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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A novela dos caças para a FAB – Parte 1

Sou aficionado de longa data pela aviação, quando adolescente costumava comprar revistas sobre aviação de caça e tinha por hábito memorizar dados técnicos de cada aeronave. Sendo assim, no início do ano em uma viagem de moto ao Rio Grande do Sul, aproveitei para visitar a Base Aérea de Santa Maria (BASM), não podia perder a oportunidade, fiquei muito feliz de estar naquele lugar, muito embora como mero visitante não pudesse ficar próximo aos aviões. Apesar disso, visitar a base foi interessante, pois fui gentilmente atendido pelos oficiais e praças e pude ver alguns sobrevôos do helicóptero H-60L Black Hawk e a aproximação de dois A-1 (AMX), além de ouvir o rugir de turbinas de caças em teste. Mais recentemente soube que o Esquadrão de Demonstração Aéreo mais conhecido como “Esquadrilha da Fumaça” se apresentaria em Cascavel e para lá me desloquei para assistir. A apresentação foi algo fantástico, com direito a fotos e autógrafos para o meu filho junto aos T-27 “Tucanos”. Lembrei-me que há dezesseis anos se arrasta um processo de escolha de novas aeronaves de caça para a Força Aérea Brasileira, as atuais se encontram em final de vida útil, muitas com mais de 30 anos e cujos custos de manutenção se elevam com o passar do tempo. Nesse período, a tônica foi a indefinição e constantes protelações do Governo, pois, FHC deixou para Lula decidir e este para Dilma e no momento a alegação para o pé no freio é a desaceleração econômica. No entanto, essa decisão precisa ser tomada, pois mesmo sendo o Brasil um país pacífico, planeja projetar uma maior envergadura no cenário internacional (ONU), e também devido ao fato de ser detentor de recursos naturais fabulosos, precisa estar em condições de desestimular qualquer ato de cobiça de nossas riquezas ou de desrespeito à soberania nacional por alguma nação hostil. Mas a tarefa não é fácil, comprar equipamentos militares num país com tantas necessidades encontra oposição de parte considerável da população brasileira, apesar disso, tais compras se fazem necessárias. Há alguns dias li que no caso de um ataque ao Brasil, só poderíamos responder de forma intensa ao fogo inimigo por uma hora. Por que então a demora? A necessidade de muitos e intermináveis estudos técnicos e decisões político-estratégicas, pois, escolha de equipamento militar precisa levar em conta as alianças estratégicas e não pode nunca ser apenas técnica, pois, em caso de necessidade o fornecedor pode decretar embargos como os EUA já fizeram várias vezes com muitos países, inclusive com o Brasil. O F - 18 (um excelente avião seria uma temeridade, pois os EUA não são confiáveis). Não se trata apenas da escolha de um avião, mas de uma parceria, uma possível aliança estratégica com a França ou mais improvável com a Rússia (Sukhoi 35) contrabalançaria a presença geopolítica estadunidense na América do Sul (leia-se Colômbia e Paraguai), embora, no caso dos poderosos aviões russos, teríamos a forte oposição de Washington.

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