. O intelectual Ruy Barbosa (1849-1923) vaticinou: “a pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela não há a quem recorrer”. Tinha razão, sem a omissão ou participação do Poder Judiciário o golpe de Estado não teria prosperado. E a inexistência de uma Suprema Corte de alto nível foi o golpe final à democracia brasileira. Lembro que há uma passagem nos textos judaicos que afirma: “infeliz da geração, cujos juízes merecem ser julgados”. Infeliz Brasil, infeliz povo brasileiro! Temos em nosso país a pior mídia de massa, o pior Congresso Nacional e a pior Corte Suprema (STF) do planeta. A história não os absolverá! Em fins de 2016, Temer ante a divulgação da referida pesquisa afirmou: “estou aproveitando a suposta impopularidade para tomar medidas impopulares”. De fato, nem mesmo os generais da ditadura militar ousaram fazer tanta atrocidade contra os direitos dos trabalhadores. Além de arruinar a vida de milhões de trabalhadores, o governo Temer está reduzindo a pó o projeto de país soberano que os governos progressistas de Lula e Dilma estavam construindo. A classe trabalhadora perde direitos historicamente conquistados enquanto o grande capital constituído pelos bancos é privilegiado e busca aumentar a já absurda fatia do orçamento da União na forma de pagamentos de juros mantidos nas alturas por determinação destes, e em seu favor. Sem esquecer-se das grandes empresas nacionais e estrangeiras, algumas delas ex-estatais que recebem as benesses do governo federal, na forma de perdão de dívidas bilionárias e a concessão de empréstimos com prazo alongado e juros baixíssimos que talvez jamais paguem, pois, neste país, muitos condenam a bolsa-família que sacia a barriga faminta dos excluídos, mas, poucos condenam as bolsas-empresário tomadas junto ao BNDES por parte de capitalistas que na mídia defendem o livre-mercado e a não intervenção do Estado, mas, em surdina recorrem a este em tempos de dificuldades. Diante do que ocorreu em nosso país, há dois caminhos a percorrer: eternizar o papel de quintal estadunidense sob o comando de uma elite antipatriótica, ignorante, egocêntrica e violenta ou romper com o jugo colonial do atraso por ela representado, lamber nossas feridas, abandonar o estágio do analfabetismo político que caracteriza parte expressiva da sociedade, julgar e punir os traidores da pátria que atualmente ocupam cargos no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional, no Poder Judiciário e voltar a trilhar o caminho do desenvolvimento soberano. O povo brasileiro precisa entender que se um desastre colocou vacas no alto das árvores, lá elas não podem permanecer, a analogia também é válida para certos políticos alçados dessa forma ao poder!

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