Ciro Gomes (PDT) ao atacar o Partido dos Trabalhadores (PT) e ao qualificar como uma atitude passional (em contrariedade ao racionalismo), o voto dos eleitores tido por ele como "petistas" nos candidatos da referida legenda nas eleições presidenciais (2018), age exatamente dessa forma, passionalmente. Ciro Gomes, toma uma atitude pouco inteligente e contraproducente ao criticar Lula e os eleitores "petistas", afinal, se passar para o segundo turno precisará do apoio destes. Ao atacar a esquerda, Ciro flerta com a direita, sendo que esta a vê de forma desconfiada e, prefere nomes de raízes mais profundamente ligadas ao conservadorismo político-ideológico. O pré-candidato pedetista, apesar de ser, como já disse, um grande quadro, das duas uma, ou lhe falta assessores políticos competentes ou necessita fazer sessões de Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) para ter equilíbrio emocional, pois em várias ocasiões, como a sua ida à Paris no momento em que o país tanto precisava dele e, em várias falas equivocadas "ao calor do momento" (quando sua passionalidade eclipsa sua racionalidade) põe a perder o fascínio que exerce perante parcela do eleitorado.
No cenário atual, há muita água para correr sob a ponte
que nos leva às eleições de 2022, se Bolsonaro for inviabilizado como
candidato, seja por uma eventual e pouco provável condenação num processo de
Impeachment (sempre é mais fácil retirar do poder, uma mulher honesta) do que
um presidente que joga (inconteste) sob as regras do grande capital nacional e
estrangeiro e, que com ele vem emplacando grandes vitórias sobre o país e seu
povo (respectivamente com a imposição de perdas patrimoniais nacionais e de
direitos trabalhistas). Se Bolsonaro não conseguir se fazer um candidato
viável, nem por isso o Bolsonarismo estará derrotado, pois, sua bandeira pode
ser encampada por outro candidato do campo conservador. O "partido militar"
que provou das benesses do poder não desejará voltar tão cedo para a caserna ou
vestir o pijama, além disso, Bolsonaro pode "atear fogo no
parquinho", o que preocupa, tendo em vista, a truculência como age parcela
de seus fanáticos seguidores e a alta ideologização das forças de segurança. Bolsonaro
pode ser derrotado, mas, poderá o Bolsonarismo ser derrotado? Essa é a grande
questão! Uma nova eleição de um presidente neoliberal, será a destruição
completa e irreversível do tímido Estado de Bem-Estar Social e do rico patrimônio
nacional. A eleição de 2022, ocorrerá novamente sob o signo do ódio e das fake
news. Penso que deveria haver uma coalizão das forças de esquerda à exemplo da
"geringonça portuguesa" em torno do candidato deste campo ideológico
que nas proximidades da eleição se encontre mais viável (à frente nas
pesquisas).
Lembro que o gigante Leonel Brizola (1922-2004) cuja
falta muito é sentida pela esquerda, teve humildade ímpar ao aceitar ser vice
de Lula (PT) nas eleições de 1998. Humildade que falta a Ciro, que, por suas falas, demonstra que aliança
estratégica é tão somente aquela que o coloca como cabeça de chapa, ou seja,
não se pode contar com a participação de Ciro Gomes nesta improvável "geringonça brasileira". Ciro é
como aquele carona que entra por último e quer assumir a boléia, ou ainda, como
aquele time que deseja ser campeão, mas pede para que as equipes adversárias,
não escalem seus principais jogadores para que os confrontos lhe sejam
favoráveis, essa é a impressão que tive quando de sua fala sugerindo a Lula não
ser candidato ou, de imitar a ex-presidenta argentina Cristina Kirchner, sendo
candidato à vice-presidência. Ciro é figura carimbada em todas as campanhas
presidenciais, tem esse direito, porém, sua ambição desmedida supera os
interesses nacionais conforme entendido pela esquerda e pelos defensores do
Estado de Bem-Estar Social e do patrimônio nacional, como passionalmente
demonstrou no segundo turno, quando foi a Paris, ao invés de engajar-se na
campanha para "tentar" evitar o caos que seria (e de fato foi) a eleição
de Bolsonaro. Atualmente, Ciro acena para a direita e, busca conquistar os
votos do anti-petismo. Isso não chega a ser surpreendente, afinal, o
pré-candidato rodou por inúmeras legendas partidárias de diferentes correntes
ideológicas e, não tem uma sólida vinculação à esquerda. É um coringa da
política, mas, um coringa sozinho, não ganha jogo! E se os ventos de 2022, lhe
forem desfavoráveis? Irá novamente a "Paris"? Seja Paris tomada no
sentido figurado (ou não), porém, na concretude do que significa? É a minha
dúvida!
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