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sábado, 12 de dezembro de 2020

Rebecca, a mulher inesquecível

 

Em abril deste ano (2020) publiquei neste espaço, a resenha sobre o livro "A sucessora" de Carolina Nabuco (1890-1981) na qual assumi minha ignorância a respeito da obra da autora, a quem somente sabia, ser a filha do importante político, diplomata, historiador e jurista Joaquim Nabuco (1849-1910). Gostei muito do livro de Carolina e afirmei que iria comprar e ler o livro "Rebecca, a mulher inesquecível" de Daphne Du Maurier (1907-1989) que muitos críticos literários afirmam ser um plágio da obra de Carolina Nabuco. O livro de Carolina foi lançado em 1934 e, o livro de Daphne foi publicado em 1938. As autoras tinham em comum, o mesmo editor na Inglaterra, o qual havia recebido o original de Carolina. Carolina no programa "Fantástico" da TV Globo, disse que ficou muito chateada e, que foi procurada por advogados estadunidenses para assinar um documento atestando que tudo era mera coincidência, em troca de uma compensação financeira. Ela se recusou por colocar a dignidade acima de tudo, porém, jamais processou a escritora inglesa ou, ainda, os produtores do filme "Rebecca" baseado no livro de Daphne Du Maurier. A escritora inglesa, por sua vez, sempre negou o plágio.

            Motivado pela curiosidade em averiguar as semelhanças entre as obras e ter uma opinião própria, adquiri o livro no formato digital, pois, não queria gastar mais por um livro que talvez fosse fruto de plágio, porém, errei,  vale muito a pena ter a obra em formato físico. O livro é excelente e, sim, há muitas semelhanças entre as duas obras. Não há como lê-la e não a comparar e lembrar de fatos e personagens semelhantes do livro de Carolina Nabuco, mas, nem por isso, a trama é igual a ponto de se pensar que ao ler um livro dispensa a leitura do outro. A impressão que dá é que o "esqueleto" ou fio condutor da obra de Carolina é revestida de nova roupagem por Du Maurier. Não vou ficar no campo da especulação acerca dessa polêmica, pois, se é perfeitamente possível que a escritora inglesa tenha lido a obra de Carolina e colocado novos ingredientes e temperos na receita, isso é algo que jamais saberemos, pois, ela já faleceu e, com os elementos que temos, não é possível ter certeza absoluta que houve ou que não houve o plágio.

            Na trama de Rebecca, a protagonista e narradora é a segunda esposa do rico Sr. Max De Winter, um viúvo próximo da meia idade que se casa com uma moça pobre, muito jovem e tímida. À segunda senhora De Winter não é atribuído nome, talvez propositalmente, pois, a falecida parece eclipsar a sucessora em beleza, finesse, etiqueta, talentos artísticos, cultura e espontaneidade. A segunda senhora De Winter, apesar de ser também bonita, sentia-se inferiorizada perante a falecida e da qual lembranças estavam presente nos objetos por ela deixados (cartas, roupas, vasos, quadros, etc.) e nos arranjos da decoração da gigantesca e luxuosa Mansão Manderley, propriedade de seu marido. A área exterior da casa é muito linda e aprazível, mas, a mansão, apesar de sua beleza centenária (propriedade da família há gerações) a oprime e angustia. Na propriedade há muitos funcionários que adoravam a falecida patroa, a qual sempre tinha instruções e ordens para estes. Entre os funcionários há a governanta Senhora Danvers que adorava a falecida senhora como se fosse sua própria filha (ela não se conforma com o novo casamento de seu senhor com apenas  dez meses de viuvez) e antipatiza com a sucessora, na qual não reconhece valor algum, além da juventude. A segunda senhora De Winter  titubeia ante os funcionários, pois, não sabe se portar no novo papel. De origem humilde, ela estava pisando num terreno que lhe era estranho, não via razão para tanto luxo e desperdícios e, julgava que não havia nada a melhorar, de forma inversa fazia a antecessora.

            Durante toda a obra, há um clima de mistério (algo que parece afastar o casal) cuja narrativa é contada pela protagonista (na maturidade) que lembra de momentos felizes e de situações que seria melhor esquecer. Não subestime a obra. Lembre-se que foi adaptada para a telona por ninguém menos que Alfred Hitchcock (1899-1980), o "Rei dos filmes de suspense". A história prende, principalmente quando o mistério começa a se revelar. Fica a dica! De minha parte, vou maratonar o filme de Hitchcock e o remake da Netflix!

 

Sugestão de boa leitura:

Título: Rebecca, a mulher inesquecível.

Autor: Daphne Du Maurier.

Editora: Amarilys Editora, 2012, 448 p.

Preço: R$33,90.


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