Powered By Blogger

sábado, 17 de dezembro de 2016

A Mata Hari de Fidel

Mata Hari (Margaretha Gertruida Zelle) foi uma dançarina exótica dos Países Baixos que teve vários amantes, a maioria militares e políticos. Foi levada a julgamento na França acusada de espionagem como agente dupla em favor da França e da Alemanha. Condenada, foi executada por fuzilamento em 15 de Outubro de 1917. Dentre as várias lendas que se criaram sobre ela, conta-se que os executores tiveram que ser vendados para não sucumbir ao seu charme e também que ela teria jogado um beijo para os executores e se despido sendo fuzilada totalmente nua. Os historiadores nunca conseguiram esclarecer se ela foi realmente uma espiã, talvez tenha sido uma mulher atraente que usou do sexo para obter favores junto aos homens mais poderosos de seu tempo e assim unicamente sobreviver. Sua história virou tema de livros e filmes. Ilona Marita Lorenz ficou conhecida como a Mata Hari do Caribe, ou se preferir de Fidel Castro. Filha de mãe estadunidense e pai alemão. Morava em Bremen na Alemanha, o pai comandante de navios raramente permanecia muito tempo com a família. A mãe Alice atuou como espiã a serviço dos Estados Unidos. Ilona tinha esse nome em homenagem à irmã gêmea que morreu em virtude de ataque de um cão policial à sua mãe, o que forçou o parto prematuro. Durante a Segunda Guerra Mundial sua mãe foi obrigada a entregar seu irmão mais velho para ser treinado como combatente nas tropas nazistas para poder continuar recebendo o auxílio-alimentação que permitia à família sobreviver. Nessa época, Alice teve que apagar o incêndio resultante de bombardeio aliado que ameaçava consumir sua casa. Também, ajudou militares aliados, escondendo-os ou fornecendo aquilo que precisavam, acabou presa, e, juntamente com Marita foi parar no campo de concentração de Bergen-Belsen conhecendo os horrores característicos daquele ambiente. Ilona dormia abraçada a outras crianças (algumas vezes estas morriam durante a noite) no alojamento destinado às crianças. Ao terminar a guerra foram libertadas, porém, Marita aos sete anos de idade, ao visitar uma amiga sua na vizinhança, foi estuprada pelo pai desta (um sargento dos Estados Unidos da América) que acabou preso por esse e outros fatos semelhantes, inclusive com sua própria filha de quatro anos de idade. Ilona não era estudante dedicada e abandonou os estudos. Passou a viajar de navio com seu pai, não raras vezes, o fez de forma clandestina em que se apresentava ao pai em alto mar, pois, sabia que este não teria como retornar para deixá-la em terra. No início de 1959, logo após o triunfo da Revolução Cubana, a bordo do navio de passageiros “Berlim” comandado por seu pai em passagem por Cuba recebeu a visita de Fidel Castro e alguns revolucionários. E ali mesmo no navio, Fidel Castro começou a flertar com ela, e mais tarde, mandou um avião buscá-la nos Estados Unidos para morar com ele na ilha. Engravidou de Fidel e num episódio obscuro seu filho teria sido retirado num parto induzido (Fidel lhe falava sempre que filhos de pais cubanos “são filhos de Cuba”). Somente conheceu o filho quando este contava vinte anos de idade. Nos EUA foi treinada para matar Fidel Castro com cápsulas envenenadas que deveria colocar em sua bebida ou alimento, fracassou, pois, ainda o amava. Vivendo nos Estados Unidos fez vários trabalhos de espionagem para a CIA e para o FBI. Tal como Mata Hari, atraente, adorava seduzir os homens, afirmava que apenas os usava para obter prazer e caía fora. Teve inúmeros amantes (militares, políticos, espiões e chefões da máfia), sabia que estes apenas a usavam e isso não a incomodava. Como amante, teve uma filha com o ditador venezuelano Marcos Pérez Jimenez. Trabalhou com pessoas que se tornaram personagens centrais da história e que se envolveram em casos como Watergate que ocasionou a queda de Richard Nixon e Lee Harvey Oswald a quem chamavam de “Ozzie” suspeito de ser o assassino de John Fitzgerald Kennedy em Dallas (1963). Ganhou algum dinheiro, porém, nunca soube administrá-lo, e enquanto seus colegas que sobreviveram à “queima de arquivos” por saber demais (ela própria foi alvo de alguns atentados), se aposentaram com alguma segurança, Marita chegou à velhice com dificuldades financeiras para conseguir a mera sobrevivência. Em um aposento minúsculo, sozinha, passa os dias assistindo TV. Sua história virou tema de livros e filmes. 

Sugestão de boa leitura: 
Eu fui a espiã que amou o comandante. Marita Lorenz. Ed. Planeta. 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário