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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Cabral e as eleições majoritárias de 2014

Uma piada recorrente no meio universitário é de que “Cabral quando chegou ao Brasil não sabia para que lado ir, pois, o que vinha pela frente era de todo desconhecido, então, deu ordens aos seus subordinados para seguir à esquerda e questionado sobre o motivo de tal escolha, afirmou, que era melhor ir pela esquerda por que a direita era duvidosa”. Sempre que penso nessa piada lembro-me de Collor que em 1989 afirmava que se Lula fosse eleito confiscaria a poupança do povo e Collor uma vez eleito confiscou o dinheiro dos brasileiros, conheço muita gente que nele votou e teve grandes prejuízos, no entanto, houve na alta elite nacional quem teve informações privilegiadas e pode antecipar-se salvando o seu rico dinheirinho. Gostei muito das falas de Eduardo Jorge e Luciana Genro nos debates, porém, me decepcionei com a opção de Eduardo Jorge de apoio ao projeto neoliberal de Aécio Neves, penso que ele queimou seu capital político. Luciana Genro se capitalizou politicamente e ganhou fãs. Penso que os Partidos de esquerda que estabeleceram “nenhum voto em Aécio” mesmo não apoiando Dilma foram coerentes com a ideologia partidária, pois, sabemos que se navegarmos sempre para o Ocidente acabaremos por chegar ao Oriente, assim fizeram alguns políticos de extrema esquerda que foram tão à esquerda que acabaram na direita, ou seja, rasgaram a cartilha e causaram nódoas no histórico de seus partidos. Marina Silva cuja história acompanho desde suas origens na Amazônia tem sido há muito uma decepção (a sua guinada à direita, a defesa do grande capital, especialmente dos interesses dos banqueiros privados) seria caso eleita fosse boneco de ventríloquo, ou seja, alguém sempre falaria e tomaria as decisões por ela. De tudo que li sobre Chico Mendes, tenho a convicção que ele se vivo estivesse não apoiaria a atual Marina Silva cujo eleitor não é de “voto de cabresto” e fará grande análise sobre quem apoiar, ou seja, Marina não é sinônimo de transferência farta de votos para Aécio. Tenho um vídeo guardado em que o Senador Aécio Neves discursa no Congresso Nacional e o Senador Lindbergh Farias solicita um aparte no qual chama a atenção de Aécio para a necessidade de fazer um discurso mais competitivo, pois Aécio teria discursado por longo tempo sem ter proferido as palavras povo, sociedade, social, naquele momento Aécio ainda não era candidato, atualmente parece ter aprendido a lição, minha dúvida é se eleito as palavras povo, sociedade e social continuarão sendo prioridade nos seus discursos. Conversei com uma pessoa que disse “ votei em Aécio no primeiro turno e vou votar também no segundo turno... precisa mudar... acho que a mudança será para pior... mas é preciso mudar”. Entendo quem deseja mudanças, mas não aquelas que estão representadas na fala desta pessoa, pois, mudanças são bem vindas quando trazem melhorias, porém, se ao invés de certezas, a dúvida se instala, andar para os lados ou para trás não parece ser uma atitude coerente. Não vejo em Aécio nenhuma possibilidade de mudança benéfica para a classe trabalhadora, para o povo pobre. Penso que com Aécio a inflação pode até abaixar, porém, os juros subirão, o desemprego aumentará, os benefícios se houverem serão para o grande capital, para a elite econômica nacional e estrangeira, pois Aécio não é legítimo representante da Senzala (classe trabalhadora), mas sim da Casa Grande (grande capital). E termino com a frase de um amigo: “depois do que vivi no Governo FHC, não digito 45 nem no micro-ondas”.

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