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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O “Partido” da Escola Sem Partido!

O leitor assíduo desse espaço lembra que em outras oportunidades nestes últimos quatro anos manifestei a minha indignação com as pretensões da ONG Escola Sem Partido, e, não posso deixar de voltar ao tema quando tramita um Projeto de Lei em tal sentido na Assembleia Legislativa do Paraná. Para começo de conversa tal grupo se diz apartidário, no entanto busquei o significado da palavra “Partido” e encontrei: “grupo de pessoas unidas pela mesma opinião, mesmos interesses e mesma ação política”. Então, diante de tudo quanto li acerca de tal grupo, vejo que age tal qual a definição da palavra em questão, pois, trata-se de um grupo que se impõe raivosamente contra professores e autores de livros que ousam contestar a infalibilidade do “deus” mercado, nele apontando máculas que se evidenciam na sociedade socialmente injusta. Os críticos do trabalho intelectual e crítico dos educadores contrariam o artigo 205 da Constituição Federal onde se lê: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”, e, no artigo 206, Inciso III: “Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber” E também o artigo 5º Inciso IV “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” e Inciso IX “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. Os censores ainda contrariam a LDB em seu artigo 3º Inciso II da Lei 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 que estabelece: “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber” e o Inciso IV “pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas”. Quanto às Universidades, a Constituição Federal em seu artigo 207 afirma: “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial e observarão o princípio de indissolubilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. Causa estranheza que os integrantes do “Partido” da Escola Sem Partido vociferem contra autores de livros e professores que trabalham de forma crítica se utilizando de ferramentas marxistas (as melhores e mais completas) para análise da sociedade capitalista global, e, nunca façam fortes reclamações quanto a uma “possível doutrinação” efetivada pelos professores do Ensino Básico e Superior que propagam e defendem os ideais capitalistas em suas aulas, mesmo sendo estes a maioria, pois, se é para haver justiça e pluralidade de ideias, a maioria deve também expor de forma justa e equânime a visão marxista aos educandos, pois, no momento, não o faz. O que leio nas entrelinhas é que os partidários da Escola Sem Partido, por suas ações, desejam o pensamento único, qual seja a visão capitalista de mundo. Trata-se de um discurso hipócrita e nada ingênuo, pois, é premeditadamente pensado e cheira a Índex, o livro da Igreja que registrava os autores e obras proibidos aos cristãos durante a Idade Média. Também causa estranheza que nada falem sobre a declarada doutrinação conservadora da Grande Mídia, esta sim, preocupante. Vivemos um momento em que parlamentares paranaenses cheios do espírito da Casa Grande se revoltam contra os Mestres que ousam trabalhar de forma crítica os conteúdos científicos objetivando formar o educando para a cidadania plena. Faz sentido, a Casa Grande sempre temeu o dia em que os integrantes da Senzala aprendessem a ler não apenas as letras, mas, o mundo, e exigissem para si o direito à cidadania. Concluo, afirmando que não podem se intitular amigos da Educação quem exige o silêncio dos professores e também que para que uma ditadura se implante, não é imprescindível que Generais tomem o poder. Os massacres de professores e os projetos de mordaça evidenciam isso!

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