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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Narciso às avessas! - parte 1

Narciso às avessas! (parte 1)


            É por todos conhecido o mito grego de Narciso, o jovem que morreu afogado no lago em cujas margens  tinha por hábito se debruçar para contemplar a bela imagem que julgava possuir. Há muitas interpretações para a lenda de Narciso, na maioria críticas ao auto-culto da imagem. Mas eu não estou escrevendo estas linhas para ir à mesma direção da maioria que sobre tal mito escreveu e, isso é possível de se constatar pelo título que por si só denota outro encaminhamento para a questão.
            Há muito tenho observado que o brasileiro médio é culturalmente um narcisista às avessas, ou seja, diferentemente do lago que chorava por não poder mais olhar para os olhos de Narciso a fim de contemplar sua própria beleza refletida nos olhos deste que havia morrido afogado. O brasileiro olha para os olhos dos estadunidenses, europeus, etc. e contempla a beleza destes como se estes tivessem um algo mais que julga não possuir e despreza a si próprio, só vendo em si feiúra, incapacidade, etc. Adora tudo o que vem em língua estrangeira em detrimento à língua materna, pois muitos pensam  não haver o que admirar na música, na literatura, na ciência, na política, na economia, enfim, na sociedade brasileira. Gostam de músicas cujas letras não entendem e admiram países cujas histórias não conhecem. Irritam-se com críticas ao “Big Brother Yankee” e riem das piadas e comentários maldosos sobre o Brasil e os brasileiros falados por estrangeiros e por “nem tão brasileiros” assim. 
É pelos brasileiros médios aceito com naturalidade as injustas derrotas brasileiras, da mesma forma, com que enaltecem atitudes nem tão leais por parte de nossos “brothers” do Norte. Falam de nossas derrotas com o saudosismo do tempo em que o Brasil se juntava ao “irmão” do Norte para “surrar” (entenda-se pressionar) o “hermano" mais fraco e não com o orgulho de saber e ter coragem de dizer NÃO para defender os próprios interesses e os dos países amigos. Desta forma, criticar injustamente o Brasil e o povo brasileiro não traz ao autor nenhuma antipatia, pelo contrário, há quem diga: este sabe das coisas... Disse tudo!  Em várias oportunidades me deparei com textos “detonando” com o Brasil e seu povo, lógico que um pouco de autocrítica não faz mal algum, porém,  não podemos ter medo de olhar para quem julga ser Narciso pelo medo de ver em seus olhos nosso reflexo. O que me deixa perplexo é que tais textos ácidos escritos por pessoas que digamos, tem um amor doentio pelo Brasil, mas, aquele amor de amante traído, egoísta, perverso, tem a simpatia de parcela do povo brasileiro. Isso, em meu ver, é doença e não patriotismo!

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