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sábado, 30 de novembro de 2013

Michael Moore me representa!

Não me canso de ler sobre o 11 de setembro de 2001, penso que cada nova obra traz contribuições importantes e tal como um quebra-cabeça vou montando a imagem (que ainda tem alguns espaços vazios) sobre o fato e os consequentes desdobramentos dele resultantes. Concluí a leitura do Livro Fahrenheit 11 de Setembro, que ao contrário de outras obras escritas que mais tarde viraram filmes, esta é a história de um filme que depois virou livro. Faz todo sentido a escolha do título Fahrenheit 11 de Setembro para a obra cinematográfica de Michael Moore premiada com a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Canes em 2004, com tal título Moore, provavelmente estava mostrando que as coisas estavam ficando quentes para George Walker Bush ou que talvez ele estivesse numa fria. Michael Moore é dono de uma inteligência aguçada, grande sensibilidade e senso de humor, e, produziu um documentário que bateu recordes de bilheteria e mudou o voto de milhões de americanos na eleição que acabou infelizmente culminando com a reeleição do presidente George “War” (Guerra) Bush. Mike como é conhecido declarou guerra a “dáblio” como chamava Bush então presidente a quem se recusou chamar por tal título devido à fraude na eleição presidencial de 2000. Mike é um vencedor, possui inclusive uma estatueta do Oscar por “Tiros em Columbine”, cineasta engajado, politizado e considerado de esquerda num país onde esquerda sequer existe, pois, na prática, nos Estados Unidos há a direita representada pelos democratas e a extrema direita representada pelos republicanos. Dessa forma, Moore tem preocupações sociais, sim, mas é no máximo um social democrata, além de grande patriota. Mike mostra em sua obra que Bush ganhou a eleição de forma fraudulenta e que se houvesse recontagem dos votos Al Gore seria o vencedor, também demonstra que na Flórida governada na época pelo irmão Jeb Bush milhares de pessoas foram impedidas de votar, principalmente negros e pobres (os eleitores de Gore), e essa eleição foi um vexame mundial, pois, as autoridades não conseguiam definir legalmente o vencedor. Mas, nada é complicado demais, para quem é filho de uma família milionária que fez fortuna com petróleo e cujo chefe do clã (George H.W.Bush) dirigiu ou fez parte do conselho administrativo de empresas fabricantes de armas e/ou de apoio estratégico às tropas em combate e foi vice de Ronald Reagan (1981-1989), além de presidente do país no período 1989 a 1993, (mesmo após sua saída do cargo continua a receber informações confidenciais da CIA) e que contava com muitos amigos na Suprema Corte (o equivalente ao nosso STF) tudo ficou mais fácil e com certeza essas amizades de “papai” na Suprema Corte foram decisivas para “dáblio” ser declarado vencedor O documentário mostra as estreitas relações entre a família Bush e os árabes das famílias real saudita e Bin Laden que investiam em empresas do grupo Bush ou que estavam sendo administradas pelo clã estadunidense e após o ataque de 11 de Setembro quando nenhum avião podia cruzar os céus dos EUA além dos caças da Força Aérea, alguns aviões foram autorizados por ordens superiores a voar (quando nem o ex-presidente Clinton podia fazer) levando para fora do país aproximadamente 160 passageiros árabes ( na maioria integrantes da família real saudita e número significativo de membros da família Bin Laden), e pasmem, sem serem interrogados, aliás, Bush tentou impedir investigações independentes do Congresso (por que será?). Bush também recebeu numa missão de negócios em seu rancho em Crowford (algum tempo antes), os Talebãs afegãos, cujo país mais tarde atacou, uma vez que neste país se encontrava Osama Bin Laden e uma importante base de treinamento da Al Qaeda. Após o fatídico 11 de setembro de 2001, Bush ao invés de solicitar uma investigação sobre a autoria do ataque, ordenou enfaticamente que fossem encontradas provas da culpabilidade de Sadam Hussein (atacar o Iraque era uma obsessão de Bush filho desde a época de campanha), estranho, pois, os EUA é segundo G.W.Bush “uma nação pacífica”. Sabemos que algumas verdades são desconcertantes e não devem ser ditas, mas seguidas, dessa forma, Tio Sam pilotado por Bush exibiu seus “músculos” para convencer os países subdesenvolvidos (ricos em recursos naturais principalmente petróleo) colaborarem, pois, “as guerras não são de todo ruins, (não!), elas fazem a economia crescer (há os contratos de reconstrução, as ações das empresas fabricantes de armas valorizam-se e distribuem bônus para os administradores, etc.), mortes são apenas efeitos colaterais”. O que Bush não falou é que o governo estadunidense mentiu, forjou relatórios, deu crédito à fontes suspeitas sobre as armas de destruição em massa de Sadam, desafiou e desrespeitou a ONU, e, que mandou soldados na sua quase totalidade pobres (cujo alistamento é a única forma de obter renda) para morrer e matar principalmente inocentes no Iraque para enriquecer ainda mais os nada inocentes ricos estadunidenses que formam a elite. Essa mesma elite que evita deixar seus filhos ir para a guerra (dáblio não foi enviado ao Vietnã), pois, a frente de combate é lugar para pobres, “os ricos precisam ficar para comandar e fazer crescer a economia do país”. Sabemos que Sadam era um monstro, aliás, criado e sustentado por muito tempo pela Casa Branca (Guerra Irã-Iraque – 1980-1988) e somente caiu em desgraça quando resolveu agir sozinho, o mesmo podemos dizer de Osama que serviu como aliado dos Estados Unidos da América na expulsão dos soviéticos do Afeganistão (1979-1989). Enfim, Michael Moore diz aos dirigentes estadunidenses e ao povo americano tudo aquilo que eu gostaria de dizer e jamais teria a oportunidade, por isso, de coração, obrigado Mike! Sugestão de boa leitura: ( vale a pena ver também o documentário!). Moore, Michael. Fharenheit 11 de setembro. Editora Francis, 2004.

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