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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A democracia sob ataque do Lacerdismo e do Cunhismo

Dante Alighieri afirmou magistralmente que “no inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise”. Antonio Gramsci afirmou em poema odiar os indiferentes, pois, viver significa tomar partido. Neste momento em que toda a sociedade é chamada a se posicionar, não há espaço para a neutralidade. O momento atual lembra em muito o golpismo das décadas de 1950 e 1960. Em 1954, Carlos Lacerda (um dos líderes do golpismo) usava a imprensa para atacar Getúlio Vargas que tentava fazer reformas que contrariavam os interesses da Casa Grande, na ocasião, o golpe foi frustrado pelo suicídio de Vargas. Mas, algum tempo depois, a sanha golpista voltou com força total embalada pelos ventos da Guerra Fria pós-revolução cubana tendo ao timão os Estados Unidos da América que patrocinaram o golpe civil-militar, e Carlos Lacerda novamente protagonista com sua oratória raivosa e golpista ajudou a retirar do poder João Goulart, no momento em que ele pretendia fazer as reformas de base (agrária, política, administrativa, bancária e educacional), novamente a Casa Grande desempenhou seu papel de representante dos interesses externos, desta vez, para sustar a tentativa de concessão de direitos à classe trabalhadora, pois, a burguesia tal como os Estados Unidos da América não fazem concessões. Lembro que certa vez estava na Universidade do Professor em Faxinal do Céu e um renomado palestrista disse com grande orgulho que morava na casa que um dia foi de Carlos Lacerda e eu pensei: e ele tem orgulho disso? Eu só moraria nessa casa se antes um Padre jogasse água benta nela e jamais contaria para ninguém, pois, ali certamente tramóias foram planejadas contra a democracia e os interesses nacionais. Lembro que na ocasião havia um repórter da Revista Veja que iria produzir uma matéria sobre a Universidade do Professor idealizada pelo governador neoliberal Jaime Lerner que à época executava uma “política do pão e circo” na educação paranaense, nas escolas, professores desmotivados com salários defasados e sem reajustes, atraso de repasses de verbas para a manutenção das atividades escolares e diretores fugindo dos comerciantes que cobravam o pagamento das dívidas das escolas e na mídia “a revolução na educação pública paranaense”. O repórter entrevistou um colega ao meu lado, hoje, professor universitário, que contou toda a triste realidade da educação paranaense e que Faxinal do Céu era uma cortina de fumaça a encobrir a realidade. Quando a matéria saiu constatei que nenhuma palavra do colega foi publicada e que a matéria, parcial e tendenciosa, fazia jus à fama da Revista, pois, nela havia apenas elogios ao mandatário neoliberal do Palácio Iguaçu. Neste momento, o “lacerdismo” atua na imprensa para moldar a opinião pública contra o grupo político que mais fez pela classe pobre deste país, mas, que pecou por não ter tido a coragem de fazer reformas importantes como a tributária, adotando o sistema progressivo, fazendo com que os pobres e a classe média paguem menos impostos que a elite econômica; a reforma bancária, na qual deveria fazer uma auditoria da dívida pública; a reforma dos meios de comunicação para impedir que a informação (direito de todos) continue sendo monopólio de seis famílias e a imprescindível e legítima reforma política. A inoperância petista e a crise econômica deu aos “Lacerdas” dos meios de comunicação e aos “Cunhas” do Congresso Nacional denunciados por Cid Gomes como achacadores a oportunidade de promover despudoradamente o assalto à democracia em defesa de interesses vis, particulares e/ou externos. O momento pede o posicionamento de cada cidadão patriota, pois, não se trata de defender unicamente Dilma, mas, a própria democracia!

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