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segunda-feira, 21 de julho de 2014

A Copa das Copas e o vexame dos vexames!

Há quatro anos escrevi um artigo com o título “futebol e política” e nele comparava algumas semelhanças entre essas duas paixões do povo, pois, quase todo brasileiro pensa que no Governo ou na seleção brasileira falta apenas boa vontade para que todos os problemas sejam resolvidos instantaneamente. Na época afirmei que tínhamos um bom “técnico” (o presidente Lula), mas que nosso selecionado (o Congresso Nacional) estava maltratando a bola, e, reafirmo isso, penso que Dilma tem conduzido muito bem o país mesmo diante da maior crise econômica mundial desde 1929, a qual está levando inclusive alguns países europeus para o fundo do poço. Mas, quando penso na frase “maltratar a bola”, impossível não se lembrar da desastrosa atuação da seleção brasileira neste mundial realizado no país, porém, há um lado bom nisso, com este vexame frente à Alemanha viramos uma página da história e finalmente deixaremos em paz os valorosos atletas derrotados na final de 1950, principalmente o goleiro Barbosa para que descanse em paz. Precisamos ter mais humildade, nunca fomos no futebol o que os Estados Unidos da América representam no basquetebol, ou seja, praticamente imbatíveis e isso não é algo ruim, um esporte em que você sabe de antemão quem será o vencedor não tem muita graça. Porém, o verdadeiro e retumbante vexame foi protagonizado por pessoas que embora bem nascidas demonstraram ter má educação, pois, diante das câmeras de TV cujas imagens percorreram o mundo vaiaram a presidente Dilma e o hino do Chile. Também foram motivo de vergonha nacional a imprensa vira-lata que apostou no fracasso da Copa não como uma constatação realista de falta de organização, mas, resultante de um desejo ardente que o fracasso ocorresse para que dividendos eleitorais fossem colhidos pelo grupo oposicionista por ela apoiado. Também contribuíram para o vexame os pseudorrevolucionários que escondidos atrás de máscaras promoveram vandalismo destruindo patrimônio público e privado e também os pseudointelectuais que sem conhecer os valores aplicados na Educação e na Saúde e, portanto, sem comparar os dados sobre os investimentos em Educação e Saúde desde a implantação do Plano Real proferiram discursos enganosos à população, pois, nunca se investiu tanto em Educação e Saúde como nos governos Lula e Dilma e o montante é várias vezes superior ao investido na Copa. O futebol é imprevisível, em 1982, perdemos com uma seleção inteira formada por craques sendo que inclusive deixamos craques de fora da lista de convocados, e, apesar de nada conquistarmos, encantamos o mundo com um futebol maravilhoso, de lá para cá não vi mais espetáculos da seleção canarinho. A verdade é que uma derrota normal com esta fraca equipe não seria nenhuma surpresa, pois, na Copa havia seleções melhores e algumas nem chegaram às semifinais. Nesta Copa, com a humilhante derrota para a Alemanha, as câmeras mostraram idosos muito tristes, pois, jamais em suas vidas tiveram uma decepção tão grande com o selecionado brasileiro. Também foram emocionantes as imagens de crianças chorando, certo, as decepções fazem parte do processo de amadurecimento, no entanto, quando sabemos a forma como é organizado o futebol brasileiro em que a estrutura é toda viciada e a corrupção impera, traz certa revolta. Infelizmente, não tenho muita esperança que esse fracasso resulte numa reforma da CBF, das federações, do calendário do futebol brasileiro e da Lei Pelé que nada mais é que o neoliberalismo aplicado ao futebol para reservar o lucrativo mercado de atletas para os empresários causando o enfraquecimento dos clubes. A Lei Pelé precisa ser revista, não podemos continuar exportando craques que muitas vezes iniciam a carreira em campos estrangeiros sem nunca terem vestido camisas de equipes profissionais nacionais. Vários comentaristas esportivos e ex-jogadores afirmaram que é preciso que os clubes voltem a investir nas categorias de base, eu, particularmente, penso que seria possível e necessário formar uma seleção com base em jogadores que atuam no país e acrescentar ao elenco apenas alguns craques imprescindíveis que atuam no exterior, pois, precisamos de uma equipe com jogadores que se identifiquem com os torcedores brasileiros, pois, o que vejo na seleção é uma legião estrangeira. Precisamos fortalecer os clubes e os campeonatos nacionais e talvez extinguir os deficitários certames estaduais e esse é o “nó górdio” da questão, pois, a CBF e as federações estaduais e mesmo grande parte dos clubes estão amarrados a um sistema viciado para o qual não adianta fazer maquiagem, a mudança precisa ser radical, o caminho é difícil, mas, se não o percorremos, as frustrações em campo se tornarão cada vez mais corriqueiras com clubes cada vez mais endividados e fracos competitivamente e a CBF maquiando soluções e seleções ad eternum.

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